Estou me preparando.
Certamente, ano que vem, já serei melhor que agora.
Treinamento intensivo, ano duro, doído, porém com ensinamentos profundos.
Ralada, mas esperta.
Viva, mas disfarçada, porque o mimetismo é necessário.
Acordada, mas descansando.
Descansando, porém alerta.
Aprendi que o mundo não é dos mais espertos, embora eles se aboletem na primeira cadeira roubando o lugarzinho da janela antes de todo mundo.
Aprendi que a dor do outro é bem pior. Sempre.
A nossa pode até ser mais sentida, mas em tamanho mesmo, a do outro se agiganta enormemente diante de tanta desgraça nesta vida.
Aprendi a dizer não e a não dizer, dizer menos sim e mais talvez.
Pensei alto e falei baixo. Muito mais vezes que o contrário.
E aprendi que faz mais efeito escutar que falar; ouvir, que julgar e pedir que mandar.
Chorei pouco, engoli mais choro que o normal.
Mas digeri tudo e no fim das contas não desceu tão ruim assim.
Estou me preparando para o trabalho árduo que vem, mas tranquila por achar que deixei o caminho meio pronto.
Às vezes acho que errei de caminho também.
Mas só vou descobrir ano que vem.
Para todos os assuntos que motivem conhecimento, reflexão, curiosidade e diversão. Escrever sem preocupações...
domingo, 8 de dezembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
Parece, mas não é.
Nem tudo é o que parece ser.
Nem toda informação veiculada pela mídia é verdadeira.
Nem toda história pode ser na realidade como foi contada.
Uma foto postada pela metade, uma frase interrompida, um parágrafo não editado pode mudar radicalmente a informação.
Troca-se então de sujeito, de predicado e de complemento.
E quem é réu, torna-se vítima. O algoz, vira refém.
Anda circulando a informação de que um médico cubano foi afastado de suas atividades após ter prescrito dose errada de medicação a uma criança.
A informação é esta. Resta saber de onde ela foi obtida e como.
Alguém viu a receita de forma completa? Ou foi divulgada apenas em parte?
Será que as gotas prescritas não eram a dose do dia inteiro e não apenas de uma tomada?
Será que alguém ouviu a defesa do médico?
O responsável pelo paciente foi questionado em relação ao atendimento que foi prestado e dúvidas sobre o esclarecimento do receituário?
Fica fácil fazer julgamentos quando se tem apenas parte do contexto.
Mais fácil ainda pôr o dedo em riste e apontar o erro do outro.
Não defendo médico cubano nem brasileiro.
Cada qual que responda por si e pelas suas competências (ou falta delas).
Na verdade, somos todos nós vítimas de uma política de saúde fracassada: a população, o médico brasileiro e o cubano.
Talvez ele, o médico cubano, seja vitimizado mais vezes: pelo país de origem e pelo nosso.
E a população, pelo governo e pelas partes que se enfrentam querendo vantagens a qualquer custo.
Julgar pela aparência, por ouvir dizer, por conversas de terceiros nunca foi um caminho seguro.
Vale a pena ouvir com atenção e depois, entender qual a verdade dos fatos.
Vender jornal com informações distorcidas é um bom prato para quem aceita engolir qualquer coisa.
Nem toda informação veiculada pela mídia é verdadeira.
Nem toda história pode ser na realidade como foi contada.
Uma foto postada pela metade, uma frase interrompida, um parágrafo não editado pode mudar radicalmente a informação.
Troca-se então de sujeito, de predicado e de complemento.
E quem é réu, torna-se vítima. O algoz, vira refém.
Anda circulando a informação de que um médico cubano foi afastado de suas atividades após ter prescrito dose errada de medicação a uma criança.
A informação é esta. Resta saber de onde ela foi obtida e como.
Alguém viu a receita de forma completa? Ou foi divulgada apenas em parte?
Será que as gotas prescritas não eram a dose do dia inteiro e não apenas de uma tomada?
Será que alguém ouviu a defesa do médico?
O responsável pelo paciente foi questionado em relação ao atendimento que foi prestado e dúvidas sobre o esclarecimento do receituário?
Fica fácil fazer julgamentos quando se tem apenas parte do contexto.
Mais fácil ainda pôr o dedo em riste e apontar o erro do outro.
Não defendo médico cubano nem brasileiro.
Cada qual que responda por si e pelas suas competências (ou falta delas).
Na verdade, somos todos nós vítimas de uma política de saúde fracassada: a população, o médico brasileiro e o cubano.
Talvez ele, o médico cubano, seja vitimizado mais vezes: pelo país de origem e pelo nosso.
E a população, pelo governo e pelas partes que se enfrentam querendo vantagens a qualquer custo.
Julgar pela aparência, por ouvir dizer, por conversas de terceiros nunca foi um caminho seguro.
Vale a pena ouvir com atenção e depois, entender qual a verdade dos fatos.
Vender jornal com informações distorcidas é um bom prato para quem aceita engolir qualquer coisa.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Gente que brilha
Gosto de gente que brilha!
Não porque ofusca o outro,
mas por liberar de si uma luz tão plena que ilumina o que fica em torno.
Gosto de gente que fala o que pensa, sem tentar a todo custo agradar os ouvintes.
Sinceridade honesta, sem grosseirias, sem animosidade, sem desafetos.
Gosto de gente de fala aberta, riso espontâneo, ideias novas e mirabolantes, cheias de graça e leveza.
Gente que não curte o almoço, mas mesmo assim come sem reclamar ou fazer careta.
Gente que não precisa de álcool nem drogas pra sair de si e curtir a festa.
Gosto de quem compra a briga alheia, só porque se compadeceu da causa do outro.
Gosto de quem dorme quando sente vontade, e quando a vontade falta, respeita a própria inércia e vive feliz assim mesmo...
Gosto de quem ri de si próprio.
Que ouve música em volume alto, canta junto e se diverte sem a presença de mais alguém.
Gosto de quem resolve seus problemas sem importunar o mundo.
Gosto de gente educada, sem formalidade excessiva.
Gentil, sem ser quadrada;
firme sem ser hostil;
decidida sem ser autoritária;
persistente sem ser teimosa;
autoconfiante sem ser arrogante.
Gosto de gente que brilha!
Que transforma trevas em luz,
que faz do dia um propósito e do sono um momento de sonho.
Gosto de gente que mantém a essência de sempre apesar do tempo e das vicissitudes.
Gosto de humor: bom ou ruim, mas presente!
Gente sem sal e nem tempero não dá!
Não dá pra passar pelo mundo sem deixar rastro,
sem colorir o muro do trajeto, sem registrar presença por onde se passa.
Não dá pra não fazer barulho, viver escondido, encolhido, de sombras ou penumbras.
Não da´pra ser invisível, muito menos viver fingindo para agradar gregos e troianos, fulanos e sicranos.
Por isso gosto de gente que brilha!
A estrela dá sinal.
Não porque ofusca o outro,
mas por liberar de si uma luz tão plena que ilumina o que fica em torno.
Gosto de gente que fala o que pensa, sem tentar a todo custo agradar os ouvintes.
Sinceridade honesta, sem grosseirias, sem animosidade, sem desafetos.
Gosto de gente de fala aberta, riso espontâneo, ideias novas e mirabolantes, cheias de graça e leveza.
Gente que não curte o almoço, mas mesmo assim come sem reclamar ou fazer careta.
Gente que não precisa de álcool nem drogas pra sair de si e curtir a festa.
Gosto de quem compra a briga alheia, só porque se compadeceu da causa do outro.
Gosto de quem dorme quando sente vontade, e quando a vontade falta, respeita a própria inércia e vive feliz assim mesmo...
Gosto de quem ri de si próprio.
Que ouve música em volume alto, canta junto e se diverte sem a presença de mais alguém.
Gosto de quem resolve seus problemas sem importunar o mundo.
Gosto de gente educada, sem formalidade excessiva.
Gentil, sem ser quadrada;
firme sem ser hostil;
decidida sem ser autoritária;
persistente sem ser teimosa;
autoconfiante sem ser arrogante.
Gosto de gente que brilha!
Que transforma trevas em luz,
que faz do dia um propósito e do sono um momento de sonho.
Gosto de gente que mantém a essência de sempre apesar do tempo e das vicissitudes.
Gosto de humor: bom ou ruim, mas presente!
Gente sem sal e nem tempero não dá!
Não dá pra passar pelo mundo sem deixar rastro,
sem colorir o muro do trajeto, sem registrar presença por onde se passa.
Não dá pra não fazer barulho, viver escondido, encolhido, de sombras ou penumbras.
Não da´pra ser invisível, muito menos viver fingindo para agradar gregos e troianos, fulanos e sicranos.
Por isso gosto de gente que brilha!
A estrela dá sinal.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Relações na rede
Creio que deveria funcionar assim: a pessoa escreve algo ou posta foto em rede social
e se alguém, que faça parte da relação de contatos, não gostasse do conteúdo,
não concordasse com o contexto ou simplesmente não simpatizasse com o post,
passaria adiante, como se não tivesse visto aquilo em momento algum da vida.
Se não existe o botão pra "não curtir" significa que quem não curte fica mesmo no silêncio.
Ou, ao menos, deveria ficar.
Nenhum comentário impertinente deveria ser feito.
Nenhum comentário negativo deveria ser escrito.
Não gostou, ignore, passe adiante, olhe através.
Não curte o que a pessoa escreve? Exclua dos contatos.
Acha que o conteúdo escrito por você não deveria ser lido por alguém específico? Bloqueie.
Não entendo o motivo da contestação gratuita.
Não sei o motivo do descontentamento alheio pelo o que o outro escreve.
Não está feliz com a publicação das redes? Retire seu cadastro.
Não quer mais ler o que "fulano" posta? Retire dos seus contatos.
Acredito que seja mais honesto e menos indelicado agir assim.
Não sei por que tanta dor e comoção com a vida do outro.
Se o elogio não é sincero, melhor não fazê-lo.
Não precisar criticar se não for do seu gosto.
Nunca vi tanta agressividade grátis nem tanto dedo em ferida.
Privacidade em rede social não existe mesmo.
Mas respeito, obrigatoriamente, deve existir em quaisquer relações.
Mesmo que elas sejam virtuais.
e se alguém, que faça parte da relação de contatos, não gostasse do conteúdo,
não concordasse com o contexto ou simplesmente não simpatizasse com o post,
passaria adiante, como se não tivesse visto aquilo em momento algum da vida.
Se não existe o botão pra "não curtir" significa que quem não curte fica mesmo no silêncio.
Ou, ao menos, deveria ficar.
Nenhum comentário impertinente deveria ser feito.
