sábado, 28 de junho de 2014

Pernas pro ar

O mundo anda de pernas para o ar.
E eu, procuro me segurar em algum lugar.
Porque penso que em algum momento todas as convicções se perdem,
todos os pudores morrem, todas as verdades se transformam em mentiras.
Vale mesmo o vinho, que transforma as pessoas e seus sonhos.
Quero mesmo é dizer que não vou morder as pessoas.
Que acredito que a palavra basta.
Que os desejos sinceros se realizam á medida que a vontade permanece.
E eu permaneço.
Inteira, invicta, acreditando que mesmo com tudo fora de lugar, em algum momento as coisas se ajeitam.
Abraço sincero, para os juízes de plantão.
Julgar é tarefa difícil.
Prefiro me abster.
O mundo continua de pernas para o