Nenhum comentário negativo deveria ser escrito.
Não gostou, ignore, passe adiante, olhe através.
Não curte o que a pessoa escreve? Exclua dos contatos.
Acha que o conteúdo escrito por você não deveria ser lido por alguém específico? Bloqueie.
Não entendo o motivo da contestação gratuita.
Não sei o motivo do descontentamento alheio pelo o que o outro escreve.
Não está feliz com a publicação das redes? Retire seu cadastro.
Não quer mais ler o que "fulano" posta? Retire dos seus contatos.
Acredito que seja mais honesto e menos indelicado agir assim.
Não sei por que tanta dor e comoção com a vida do outro.
Se o elogio não é sincero, melhor não fazê-lo.
Não precisar criticar se não for do seu gosto.
Nunca vi tanta agressividade grátis nem tanto dedo em ferida.
Privacidade em rede social não existe mesmo.
Mas respeito, obrigatoriamente, deve existir em quaisquer relações.
Mesmo que elas sejam virtuais.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Não era pra ser assim
Chorei sim, mas foi de raiva.
Raiva de mim mesma, antes de qualquer outra pessoa.
Ódio imenso da retidão!
Raiva por fazer o certo, por chegar na hora, não inventar desculpas,
por cumprir meu trabalho, ser educada e tratar a todos de forma educada e lisonjeira.
Raiva por não empurrar minhas funções pra outros, por cumprir horário e por, principalmente, não conseguir fazer aquilo que é errado.
Num mundo de espertalhões, onde levar vantagem é lei, ser correto é mico.
É ser usado e manipulado por quem deseja ter benefícios ás custas de outros, com o mínimo de trabalho ou empenho.
Há quem tenha raiva e esmurre a porta, dê socos na parede, desça mão em quem aparecer na frente, grite, urre e esperneie.
Cada qual na sua forma de extravasar.
Eu chorei.
Como uma criança que roubaram o brinquedo, como uma surra que não foi merecida, como um castigo com destinatário errado.
Não me envergonhei de chorar.
Mas tive vergonha de fazer o certo.
Porque recebo punição por agir corretamente.
Porque pago a conta da mesa ao lado.
Porque fico triste em perceber que o valor pelo certo não existe.
Mundo torto, de gente louca.
Mas assim caminha humanidade, infelizmente.
Não vou ganhar nenhum brinde, prêmio ou mérito por fazer a minha parte.
Nem acho que a obrigação deva ser premiada.
Mas ontem me odiei por fazer o certo e me senti extremamente infeliz.
Consciência tranquila? Sempre tive. Ás custas do peito amarrotado de mágoas.
Não era pra ser assim.
Raiva de mim mesma, antes de qualquer outra pessoa.
Ódio imenso da retidão!
Raiva por fazer o certo, por chegar na hora, não inventar desculpas,
por cumprir meu trabalho, ser educada e tratar a todos de forma educada e lisonjeira.
Raiva por não empurrar minhas funções pra outros, por cumprir horário e por, principalmente, não conseguir fazer aquilo que é errado.
Num mundo de espertalhões, onde levar vantagem é lei, ser correto é mico.
É ser usado e manipulado por quem deseja ter benefícios ás custas de outros, com o mínimo de trabalho ou empenho.
Há quem tenha raiva e esmurre a porta, dê socos na parede, desça mão em quem aparecer na frente, grite, urre e esperneie.
Cada qual na sua forma de extravasar.
Eu chorei.
Como uma criança que roubaram o brinquedo, como uma surra que não foi merecida, como um castigo com destinatário errado.
Não me envergonhei de chorar.
Mas tive vergonha de fazer o certo.
Porque recebo punição por agir corretamente.
Porque pago a conta da mesa ao lado.
Porque fico triste em perceber que o valor pelo certo não existe.
Mundo torto, de gente louca.
Mas assim caminha humanidade, infelizmente.
Não vou ganhar nenhum brinde, prêmio ou mérito por fazer a minha parte.
Nem acho que a obrigação deva ser premiada.
Mas ontem me odiei por fazer o certo e me senti extremamente infeliz.
Consciência tranquila? Sempre tive. Ás custas do peito amarrotado de mágoas.
Não era pra ser assim.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Eu tenho orgulho!
Eu tenho orgulho!
De cada bronca que levei por responder de forma agressiva aos mais velhos que me cercavam.
De cada troco errado que minha mãe me fazia devolver a diferença.
De cada palavra feia que fui obrigada a engolir e devolver um pedido de desculpas.
De cada aula que compareci, mesmo não me sentindo muito bem, porque não queria faltar.
De cada compromisso que me fizeram honrar, para que hoje eu tivesse seriedade e responsabilidade para com meu trabalho.
De cada puxão de orelha por não tratar bem um coleguinha diferente de mim.
De cada abraço obrigado que dei em meus irmãos depois de uma briga para fazer as pazes.
Tenho muito orgulho!
De sempre respeitar quem era mais velho que eu, mesmo percebendo que a lucidez ás vezes faltava.
De não revidar a agressão, de não usar de violência, mas de responder á altura, quando fosse necessário.
Orgulho de cada amizade que fiz na infância.
De cada bom momento e crise da adolescência.
Dos finais de semana e feriados escondida em casa estudando pro vestibular.
De mais e mais finais de semana e feriados que a faculdade me consumiu.
Orgulho de cada prova e perrengue que a Universidade me fez passar pra me tornar gente.
De cada nota de prova, de não saber "colar", de conseguir o resultado por mérito próprio.
Orgulho dos pacientes que atendi e que me disseram um "obrigado" sincero e um "fica com Deus" mais sincero ainda.
Tenho orgulho de cumprir minha carga horária, não fazer esquemas, detestar mentiras e não agradar por agradar.
Eu tenho orgulho de rezar de noite e dormir com a consciência tranquila de que fiz o melhor que podia.
De ter dúvidas e inseguranças, chorar sozinha no quarto e querer sair sem rumo, quando não consigo achar as respostas...
Orgulho da minha fé e da minha religião, que embora feita de homens pecadores, busca a luz, que é Jesus.
Orgulho de ser recebida de volta onde já trabalhei com abraços e sorrisos sinceros.
Orgulho de não aceitar o que não posso fazer, sem ter vergonha por isso.
Orgulho da minha história, da minha família e de tantas outras pessoas que contribuíram de forma direta ou não para que ela se transformasse pouco a pouco.
Orgulho é um pecado que encabeça tantos outros...
Mas ás vezes penso que pode ser uma forma de ver a vida com mais brio e galhardia.
De cada bronca que levei por responder de forma agressiva aos mais velhos que me cercavam.
De cada troco errado que minha mãe me fazia devolver a diferença.
De cada palavra feia que fui obrigada a engolir e devolver um pedido de desculpas.
De cada aula que compareci, mesmo não me sentindo muito bem, porque não queria faltar.
De cada compromisso que me fizeram honrar, para que hoje eu tivesse seriedade e responsabilidade para com meu trabalho.
De cada puxão de orelha por não tratar bem um coleguinha diferente de mim.
De cada abraço obrigado que dei em meus irmãos depois de uma briga para fazer as pazes.
Tenho muito orgulho!
De sempre respeitar quem era mais velho que eu, mesmo percebendo que a lucidez ás vezes faltava.
De não revidar a agressão, de não usar de violência, mas de responder á altura, quando fosse necessário.
Orgulho de cada amizade que fiz na infância.
De cada bom momento e crise da adolescência.
Dos finais de semana e feriados escondida em casa estudando pro vestibular.
De mais e mais finais de semana e feriados que a faculdade me consumiu.
Orgulho de cada prova e perrengue que a Universidade me fez passar pra me tornar gente.
De cada nota de prova, de não saber "colar", de conseguir o resultado por mérito próprio.
Orgulho dos pacientes que atendi e que me disseram um "obrigado" sincero e um "fica com Deus" mais sincero ainda.
Tenho orgulho de cumprir minha carga horária, não fazer esquemas, detestar mentiras e não agradar por agradar.
Eu tenho orgulho de rezar de noite e dormir com a consciência tranquila de que fiz o melhor que podia.
De ter dúvidas e inseguranças, chorar sozinha no quarto e querer sair sem rumo, quando não consigo achar as respostas...
Orgulho da minha fé e da minha religião, que embora feita de homens pecadores, busca a luz, que é Jesus.
Orgulho de ser recebida de volta onde já trabalhei com abraços e sorrisos sinceros.
Orgulho de não aceitar o que não posso fazer, sem ter vergonha por isso.
Orgulho da minha história, da minha família e de tantas outras pessoas que contribuíram de forma direta ou não para que ela se transformasse pouco a pouco.
Orgulho é um pecado que encabeça tantos outros...
Mas ás vezes penso que pode ser uma forma de ver a vida com mais brio e galhardia.
sábado, 7 de setembro de 2013
A morte do Português.
Todos os dias ele morre um pouquinho.
Doença crônica que definha devagar.
Se assisto e não me manifesto, é omissão de socorro.
Diante deste fato, resolvi me manifestar.
Minha ajuda é uma tentativa de resgate.
Humilde, sem grandes pretensões.
Mas acredito que qualquer ajuda seja bem vinda
para salvar nosso amigo português querido.
Então, vamos lá?
"Agente" é substantivo masculino e adjetivo; significa aquele que é encarregado dos negócios de outra pessoa; preposto, mandatário: agente de seguros, agente imobiliário.
Já " a Gente", substantivo feminino, significa quantidade de pessoas; povo, multidão, população. Ex: A gente sabe que o agente de trânsito de não estava na rua. Ok?
Excesso (sim, se escreve com x, depois, c e no fim ss) significa aquilo que está a mais, quantidade que ultrapassa os limites comuns e ordinários de alguma coisa. Sobrou!
Já Exceção, não é um excesso grande. Tem outro significado: ação ou efeito de excetuar, afastamento de um padrão já estabelecido; ruptura. Ou seja, toda regra, tem sua exceção.
Sobrinho é o filho do seu irmão ou irmã; Portanto, sUbrinho não existe. Verbete não encontrado nos dicionários.
Diversão se escreve com S. Não é divertido escrever com Ç no lugar.
Abraço, é com Ç mesmo. Com SS perde a ternura.
Feliz, termina com Z no fim. Logo, infeliz, também termina igual.
Infelicidade gigantesca quando o S aparece no lugar...
Sessão, assim com SS, significa tempo de duração de um espetáculo (ex, sessão das dez) ou empregado na realização de cada fase de um trabalho.
Já Seção, assim com Ç, pode ter um monte de significados: efeito de cortar ou seccionar algo, parte de uma obra literária, departamento, escritório, segmento.
Logo, segmento (com g mudo) é uma parte de um todo. Seguimento (com ui após o g) é o ato de seguir algo ou alguém ou dar continuidade a alguma coisa.
O pronome pessoal ME, refere-se a MIM. O pronome pessoal SE á terceira pessoa do singular. Logo, eu ME sinto, você SE sente, e por aí vai...
De repente é separado e significa subitamente, rapidamente, de supetão.
Devagar se escreve junto. Vagarosamente, lentamente e sem pressa.
Em vez de, equivale a "no lugar de".
Invés de (assim mesmo, com S), quer dizer ao contrário, o avesso; lado oposto ao normal.
Anteontem, advérbio de tempo, significa antevéspera do dia em que se está.
Antes de ontem pode ser qualquer dia que tenha sido antes de ontem, inclusive mês passado.
Quis (do verbo querer) é com S, assim como quiser.
Já Trazer é com Z mesmo. Atrás, termina com S e trouxe é com X. Não sejamos trouxas.
Atrasado também tem S. Escrever com Z é perder tempo.
Arraso é com S; Logo, arrasado também o é. Fico pra morrer quando vejo um Z voando!
Por que, assim separado, vem em perguntas e significa "por qual motivo".
Porque juntinho expressa a causa, equivalendo a "visto que" ou "pois", o motivo, a razão, ou encerra uma explicação. Costuma aparecer nas respostas das perguntas.
Se vier no fim da frase de uma pergunta, ganha acento. Por quê?
Porque o português é assim! Há vários outros porquês, (Esclarecimento de um fato), mas não vale a pena entrar no âmago (cerne; a parte mais íntima de uma coisa,essência) da questão!
Não menos importante ( lembrando que menas não existe), quando quero mais- advérbio que significa quantidade, ideia (sem acento) de soma, uso o I; mas -significando porém, entretanto, todavia- quando tenho a ideia de adversidade, de contrariedade é sem o I mesmo.
Por fim, quando se respira de forma breve numa frase, usamos uma vírgula (,) para significar a pausa da leitura. Se a pausa for longa ou mudarmos de assunto, usamos o ponto simples (.). Se perguntamos algo, interrogamos (?) e se estamos surpresos (com s), extasiados (com X e s depois), espantados ou felizes, exclamação (!).
Perda de tempo é escrever errado! Não perca seu tempo! Vamos nos atualiZar!
"Ou ficar á Pátria livre ou morrer pelo Brasil"
Sete de setembro não é um feriado qualquer.
Acredito que seja praticamente um retiro espiritual.
Um momento único de reflexão sobre o país em que vivemos,
como desejamos que ele seja e o que faremos para que a realidade se transforme.
Não há motivos de comemoração, porque não há independência para se festejar.
Não há liberdade raiando no horizonte do Brasil.
Vivemos numa ditadura que se disfarça de República.
Temos governantes que outorgam suas decisões e somos obrigados a aceitar, sem questionamentos, as mudanças que são impostas.
Moramos num país que se diz livre, mas que revida com violência as manifestações públicas.
Temos liberdade de expressão, mas toda vez que a expressão desagrada alguém, somos convidados a retirar, excluir ou modificar o motivo da insatisfação.
Podemos falar e fazer o que quisermos, desde quer não macule a imagem pura e santa do país, ilibada por tanta honestidade e perfeição.
País livre que faz com que a população viva presa em casa, atrás das grades, porque a violência das ruas é gigantesca e limita o direito de ir e vir com segurança.
País independente e democrata, que subsidia o Socialismo e compactua com o trabalho escravo.
Independência que condena seus filhos á ignorância por manter um sistema de educação fraco e de estatísticas maquiadas. Onde não existe reprovação nem evasão escolar, mas também não há aprendizado.
País que trata seu filhos como servos.
Nação de expectativas reduzidas para o povo, saúde doente, justiça injusta, grandes gastos com poucos e muita falta de recursos para uma multidão.
País de ginásios lindos e hospitais feios.
Escolas caindo aos pedaços, professores mal remunerados, policiais e bombeiros franciscanos (que vivem de caridade), jovens drogados, adolescentes marginais, população ignorante e votos de cabresto.
Cento e noventa e um anos se passaram e continuamos colônia, massa de domínio alheia, mão de obra barata explorada por uns poucos.
Brava gente que não é assim tão brava, que prefere não se indispor, mas que pouco a pouco vem percebendo que o "temor servil" não resolve os problemas.
Filhos da Pátria que não são tratados de forma gentil.
Hoje é dia de pensar em mudanças concretas a curto e longo prazos.
Dia de pensar que " a Pátria livre" deve ser mais honesta, que a corrupção deve ser banida e o povo mais bem tratado.
Que "morrer pelo Brasil" signifique dar á vida por uma causa nobre da nação e não perdê-la de forma torpe e vil, como se assiste todos os dias pelo país afora, na tv.
Que colocar a nação no eixo seja motivo de empenho.
Que tenhamos orgulho da nossa terra e do nosso povo e que a independência de fato se concretize.
Ergamos nossas espadas e iniciemos a revolução!
Acredito que seja praticamente um retiro espiritual.
Um momento único de reflexão sobre o país em que vivemos,
como desejamos que ele seja e o que faremos para que a realidade se transforme.
Não há motivos de comemoração, porque não há independência para se festejar.
Não há liberdade raiando no horizonte do Brasil.
Vivemos numa ditadura que se disfarça de República.
Temos governantes que outorgam suas decisões e somos obrigados a aceitar, sem questionamentos, as mudanças que são impostas.
Moramos num país que se diz livre, mas que revida com violência as manifestações públicas.
Temos liberdade de expressão, mas toda vez que a expressão desagrada alguém, somos convidados a retirar, excluir ou modificar o motivo da insatisfação.
Podemos falar e fazer o que quisermos, desde quer não macule a imagem pura e santa do país, ilibada por tanta honestidade e perfeição.
País livre que faz com que a população viva presa em casa, atrás das grades, porque a violência das ruas é gigantesca e limita o direito de ir e vir com segurança.
País independente e democrata, que subsidia o Socialismo e compactua com o trabalho escravo.
Independência que condena seus filhos á ignorância por manter um sistema de educação fraco e de estatísticas maquiadas. Onde não existe reprovação nem evasão escolar, mas também não há aprendizado.
País que trata seu filhos como servos.
Nação de expectativas reduzidas para o povo, saúde doente, justiça injusta, grandes gastos com poucos e muita falta de recursos para uma multidão.
País de ginásios lindos e hospitais feios.
Escolas caindo aos pedaços, professores mal remunerados, policiais e bombeiros franciscanos (que vivem de caridade), jovens drogados, adolescentes marginais, população ignorante e votos de cabresto.
Cento e noventa e um anos se passaram e continuamos colônia, massa de domínio alheia, mão de obra barata explorada por uns poucos.
Brava gente que não é assim tão brava, que prefere não se indispor, mas que pouco a pouco vem percebendo que o "temor servil" não resolve os problemas.
Filhos da Pátria que não são tratados de forma gentil.
Hoje é dia de pensar em mudanças concretas a curto e longo prazos.
Dia de pensar que " a Pátria livre" deve ser mais honesta, que a corrupção deve ser banida e o povo mais bem tratado.
Que "morrer pelo Brasil" signifique dar á vida por uma causa nobre da nação e não perdê-la de forma torpe e vil, como se assiste todos os dias pelo país afora, na tv.
Que colocar a nação no eixo seja motivo de empenho.
Que tenhamos orgulho da nossa terra e do nosso povo e que a independência de fato se concretize.
Ergamos nossas espadas e iniciemos a revolução!
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Prosa
Sempre surgia alguém.
Sem hora marcada, na maioria das vezes,
sem um assunto específico,
sem um motivo nobre,
sem uma mobilização urgente.
Sempre aparecia alguém: um vizinho, um parente, um conhecido ou até um desconhecido mesmo.
Era um café, um lanche, uma goiaba no pé, um telefonema, um favor, uma xícara de açúcar, um tantinho de trigo.
Sempre aparecia alguém para a prosa.
Conversa desinteressada, mas não desinteressante.
Presença inesperada, mas nem por isso desconcertante.
Gente humilde, assuntos triviais, nada de mais.
Mas sempre surgia alguém para uma prosa,
assim, face a face, sentado ao lado, na varanda, na calçada.
Podia ser assunto de ontem, de anteontem ou de amanhã.
Conversinha, confissões, mas ditas, mal ou bem ditas, pessoalmente.
Sempre alguém com um conto, uma piada, um favor, um pedido.
Sempre um motivo de prosa sem motivo.
Hoje eu quis uma prosa assim: de perto.
Mas o mais próximo que havia era o celular ou o telefone fixo, o computador e a televisão.
Quis conversa á toa, mas a ocupação me calou, o trabalho falou por mim e eu sucumbi ao cansaço, á preguiça de ser eu.
Hoje eu quis verso e prosa ao vivo e á cores.
Sem aparatos, sem delongas, sem nada marcado.
Conversa boa, sem preocupar com o tempo ou espaço,
com o preço da ligação ou a carga da bateria.
Só um dedo de prosa, como antes.
Saudade incrível de um tempo que se foi...
domingo, 1 de setembro de 2013
Ah, Setembro!
Ah, Setembro!
Se bem me lembro,
fica por sua conta o encantamento!
Fica a seu critério o estabelecimento de um pouco mais de paz.
Espero além da primavera.
Espero outra era.
Uns dias regados a mais frescor e luz.
Espero mais que flores.
Espero fim dos horrores das guerras,
das armas químícas,
das vitimas do ódio e da violência,
que em qualquer parte do mundo
estraga a expectativa de um tempo melhor.
Anseio por semanas mais firmes,
por desejos mais fortes,
por decisões mais nobres
e por momentos mais sãos.
Aguardo as mudanças nos olhos
e nos pensamentos daqueles
que ainda não descobriram
a grandeza do perdão.
Quero que traga de volta o sossego.
Que leve de vez os meus medos.
Que a ansiedade se desmonte,
que eu acredite de novo na mudança
e na capacidade de adaptação.
Que traga uma brisa de boas surpresas,
um vento forte de novidades,
chuva de notícias felizes
e tempo firme de prosperidade.
Ah, não esqueça de guardar os segredos
aqueles mesmos que contei em oração.
Que a vida prossiga mansa,
que a gente não se canse de planejar e sonhar.
Que setembro seja de bom agouro
para quem assim acreditar.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Terça Insana
Terça insana.
Resolvi chamar assim.
Dia corrido, as horas não me ajudam.
O dia me vampiriza e quando a noite chega, eu já fui.
Restando apenas a sombra de mim.
Ontem foi dia de tudo.
De criança com doença grave, de menino que tinha nada,
de plano com carência, de urgência no segundo derradeiro de ir embora,
de passeio no Hospital-Shopping.
Não tem problema.
Todo mundo foi bem atendido.
Com educação, presteza e gentileza, independente da causa e motivo.
Por quê?
Porque eu quis assim.
Resolvi que assim deve ser.
Eu sou a parte sadia, física e mentalmente, dessa relação.
Eu sou a parte que ri.
Já tem muita gente chorando neste mundo!
E pra terminar a saga e mostrar que as orações mostram sucesso, eis que no começo da tarde
entra na sala uma mulher com um bebê no colo e pergunta:
- É você quem vai me atender?
Respondi:
-Sim.
-Você é a pediatra?
-Sim, sou eu.
-Que gracinha! Tão novinha e já é médica!
Ela vira para a criança de menos de um mês no colo e diz:
- Olha, filho, que bonitinha a sua médica! Que gracinha que ela é!
E eu, de cabelo bagunçado e máscara pendurada no pescoço só tenho uma coisa a fazer:
rir da terça insana!
Resolvi chamar assim.
Dia corrido, as horas não me ajudam.
O dia me vampiriza e quando a noite chega, eu já fui.
Restando apenas a sombra de mim.
Ontem foi dia de tudo.
De criança com doença grave, de menino que tinha nada,
de plano com carência, de urgência no segundo derradeiro de ir embora,
de passeio no Hospital-Shopping.
Não tem problema.
Todo mundo foi bem atendido.
Com educação, presteza e gentileza, independente da causa e motivo.
Por quê?
Porque eu quis assim.
Resolvi que assim deve ser.
Eu sou a parte sadia, física e mentalmente, dessa relação.
Eu sou a parte que ri.
Já tem muita gente chorando neste mundo!
E pra terminar a saga e mostrar que as orações mostram sucesso, eis que no começo da tarde
entra na sala uma mulher com um bebê no colo e pergunta:
- É você quem vai me atender?
Respondi:
-Sim.
-Você é a pediatra?
-Sim, sou eu.
-Que gracinha! Tão novinha e já é médica!
Ela vira para a criança de menos de um mês no colo e diz:
- Olha, filho, que bonitinha a sua médica! Que gracinha que ela é!
E eu, de cabelo bagunçado e máscara pendurada no pescoço só tenho uma coisa a fazer:
rir da terça insana!
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Segunda de opção
Hoje, carente de:
Relógio de minutos infinitos,
estrada sem trânsito algum
Paciência de Jó
Humor de bom humor
Sono amigo
Sonho mais que amigo
Descanso pros ombros
Fuga pra mente
Castigo pra quem mente
Respiração profunda
Viagem até a infância
Chave pra cadeado no peito
Tesoura pra planos malucos
Martelo pra despertador
Celular invisível
Abraços gigantes
Choro mudo
Cicuta nos meus pensamentos
Fé para aguentar firme.
Firmeza para não sucumbir
Silêncio pra entender o nada.
Nada que me faça sofrer.
Sofrimento de novela.
Quando desligar a tv, já era!
Relógio de minutos infinitos,
estrada sem trânsito algum
Paciência de Jó
Humor de bom humor
Sono amigo
Sonho mais que amigo
Descanso pros ombros
Fuga pra mente
Castigo pra quem mente
Respiração profunda
Viagem até a infância
Chave pra cadeado no peito
Tesoura pra planos malucos
Martelo pra despertador
Celular invisível
Abraços gigantes
Choro mudo
Cicuta nos meus pensamentos
Fé para aguentar firme.
Firmeza para não sucumbir
Silêncio pra entender o nada.
Nada que me faça sofrer.
Sofrimento de novela.
Quando desligar a tv, já era!
domingo, 25 de agosto de 2013
Confissões de agosto
Ando orgulhosa de mim.
Surpresa ao me enxergar enfrentando os medos mais antigos (com a dignidade e a coragem nunca antes imaginada), tirando de letras problemas de convívio no trabalho (mesmo com a indignação estrangulando a própria garganta e quase fazendo o mesmo na garganta alheia) e superando as decepções tão doloridas que agosto me trouxe (e como!).
Confesso que nem sei de onde surgiram as respostas para o que, de repente, se fez pronto.
Chorei, mas me libertei.
Dividi angústias e me senti mais leve.
Aprendi que carregar o fardo sozinha não é atitude das mais corajosas.
Às vezes, torna-se covardia o medo de compartilhar.
Não faz bem equilibrar o mundo nas costas.
Aceitei o incompreensível, até mesmo o inaceitável pra muitos.
Ainda descobrindo as consequências dessas respostas.
Detestando o efeito da ansiedade sobre meu sono.
Para quem se acha calma e tranquila, levar uma rasteira de si mesma é o golpe maior.
Quero voltar a dormir com a leveza que sempre me acompanhou.
Mas preciso saber onde piso pra depois descansar.
Tentando entender a demanda da vida pra mim, o que me custa o sono e uma expectativa gigante!
Tentando decifrar as incógnitas, que juro, estão longe de se fazerem ler!
Em agosto abracei a amizade, esqueci os traumas. Ou ao menos tentei.
Resisti, persisti e venci: sem recaídas, sem deslizes, por mais que o coração me envolvesse e tentasse convencer do contrário.
Não sucumbi ao pedidos mais íntimos.
Não voltei ao comportamento doentio de antes. Curei!
Ando orgulhosa de mim: Agosto me fez dançar.
Senti um bem estar indescritível que nem o cansaço da semana conseguiu derrubar.
O mês ainda não terminou e sei que os dias que virão, com certeza me trarão mais surpresas.
Mas continuo orgulhosa de mim, por que nunca fui tantas assim: indecisa, corajosa, descrente, firme, chorosa, alegre, pronta e inacabada.
Orgulhosa por ser assim, imperfeita.
Aceitar-se é o primeiro passo para ser uma pessoa melhor.
Feliz por estar no caminho.
Surpresa ao me enxergar enfrentando os medos mais antigos (com a dignidade e a coragem nunca antes imaginada), tirando de letras problemas de convívio no trabalho (mesmo com a indignação estrangulando a própria garganta e quase fazendo o mesmo na garganta alheia) e superando as decepções tão doloridas que agosto me trouxe (e como!).
Confesso que nem sei de onde surgiram as respostas para o que, de repente, se fez pronto.
Chorei, mas me libertei.
Dividi angústias e me senti mais leve.
Aprendi que carregar o fardo sozinha não é atitude das mais corajosas.
Às vezes, torna-se covardia o medo de compartilhar.
Não faz bem equilibrar o mundo nas costas.
Aceitei o incompreensível, até mesmo o inaceitável pra muitos.
Ainda descobrindo as consequências dessas respostas.
Detestando o efeito da ansiedade sobre meu sono.
Para quem se acha calma e tranquila, levar uma rasteira de si mesma é o golpe maior.
Quero voltar a dormir com a leveza que sempre me acompanhou.
Mas preciso saber onde piso pra depois descansar.
Tentando entender a demanda da vida pra mim, o que me custa o sono e uma expectativa gigante!
Tentando decifrar as incógnitas, que juro, estão longe de se fazerem ler!
Em agosto abracei a amizade, esqueci os traumas. Ou ao menos tentei.
Resisti, persisti e venci: sem recaídas, sem deslizes, por mais que o coração me envolvesse e tentasse convencer do contrário.
Não sucumbi ao pedidos mais íntimos.
Não voltei ao comportamento doentio de antes. Curei!
Ando orgulhosa de mim: Agosto me fez dançar.
Senti um bem estar indescritível que nem o cansaço da semana conseguiu derrubar.
O mês ainda não terminou e sei que os dias que virão, com certeza me trarão mais surpresas.
Mas continuo orgulhosa de mim, por que nunca fui tantas assim: indecisa, corajosa, descrente, firme, chorosa, alegre, pronta e inacabada.
Orgulhosa por ser assim, imperfeita.
Aceitar-se é o primeiro passo para ser uma pessoa melhor.
Feliz por estar no caminho.
domingo, 11 de agosto de 2013
Já paguei!
Paguei meus pecados, sem dúvida.
Noite mal dormida de véspera, com direito a festinha no andar de cima até altas horas,
ligação de interfone pedindo pra abaixar o som (ai que velha!),
alarme de carro acionado madrugada a dentro sem um dono sequer se mobilizar para desligá-lo,
e despertar cedo - muito cedo para quem dormiu tão pouco- e encarar uma viagem em temperaturas congelantes para meu pobre coxim adiposo. (Maldito ar!)
A volta: ônibus lotado, poltrona na frente do banheiro, um calor insuportável, choro e choro na orelha, um cheiro medonho e um moço de gosto musical duvidoso ouvindo funk em volume elevado no celular e se fingindo de besta, quando eu pedia pra abaixar o volume.
Interminável viagem!
Valeu? Muito.
Missa de manhã cedinho com meu pai, almoço em família, com direito a roubar batata-frita do prato alheio.
Cochilo de tarde, tv e edredom sábado á noite, leitura do jornal na mesa do café, picolé de sobremesa e suco de fruta natural.
Já que expiei meus pecados, penitenciei meus erros, aproveitei sem culpa tudo que um dia ligeiro de permanência me proporcionou.
De alma lavada e espírito contrito, começo a semana mais leve.
Conta paga, sem dívidas.
Noite mal dormida de véspera, com direito a festinha no andar de cima até altas horas,
ligação de interfone pedindo pra abaixar o som (ai que velha!),
alarme de carro acionado madrugada a dentro sem um dono sequer se mobilizar para desligá-lo,
e despertar cedo - muito cedo para quem dormiu tão pouco- e encarar uma viagem em temperaturas congelantes para meu pobre coxim adiposo. (Maldito ar!)
A volta: ônibus lotado, poltrona na frente do banheiro, um calor insuportável, choro e choro na orelha, um cheiro medonho e um moço de gosto musical duvidoso ouvindo funk em volume elevado no celular e se fingindo de besta, quando eu pedia pra abaixar o volume.
Interminável viagem!
Valeu? Muito.
Missa de manhã cedinho com meu pai, almoço em família, com direito a roubar batata-frita do prato alheio.
Cochilo de tarde, tv e edredom sábado á noite, leitura do jornal na mesa do café, picolé de sobremesa e suco de fruta natural.
Já que expiei meus pecados, penitenciei meus erros, aproveitei sem culpa tudo que um dia ligeiro de permanência me proporcionou.
De alma lavada e espírito contrito, começo a semana mais leve.
Conta paga, sem dívidas.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Ih! Ficou pra titia...
Ih! Ficou pra titia!
Mas que alegria!
Melhor notícia não há!
A tia é o que tem de maior
entre a mãe a avó!
O melhor das duas porções.
O convite da praia? É da tia.
O cinema, a piscina? Chama minha tia?
A tia é a companhia
do desenho e da pipoca.
A tia não se importa
da fazer do colo, travesseiro.
Tia passa o dia inteiro
na bagunça, na coberta.
Tia também acoberta
sonhos e segredos.
Tia é mãe emprestada,
sem a obrigação de educar.
Tia é colega de farra,
dá bronca só se precisar,
porque para tia o que vale
é aquele grande sorriso,
que escolhe sua presença,
que brinca sem muito juízo.
Tia é companheira,
conselheira,
cozinheira de mentira,
que cuida, abraça e aperta,
faz cócegas na barriga.
Irmã mais velha,
amiga de travessuras,
diversão garantida,
sempre, sem censuras.
Anjo da guarda,
proteção e carinho.
Tia é abrigo e muitos beijinhos!
Tia é uma festa!
Que bom ficar pra titia!
Quero muito todo dia esta árdua alegria.
Mas que alegria!
Melhor notícia não há!
A tia é o que tem de maior
entre a mãe a avó!
O melhor das duas porções.
O convite da praia? É da tia.
O cinema, a piscina? Chama minha tia?
A tia é a companhia
do desenho e da pipoca.
A tia não se importa
da fazer do colo, travesseiro.
Tia passa o dia inteiro
na bagunça, na coberta.
Tia também acoberta
sonhos e segredos.
Tia é mãe emprestada,
sem a obrigação de educar.
Tia é colega de farra,
dá bronca só se precisar,
porque para tia o que vale
é aquele grande sorriso,
que escolhe sua presença,
que brinca sem muito juízo.
Tia é companheira,
conselheira,
cozinheira de mentira,
que cuida, abraça e aperta,
faz cócegas na barriga.
Irmã mais velha,
amiga de travessuras,
diversão garantida,
sempre, sem censuras.
Anjo da guarda,
proteção e carinho.
Tia é abrigo e muitos beijinhos!
Tia é uma festa!
Que bom ficar pra titia!
Quero muito todo dia esta árdua alegria.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
A Rosa
Fechei-me em pétalas.
Como rosa que não desabrocha.
Fechei-me ao sol,
Recusei o orvalho,
Ignorei a bruma da manhã.
Declinei ao convite do dia.
Fui botão que não abre,
fui flor que não nasce.
Fechei-me em pétalas,
poque não quis mais ser jardim.
Encolhi-me na cor das flores,
escondi-me no pequeno espaço das cores.
Fechei-me em pétalas,
recusei desabrochar.
Porque achei que o perfume era muito
para plateia tão pouca.
Porque o espetáculo era rico
num jardim tão pobre...
Fechei-me em pétalas
porque feri-me em espinhos.
Vítima dos insetos, do terreno infértil,
preferi calar.
Fechei-me em pétalas porque fui preterida do buquê.
Flor sozinha do jardim,
assim, qual botão que se fechou, murchou, morreu.
Fechei-me em pétalas porque faltou água, faltou luz.
Porque o dia se fez-se sombra,
O temporal ruiu o encanto
Acabou-se a chance de tornar a ser flor.
Fechei-me em pétalas na singeleza de quem descansa.
Na expectativa de quem dorme.
De quem sabe que no dia seguinte
haverá uma centelha de oportunidade.
Como rosa que não desabrocha.
Fechei-me ao sol,
Recusei o orvalho,
Ignorei a bruma da manhã.
Declinei ao convite do dia.
Fui botão que não abre,
fui flor que não nasce.
Fechei-me em pétalas,
poque não quis mais ser jardim.
Encolhi-me na cor das flores,
escondi-me no pequeno espaço das cores.
Fechei-me em pétalas,
recusei desabrochar.
Porque achei que o perfume era muito
para plateia tão pouca.
Porque o espetáculo era rico
num jardim tão pobre...
Fechei-me em pétalas
porque feri-me em espinhos.
Vítima dos insetos, do terreno infértil,
preferi calar.
Fechei-me em pétalas porque fui preterida do buquê.
Flor sozinha do jardim,
assim, qual botão que se fechou, murchou, morreu.
Fechei-me em pétalas porque faltou água, faltou luz.
Porque o dia se fez-se sombra,
O temporal ruiu o encanto
Acabou-se a chance de tornar a ser flor.
Fechei-me em pétalas na singeleza de quem descansa.
Na expectativa de quem dorme.
De quem sabe que no dia seguinte
haverá uma centelha de oportunidade.
domingo, 28 de julho de 2013
Coragem
Hoje eu preciso de coragem.
Quem puder ceder a própria em meu benefício, por favor, o faça!
Quero a coragem de sair da cama,
de pular pra fora, sem a preguiça que o domingo dá.
Quero a coragem de mudar de planos, de trocar de metas, de substituir funções.
Coragem de gritar ao mundo um tanto de verdades,
que eu insisto em calar, para não provocar discórdia.
Quero a coragem de quem enfrenta o frio, sem pudor, sem roupas.
A coragem de quem vai pra cozinha, mesmo sem saber cozinhar.
Coragem de quem esquece propositadamente os compromissos que chateiam.
Coragem de quem esquece as chateações com o propósito de se presentear.
Quero a coragem dos fins e dos começos.
A coragem, principalmente, dos recomeços.
Coragem de fazer os pensamentos alcançar alturas!
De cantar bem alto e espantar tristezas, sem receio de desafinar.
Coragem de chorar em público, de mostrar ao mundo o que eu não posso aceitar.
A coragem que faz ser forte, que dá um norte, que traga sorte para mim.
Coragem de saltar sem redes, sem temer a queda.
Enfrentar as feras, se vestir pra guerra, desmontar as máscaras.
Hoje eu preciso da coragem alheia.
Preciso da coragem que sobra para me emprestar.
Quem puder ceder a própria em meu benefício, por favor, o faça!
Quero a coragem de sair da cama,
de pular pra fora, sem a preguiça que o domingo dá.
Quero a coragem de mudar de planos, de trocar de metas, de substituir funções.
Coragem de gritar ao mundo um tanto de verdades,
que eu insisto em calar, para não provocar discórdia.
Quero a coragem de quem enfrenta o frio, sem pudor, sem roupas.
A coragem de quem vai pra cozinha, mesmo sem saber cozinhar.
Coragem de quem esquece propositadamente os compromissos que chateiam.
Coragem de quem esquece as chateações com o propósito de se presentear.
Quero a coragem dos fins e dos começos.
A coragem, principalmente, dos recomeços.
Coragem de fazer os pensamentos alcançar alturas!
De cantar bem alto e espantar tristezas, sem receio de desafinar.
Coragem de chorar em público, de mostrar ao mundo o que eu não posso aceitar.
A coragem que faz ser forte, que dá um norte, que traga sorte para mim.
Coragem de saltar sem redes, sem temer a queda.
Enfrentar as feras, se vestir pra guerra, desmontar as máscaras.
Hoje eu preciso da coragem alheia.
Preciso da coragem que sobra para me emprestar.
A mala
Era uma mala grande.
Praticamente um baú.
Ficava guardada no porão, mantida lacrada, fechada.
Lá dentro havia lembranças, recordações, antiguidades.
Fora esquecida lá durante muito tempo.
Não se lembrava mais o que de importante havia nela.
Até que um certo dia, numa limpeza local,
alguém removeu o lacre.
Arrastada, e aberta, a mala foi devastada.
O pó foi retirado, as teias de aranhas removidas, o cheiro de umidade secou.
De dentro saíram perfumes.
Odores de uma época que não voltariam mais.
Saiu também um grito acompanhando de um choro baixinho.
Saíram aromas de flores, imagens de gente querida,
pessoas deixadas pela vida, que o tempo largou pra trás,
que foram levadas pra longe, pra nunca mais.
Saíram ainda vaga lumes, pequenas borboletas coloridas,
barulhos de gargalhadas, de conversas animadas na cozinha.
Sons de crianças brincando, de segredos bem pertinho do ouvido,
um abraço apertado, um beijo demorado, um carinho na face, flashes de imagens,
uma música leve, suave, ao fundo, embalando a descoberta da mala esquecida.
Depois disso, a mala então ficou vazia.
Como vazio ficou o peito do dono da mala.
As lembranças se espalharam pelo porão,
fugiram pelas frestas da casa,
e delas, nunca mais se ouviu falar.
Guardo comigo ainda lembranças queridas.
Permaneço com elas ao lado, bem perto,
escondidas, porém á mostra.
Não quero perdê-las de vista.
Não quero guardá-las na mala.
Não quero se percam no porão, nem que se espalhem pelo vento
ou que vão embora para sempre.
Mesmo que pra isso eu chore, cada vez que visite minhas memórias,
cada vez que releia textos, cartas e mensagens.
Mesmo que pareça apego ao passado.
Mesmo que pareça tristeza a minha nostalgia
ou que embote um pouquinho meu dia,
nublando de leve minha alegria.
Quero uma caixinha cheia,
na cabeceira da cama.
Que eu possa respirar de vez em quando,
sem compromisso, mas com o peito cheio de boas recordações.
Mesmo que traga de volta sentimentos já esquecidos, embrulhados há tempos...
Como hoje.
Praticamente um baú.
Ficava guardada no porão, mantida lacrada, fechada.
Lá dentro havia lembranças, recordações, antiguidades.
Fora esquecida lá durante muito tempo.
Não se lembrava mais o que de importante havia nela.
Até que um certo dia, numa limpeza local,
alguém removeu o lacre.
Arrastada, e aberta, a mala foi devastada.
O pó foi retirado, as teias de aranhas removidas, o cheiro de umidade secou.
De dentro saíram perfumes.
Odores de uma época que não voltariam mais.
Saiu também um grito acompanhando de um choro baixinho.
Saíram aromas de flores, imagens de gente querida,
pessoas deixadas pela vida, que o tempo largou pra trás,
que foram levadas pra longe, pra nunca mais.
Saíram ainda vaga lumes, pequenas borboletas coloridas,
barulhos de gargalhadas, de conversas animadas na cozinha.
Sons de crianças brincando, de segredos bem pertinho do ouvido,
um abraço apertado, um beijo demorado, um carinho na face, flashes de imagens,
uma música leve, suave, ao fundo, embalando a descoberta da mala esquecida.
Depois disso, a mala então ficou vazia.
Como vazio ficou o peito do dono da mala.
As lembranças se espalharam pelo porão,
fugiram pelas frestas da casa,
e delas, nunca mais se ouviu falar.
Guardo comigo ainda lembranças queridas.
Permaneço com elas ao lado, bem perto,
escondidas, porém á mostra.
Não quero perdê-las de vista.
Não quero guardá-las na mala.
Não quero se percam no porão, nem que se espalhem pelo vento
ou que vão embora para sempre.
Mesmo que pra isso eu chore, cada vez que visite minhas memórias,
cada vez que releia textos, cartas e mensagens.
Mesmo que pareça apego ao passado.
Mesmo que pareça tristeza a minha nostalgia
ou que embote um pouquinho meu dia,
nublando de leve minha alegria.
Quero uma caixinha cheia,
na cabeceira da cama.
Que eu possa respirar de vez em quando,
sem compromisso, mas com o peito cheio de boas recordações.
Mesmo que traga de volta sentimentos já esquecidos, embrulhados há tempos...
Como hoje.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Tudo certo?
Fazer tudo certo não é uma virtude.
Acho que, além de ser defeito, vem a ser também castigo.
Passar a vida cumprindo regras, normas, horários, ordens e pedidos
transforma os cumpridores em escravos.
Escravos dos outros e de si mesmo.
Espera-se sempre uma postura exemplar, uma frase de efeito,
uma atitude ponderada, uma fala certa, uma resposta agradável,
um roteiro programado e calculado e, invariavelmente,
tudo regado a bons modos e educação impecável.
Quem faz tudo certo, perde a chance de aprender com o erro,
de mudar de lado, de provar o bom e o ruim e depois,
decidir calmamente, após a experiência consumada, se faz ou não sentido a própria escolha.
Quem faz tudo certo vive algemado.
Preso a padrões e à conjecturas.
Preso a si mesmo: uma mão presa á outra, sempre, sem poder um aceno sequer dar.
Quem faz tudo certo, quando erra uma única vez, leva açoite.
Carrega a culpa do mundo, tem o nome maculado, a reputação pichada,
o rosto ferido e a alma jogada na lama.
Quem faz tudo certo vive amedrontado com a sombra do erro.
Porque sabe que um simples deslize pode ser fatal!
Quem quer fazer tudo certo, faz mesmo, é tudo errado!
Vai viver acuado, se castigando perpetuamente por não conseguir fazer diferente,
como o resto do mundo faz, assim, sem culpa, sem ressentimento.
Vai viver dando desculpa, porque nunca vai se confrontar com o erro.
Vai, com a cabeça no travesseiro, choramingar a falha, reconstruir mentalmente todas a possibilidades de conserto e por fim, sem dormir direito, custar a esquecer.
Quem faz tudo certo tem uma mordaça na boca: tem o grito calado, a voz abafada, um remorso gigante, uma culpa perene, um esforço de fuga para o lado contrário, sem conseguir sair do lugar.
Quem faz tudo certo carrega o próprio chicote.
Se tiver um pouco de sorte, se autoflagela sem se machucar.
Acho que, além de ser defeito, vem a ser também castigo.
Passar a vida cumprindo regras, normas, horários, ordens e pedidos
transforma os cumpridores em escravos.
Escravos dos outros e de si mesmo.
Espera-se sempre uma postura exemplar, uma frase de efeito,
uma atitude ponderada, uma fala certa, uma resposta agradável,
um roteiro programado e calculado e, invariavelmente,
tudo regado a bons modos e educação impecável.
Quem faz tudo certo, perde a chance de aprender com o erro,
de mudar de lado, de provar o bom e o ruim e depois,
decidir calmamente, após a experiência consumada, se faz ou não sentido a própria escolha.
Quem faz tudo certo vive algemado.
Preso a padrões e à conjecturas.
Preso a si mesmo: uma mão presa á outra, sempre, sem poder um aceno sequer dar.
Quem faz tudo certo, quando erra uma única vez, leva açoite.
Carrega a culpa do mundo, tem o nome maculado, a reputação pichada,
o rosto ferido e a alma jogada na lama.
Quem faz tudo certo vive amedrontado com a sombra do erro.
Porque sabe que um simples deslize pode ser fatal!
Quem quer fazer tudo certo, faz mesmo, é tudo errado!
Vai viver acuado, se castigando perpetuamente por não conseguir fazer diferente,
como o resto do mundo faz, assim, sem culpa, sem ressentimento.
Vai viver dando desculpa, porque nunca vai se confrontar com o erro.
Vai, com a cabeça no travesseiro, choramingar a falha, reconstruir mentalmente todas a possibilidades de conserto e por fim, sem dormir direito, custar a esquecer.
Quem faz tudo certo tem uma mordaça na boca: tem o grito calado, a voz abafada, um remorso gigante, uma culpa perene, um esforço de fuga para o lado contrário, sem conseguir sair do lugar.
Quem faz tudo certo carrega o próprio chicote.
Se tiver um pouco de sorte, se autoflagela sem se machucar.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Pior defeito
Pior defeito?
Na minha opinião, o preconceito.
Não há explicação que justifique
o julgamento inoportuno.
Não há definição que convença.
Nem inteligência que resista.
Por mim, cai por terra
qualquer chance de contestação.
Alguém, acaso, pode ser medido
pela cor da pele que tem?
Ou se pode definir o bem ou o mal
pela escolha sexual?
Se a pobreza define índole,
se riqueza escolhe caráter,
perde-se por completo
a ideia de humano de alguém.
Se a diferença de raça afasta,
se o tamanho provoca arestas,
perdoe-me, mas não presta
este tipo de avaliação.
Se o viciado não tem conserto,
se o presidiário não tem recuperação,
é melhor desistir então,
de vez, da humanidade inteira.
Cheia de gente diversa,
caras e cores,
tamanhos e ares,
pesos e planos tão variantes.
Pra mim, o pior defeito, é gente ignorante...
Que não compreende que a graça está na diversidade,
que não interessa posição social ou idade...
São apenas pequenos detalhes.
Não importa se não vê; o importante é o que se sente.
Não precisa andar, se as palavras atravessam distâncias.
Não precisa falar quando os gestos denunciam e falam por sí só.
Há lugar para o grande e o pequeno, neste mundo, espaço vasto.
A essência vai muito além da aparência.
E o valor, muito além do espelho.
Triste é saber que esse mal ainda existe.
Na minha opinião, o preconceito.
Não há explicação que justifique
o julgamento inoportuno.
Não há definição que convença.
Nem inteligência que resista.
Por mim, cai por terra
qualquer chance de contestação.
Alguém, acaso, pode ser medido
pela cor da pele que tem?
Ou se pode definir o bem ou o mal
pela escolha sexual?
Se a pobreza define índole,
se riqueza escolhe caráter,
perde-se por completo
a ideia de humano de alguém.
Se a diferença de raça afasta,
se o tamanho provoca arestas,
perdoe-me, mas não presta
este tipo de avaliação.
Se o viciado não tem conserto,
se o presidiário não tem recuperação,
é melhor desistir então,
de vez, da humanidade inteira.
Cheia de gente diversa,
caras e cores,
tamanhos e ares,
pesos e planos tão variantes.
Pra mim, o pior defeito, é gente ignorante...
Que não compreende que a graça está na diversidade,
que não interessa posição social ou idade...
São apenas pequenos detalhes.
Não importa se não vê; o importante é o que se sente.
Não precisa andar, se as palavras atravessam distâncias.
Não precisa falar quando os gestos denunciam e falam por sí só.
Há lugar para o grande e o pequeno, neste mundo, espaço vasto.
A essência vai muito além da aparência.
E o valor, muito além do espelho.
Triste é saber que esse mal ainda existe.
sábado, 20 de julho de 2013
Se eu pudesse...
Se eu pudesse, apagaria.
Borracha gigante na memória.
Lembranças bobas,
pessoas desimportantes,
aqueles pequenos instantes
que não se quer mais lembrar.
Se eu pudesse, apagaria.
Aquele convite,
aquele chilique,
a resposta atravessada,
a pergunta mal elaborada,
a pessoa mal amada
que cruzou o meu caminho.
Se eu pudesse, retiraria
do acervo de lembranças,
os medos de criança,
a rejeição da adolescência,
todos os credos e crenças
que hoje eu sei,
não valem mais.
Se eu pudesse, apagaria
a mágoa, a lágrima,
a vaia, o choro,
o grito, os loucos,
os vários momentos,
que ainda não entendo.
Os motivos que não compreendo,
e que quero nunca compreender.
Se eu pudesse, apagaria.
A casa, o nome, o rosto.
A ideia, a roupa, o posto.
A capa, a língua, o corpo.
Hoje, se eu pudesse,
mudava de mundo também...
Borracha gigante na memória.
Lembranças bobas,
pessoas desimportantes,
aqueles pequenos instantes
que não se quer mais lembrar.
Se eu pudesse, apagaria.
Aquele convite,
aquele chilique,
a resposta atravessada,
a pergunta mal elaborada,
a pessoa mal amada
que cruzou o meu caminho.
Se eu pudesse, retiraria
do acervo de lembranças,
os medos de criança,
a rejeição da adolescência,
todos os credos e crenças
que hoje eu sei,
não valem mais.
Se eu pudesse, apagaria
a mágoa, a lágrima,
a vaia, o choro,
o grito, os loucos,
os vários momentos,
que ainda não entendo.
Os motivos que não compreendo,
e que quero nunca compreender.
Se eu pudesse, apagaria.
A casa, o nome, o rosto.
A ideia, a roupa, o posto.
A capa, a língua, o corpo.
Hoje, se eu pudesse,
mudava de mundo também...
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Favores
Cansada de quebrar galhos,
troncos e árvores inteiras.
Cansada de tantos favores.
Cansada de servir pro serviço.
Cansada de nunca ter nada em troca.
Cansada do trabalho braçal,
dos problemas dos outros,
do trabalho dos outros,
dos programas dos outros.
Cansada.
Hoje eu pedi arrebatamento.
No meu lugar vai ficar apenas um buraco,
um espaço em branco,
uma lacuna pequena,
uma janela,
e talvez, saudade,
de quem só fazia favores.
troncos e árvores inteiras.
Cansada de tantos favores.
Cansada de servir pro serviço.
Cansada de nunca ter nada em troca.
Cansada do trabalho braçal,
dos problemas dos outros,
do trabalho dos outros,
dos programas dos outros.
Cansada.
Hoje eu pedi arrebatamento.
No meu lugar vai ficar apenas um buraco,
um espaço em branco,
uma lacuna pequena,
uma janela,
e talvez, saudade,
de quem só fazia favores.
domingo, 14 de julho de 2013
Cada um com seu cada um.
Vejo graça como as pessoas, de uma forma geral, se preocupam com os médicos.
Acredito que seja uma atenção desproporcional á classe.
Nem merecemos tanto!
Preocupam-se com o quanto que ganham os médicos, se merecem ou não o valor que recebem, se tem carro do ano, se viajam para o exterior, se moram em prédios chiques, se têm casa própria, enfim.
Crucificam aqueles que recusam ir ás estâncias mais longínquas para atender, que recusam os "altos salários" oferecidos para trabalhar em locais onde ninguém quer trabalhar, chamam de mercenários, de "playboys e patricinhas".
Especulações das mais descabidas.
As reivindicações da classe são legítimas: por melhores condições de trabalho, por uma remuneração condizente com a importância e a extensão do que realizam, por respeito.
Cada um que lute pelo sua própria causa.
Cada um que lute pela sua classe.
É um direito que cada um tem.
Achincalhar a luta alheia é perversidade.
Só quem vive a medicina do SUS do país e sente na pele (e na alma) os efeitos que ela produz , pode levantar a voz para bradar algo a respeito.
Quem nunca abriu um livro de medicina, nunca passou horas estudando, perdeu noites por isso, nunca ficou 12, 24, 36 ou 48 horas trabalhando, com períodos mínimos de descanso- me perdoem- não tem direito a falar.
Opiniões só contam com embasamento, com experiência. "Achismos" não tem valor.
Se os altos salários fossem realidade, as pessoas estariam se estapeando para ir ao encontro da proposta imperdível.
Se as condições de trabalho fossem boas, as pessoas jamais pediriam demissões de seus empregos e seria fácil encontrar substitutos para aqueles que partiram.
É tão simples compreender, que fica pedante seguir explicando. É óbvio e ululante.
Acontece que, além do trabalho extenuante - porque a população a ser atendida excede (muito) em número a totalidade de vagas que o sistema oferece- ainda há a incapacidade de resolução dos problemas que aparecem. Não por falta de médicos, mas por falta de leitos, de medicações, de laboratórios, de exames, de lençóis, de sabão para lavar as mãos e papel toalha para secá-las.
Fica difícil aceitar a morte de alguém toda semana, todo dia, por não ter estrutura para manter a vida, mesmo que o salário seja gordo.
Fica difícil aceitar um emprego e ser assaltado na porta de entrada, receber ameaças dos usuários que comandam as "bocas" e determinam quem sai e quem entra no bairro.
Fica difícil trabalhar quando o salário atrasa e se torna necessário mais 2 ou 3 empregos para pagar as contas de casa.
Medicina é dom, arte, ciência, mas não é sacerdócio.
E sacerdotes (padres e pastores) também têm salário, para quem não sabe.
Faz-se sim, por gosto e por amor, mas apenas gosto e amor não pagam as dívidas, tampouco põe comida na mesa.
Outros tantos profissionais também sofrem as consequências da miséria deste país: policiais que escondem a farda para preservar a própria vida e a família, que aceitam "bicos" como segurança, porque o salário é insuficiente para manter os custos; professores que são destratados com um pagamento de fome, acumulam vínculos empregatícios para pagar as contas e ficam cara a cara com a pobreza, a falta de respeito e um sistema de educação falho e mal organizado.
Cada um tem o direito (e o dever) de lutar pela própria causa.
Buscar melhorias para si e para a classe a qual pertence.
Já comprei remédio para paciente que não tinha dinheiro para se tratar, já internei porque não tinha comida em casa, atendi mesmo sabendo que não havia lugar para o paciente permanecer, troquei medicamento porque o desejável estava em falta, fiz gambiarra em respirador para que funcionasse e rezei, rezei muito para que Deus tivesse misericórdia de todos nós.
É um país gigante, com uma distribuição de renda injusta, uma desigualdade social gritante e políticos corruptos que se beneficiam da pobreza da população.
A classe médica é apenas mais uma a ser pisada e quer, de alguma forma, fazer valer o direito que tem (ou quer ter).
A crítica gratuita é desnecessária. Seja por inveja ou recalque, também não sei, não importa.
As faculdades estão aí: públicas, particulares, de portas abertas a quem quiser entrar na medicina.
E diga-se de passagem , a trabalhar para o governo de forma obrigatória por 2 anos.
Qualquer um pode. É só querer. Desistir sem tentar é no mínimo covardia.
Depois, de passar por tudo, de experienciar cada situação, cada dia, mês e ano, pode sim falar à vontade, com embasamento e verdade.
Por enquanto, cada um tomando conta da sua própria ocupação, já é suficiente.
Acredito que seja uma atenção desproporcional á classe.
Nem merecemos tanto!
Preocupam-se com o quanto que ganham os médicos, se merecem ou não o valor que recebem, se tem carro do ano, se viajam para o exterior, se moram em prédios chiques, se têm casa própria, enfim.
Crucificam aqueles que recusam ir ás estâncias mais longínquas para atender, que recusam os "altos salários" oferecidos para trabalhar em locais onde ninguém quer trabalhar, chamam de mercenários, de "playboys e patricinhas".
Especulações das mais descabidas.
As reivindicações da classe são legítimas: por melhores condições de trabalho, por uma remuneração condizente com a importância e a extensão do que realizam, por respeito.
Cada um que lute pelo sua própria causa.
Cada um que lute pela sua classe.
É um direito que cada um tem.
Achincalhar a luta alheia é perversidade.
Só quem vive a medicina do SUS do país e sente na pele (e na alma) os efeitos que ela produz , pode levantar a voz para bradar algo a respeito.
Quem nunca abriu um livro de medicina, nunca passou horas estudando, perdeu noites por isso, nunca ficou 12, 24, 36 ou 48 horas trabalhando, com períodos mínimos de descanso- me perdoem- não tem direito a falar.
Opiniões só contam com embasamento, com experiência. "Achismos" não tem valor.
Se os altos salários fossem realidade, as pessoas estariam se estapeando para ir ao encontro da proposta imperdível.
Se as condições de trabalho fossem boas, as pessoas jamais pediriam demissões de seus empregos e seria fácil encontrar substitutos para aqueles que partiram.
É tão simples compreender, que fica pedante seguir explicando. É óbvio e ululante.
Acontece que, além do trabalho extenuante - porque a população a ser atendida excede (muito) em número a totalidade de vagas que o sistema oferece- ainda há a incapacidade de resolução dos problemas que aparecem. Não por falta de médicos, mas por falta de leitos, de medicações, de laboratórios, de exames, de lençóis, de sabão para lavar as mãos e papel toalha para secá-las.
Fica difícil aceitar a morte de alguém toda semana, todo dia, por não ter estrutura para manter a vida, mesmo que o salário seja gordo.
Fica difícil aceitar um emprego e ser assaltado na porta de entrada, receber ameaças dos usuários que comandam as "bocas" e determinam quem sai e quem entra no bairro.
Fica difícil trabalhar quando o salário atrasa e se torna necessário mais 2 ou 3 empregos para pagar as contas de casa.
Medicina é dom, arte, ciência, mas não é sacerdócio.
E sacerdotes (padres e pastores) também têm salário, para quem não sabe.
Faz-se sim, por gosto e por amor, mas apenas gosto e amor não pagam as dívidas, tampouco põe comida na mesa.
Outros tantos profissionais também sofrem as consequências da miséria deste país: policiais que escondem a farda para preservar a própria vida e a família, que aceitam "bicos" como segurança, porque o salário é insuficiente para manter os custos; professores que são destratados com um pagamento de fome, acumulam vínculos empregatícios para pagar as contas e ficam cara a cara com a pobreza, a falta de respeito e um sistema de educação falho e mal organizado.
Cada um tem o direito (e o dever) de lutar pela própria causa.
Buscar melhorias para si e para a classe a qual pertence.
Já comprei remédio para paciente que não tinha dinheiro para se tratar, já internei porque não tinha comida em casa, atendi mesmo sabendo que não havia lugar para o paciente permanecer, troquei medicamento porque o desejável estava em falta, fiz gambiarra em respirador para que funcionasse e rezei, rezei muito para que Deus tivesse misericórdia de todos nós.
É um país gigante, com uma distribuição de renda injusta, uma desigualdade social gritante e políticos corruptos que se beneficiam da pobreza da população.
A classe médica é apenas mais uma a ser pisada e quer, de alguma forma, fazer valer o direito que tem (ou quer ter).
A crítica gratuita é desnecessária. Seja por inveja ou recalque, também não sei, não importa.
As faculdades estão aí: públicas, particulares, de portas abertas a quem quiser entrar na medicina.
E diga-se de passagem , a trabalhar para o governo de forma obrigatória por 2 anos.
Qualquer um pode. É só querer. Desistir sem tentar é no mínimo covardia.
Depois, de passar por tudo, de experienciar cada situação, cada dia, mês e ano, pode sim falar à vontade, com embasamento e verdade.
Por enquanto, cada um tomando conta da sua própria ocupação, já é suficiente.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Esconderijo
Hoje estou me escondendo.
Não quero amizades fortuitas,
programas inusitados,
gente de personalidades múltiplas,
situações descontroladas,
misancene social.
Hoje estou me escondendo
da falta de espaço que eu criei.
Na minha casa, na minha vida.
Escondida das discussões,
das brigas, dos confrontos.
Quero sossego!
Não quero ter opinião formada,
não quero defender ponto de vista,
não quero ouvir a outra parte,
a outra da versão da história.
Hoje eu quero o esconderijo,
quero a anulação,
o esquecimento.
Quero me entreter de nada,
encher a cabeça de vazio,
esquecer quanto tudo anda esquisito
e como não sei lidar com estranhezas.
Hoje eu quero a leveza de não ter que enfrentar.
Nada e ninguém.
Não ter que olhar nos olhos,
nem preparar respostas,
não escolher a roupa, a bolsa, o sapato, nada.
No meu esconderijo preciso só disso: de nada.
Hoje estou me escondendo,
porque não quero perguntas,
não quero fazer escolhas.
Quero o sono, sem sonhos,
escuro e denso.
Quero matar o cansaço
com um golpe de cobertor.
E só.
Não quero amizades fortuitas,
programas inusitados,
gente de personalidades múltiplas,
situações descontroladas,
misancene social.
Hoje estou me escondendo
da falta de espaço que eu criei.
Na minha casa, na minha vida.
Escondida das discussões,
das brigas, dos confrontos.
Quero sossego!
Não quero ter opinião formada,
não quero defender ponto de vista,
não quero ouvir a outra parte,
a outra da versão da história.
Hoje eu quero o esconderijo,
quero a anulação,
o esquecimento.
Quero me entreter de nada,
encher a cabeça de vazio,
esquecer quanto tudo anda esquisito
e como não sei lidar com estranhezas.
Hoje eu quero a leveza de não ter que enfrentar.
Nada e ninguém.
Não ter que olhar nos olhos,
nem preparar respostas,
não escolher a roupa, a bolsa, o sapato, nada.
No meu esconderijo preciso só disso: de nada.
Hoje estou me escondendo,
porque não quero perguntas,
não quero fazer escolhas.
Quero o sono, sem sonhos,
escuro e denso.
Quero matar o cansaço
com um golpe de cobertor.
E só.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Missiva cardíaca
Oi, coração!
Depois de tanto tempo, mando notícias.
Sei que ando displicente, na verdade, um pouco ausente,
não tendo tempo para lhe escutar.
Resolvi me afastar porque descobri que não combinamos.
Estamos em diferentes planos, razão e emoção assim, juntas, não vai funcionar.
Escutei seus apelos, uns barulhos estranhos,
uma batidas nervosas, deixei você se acalmar.
Acho que não pensa direito e que aí, dentro do peito, só consegue esbravejar.
Como a parte lógica me cabe, resolvi tomar o controle.
Acredito que assumindo as funções, tudo adiante melhore.
Não reclame da falta de sensibilidade.
Pensa na parte que lhe cabe: manter a vida seguindo.
Agora sou eu quem faz as regras,
quem define quem sai e quem entra,
quem precisa de maior ou menor atenção.
Tentamos dividir as tarefas, mas egoísta, você protesta
e ocupa um espaço maior que deveria ter.
Define tudo sem critério, leva tudo muito a sério,
se machuca com frequência e tenho que ter paciência,
colar todos os cacos, amarrar os seus pedaços,
para, de novo, tudo funcionar.
Cansado de consolar suas mágoas e recolher sua lágrimas.
Sou eu agora quem vai mandar.
Acho melhor mantermos contato restrito,
cartas e mensagens de quando em vez.
Nada de conversas diárias, não quero virar freguês.
Quero continuar dando as ordens
e que você cordialmente obedeça.
Cresça diante dos fatos, aprenda com as consequências de seus atos
e mantenha seu serviço vital.
Não quero mesmo seu mal.
Quero apenas um pouco mais de sossego.
No fundo, eu, cérebro, sinto medo,
dos estragos que você pode causar.
Continuamos, então, amigos, não como antes.
Tentarei levar adiante projetos de um futuro em paz.
Mando um abraço, não muito apertado.
Não quero que fique emocionado com despedidas,
como sempre faz.
Desejo saúde e sucesso, aviso que fico por perto,
pois sei que pode ainda precisar.
Fé
Eu penso assim:
quando a situação fica complicada,
quando nada mais tem jeito,
quando o fim parece se aproximar
e já usei todos os artifícios possíveis para solucionar os gigantescos problemas,
mas mesmo assim tudo foi em vão,
começo a crer que existe um propósito maior (e melhor) para mim reservado por Ele.
Se não for assim, desmorono, desfaleço, esmoreço, desabo.
Como nos últimos dias.
O que estava sendo construído, foi eliminado de forma sórdida;
o que ainda está em construção tem prazo infinito de término;
gente que decepciona, que some, que vai embora;
gente que não é gente, que é minhoca, larva, mas tenho que fingir que é gente e manter uma convivência, no mínimo, educada e sociável;
Mudanças que me assustam, que tiram o tapete sob pés e o sono da cachola...
Dívidas, dúvidas, prerrogativas e interrogações,
planos e frustrações, falta de expectativas e esperança nula.
O que está ruim, piora;
O que está pior, fica mais ridículo ainda...
Nesse momento só contando mesmo com a fé.
Que me leva a crer que deve ser mesmo outra rota, outro caminho o meu.
O cheio de erros, percalços e armadilhas não é meu caminho. É atalho.
Precisando, no momento, de encontrar o itinerário certo.
Usar uma borracha gigante para apagar o falso trajeto e encontrar uma lâmpada para iluminar a escuridão do tempo de agora.
Porque a fé é ainda o único meio que justifica manter-se de pé, cabeça erguida, olhos abertos e ouvidos atentos.
Porque fé e razão não andam juntas e a primeira vai sempre mais adiante que a última.
quando a situação fica complicada,
quando nada mais tem jeito,
quando o fim parece se aproximar
e já usei todos os artifícios possíveis para solucionar os gigantescos problemas,
mas mesmo assim tudo foi em vão,
começo a crer que existe um propósito maior (e melhor) para mim reservado por Ele.
Se não for assim, desmorono, desfaleço, esmoreço, desabo.
Como nos últimos dias.
O que estava sendo construído, foi eliminado de forma sórdida;
o que ainda está em construção tem prazo infinito de término;
gente que decepciona, que some, que vai embora;
gente que não é gente, que é minhoca, larva, mas tenho que fingir que é gente e manter uma convivência, no mínimo, educada e sociável;
Mudanças que me assustam, que tiram o tapete sob pés e o sono da cachola...
Dívidas, dúvidas, prerrogativas e interrogações,
planos e frustrações, falta de expectativas e esperança nula.
O que está ruim, piora;
O que está pior, fica mais ridículo ainda...
Nesse momento só contando mesmo com a fé.
Que me leva a crer que deve ser mesmo outra rota, outro caminho o meu.
O cheio de erros, percalços e armadilhas não é meu caminho. É atalho.
Precisando, no momento, de encontrar o itinerário certo.
Usar uma borracha gigante para apagar o falso trajeto e encontrar uma lâmpada para iluminar a escuridão do tempo de agora.
Porque a fé é ainda o único meio que justifica manter-se de pé, cabeça erguida, olhos abertos e ouvidos atentos.
Porque fé e razão não andam juntas e a primeira vai sempre mais adiante que a última.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Gostos, gestos e gastos.
A vida é feita de gostos.
Há quem goste de conversa, de festas, de badalação.
Outros, preferem o inverso: calma, cautela e tranquilidade.
Há quem não suporte a vaidade.
E quem goste mesmo de um espelho.
Uns do amarelo, outros do azul.
Alguns de gente mansa, outros de gente brava.
Gente gorda, gente magra,
Gente preta, gente alva,
e nem por isso, há certo ou errado.
Há gostos diversos e só.
E que alegria a nossa por assim ser!
A vida é feita também de gestos.
Há quem tenha gestos nobres.
Outros gestos pobres,
vazios de educação ou respeito.
Há quem tenha gestos vagos,
sem motivação, sem destino.
Gestos grandiosos, pequeninos,
gestos de gratidão, de alegria.
Há quem tenha gestos absurdos,
gestos profundos,
gestos de medo,
gestos de dedo,
gestos de segredo.
Os gestos moldam os mundos.
A vida é feita de gastos.
Os que podem muito,
os que podem poucos.
Gastos de paciência,
de elegância,
gastos de gula
ou preguiça.
Gastos de necessidade,
de perversidade,
de honestidade.
A vida é feita de gostos, gestos e gastos.
E assim vamos tentando definir o indefinível.
Há quem goste de conversa, de festas, de badalação.
Outros, preferem o inverso: calma, cautela e tranquilidade.
Há quem não suporte a vaidade.
E quem goste mesmo de um espelho.
Uns do amarelo, outros do azul.
Alguns de gente mansa, outros de gente brava.
Gente gorda, gente magra,
Gente preta, gente alva,
e nem por isso, há certo ou errado.
Há gostos diversos e só.
E que alegria a nossa por assim ser!
A vida é feita também de gestos.
Há quem tenha gestos nobres.
Outros gestos pobres,
vazios de educação ou respeito.
Há quem tenha gestos vagos,
sem motivação, sem destino.
Gestos grandiosos, pequeninos,
gestos de gratidão, de alegria.
Há quem tenha gestos absurdos,
gestos profundos,
gestos de medo,
gestos de dedo,
gestos de segredo.
Os gestos moldam os mundos.
A vida é feita de gastos.
Os que podem muito,
os que podem poucos.
Gastos de paciência,
de elegância,
gastos de gula
ou preguiça.
Gastos de necessidade,
de perversidade,
de honestidade.
A vida é feita de gostos, gestos e gastos.
E assim vamos tentando definir o indefinível.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Poesia da noite
Pelo sim, pelo não,
resolvi aceitar.
Até porque não restava outra opção.
Até porque resolvi repetir aquele refrão
de que existe sim um motivo,
que há sim um fato,
que comprove o improvável,
que confirme o impossível
e que faça o possível ser presente,
se assim for pra ele ser.
Assim, com jeito acanhado,
espírito inibido,
acatei o destino,
que me fez pequenino e só.
Pelo sim, pelo não,
resolvi não reclamar.
Nem fazer piadinhas,
nem zombar do infortúnio,
nem buscar explicações,
nem respostas.
Tranquei todas as portas.
Sem saídas,
sem passagens,
sem aragens,
sem ninguém.
Pelo sim, pelo não,
vou dormir ligeiro.
Encontrar no travesseiro
as dúvidas que eu publiquei,
os convites que aceitei,
os propósitos que recusei,
os sonhos que decepei,
destrocei e escondi debaixo do tapete.
No meu sono, imploro!
Um pouquinho de clemência.
Misericórdia do caminho de pedras
que meus pés voltam a pisar.
Pelo sim, pelo não, boa noite!
Agradeço o fracasso,
o abraço, o despeito,
o encontro, o respeito,
o cansaço, a vergonha,
a piada, a risada,
o atraso, o destino,
a festa, a roça,
a moça que presta
homenagem a saudade,
ao adeus.
resolvi aceitar.
Até porque não restava outra opção.
Até porque resolvi repetir aquele refrão
de que existe sim um motivo,
que há sim um fato,
que comprove o improvável,
que confirme o impossível
e que faça o possível ser presente,
se assim for pra ele ser.
Assim, com jeito acanhado,
espírito inibido,
acatei o destino,
que me fez pequenino e só.
Pelo sim, pelo não,
resolvi não reclamar.
Nem fazer piadinhas,
nem zombar do infortúnio,
nem buscar explicações,
nem respostas.
Tranquei todas as portas.
Sem saídas,
sem passagens,
sem aragens,
sem ninguém.
Pelo sim, pelo não,
vou dormir ligeiro.
Encontrar no travesseiro
as dúvidas que eu publiquei,
os convites que aceitei,
os propósitos que recusei,
os sonhos que decepei,
destrocei e escondi debaixo do tapete.
No meu sono, imploro!
Um pouquinho de clemência.
Misericórdia do caminho de pedras
que meus pés voltam a pisar.
Pelo sim, pelo não, boa noite!
Agradeço o fracasso,
o abraço, o despeito,
o encontro, o respeito,
o cansaço, a vergonha,
a piada, a risada,
o atraso, o destino,
a festa, a roça,
a moça que presta
homenagem a saudade,
ao adeus.
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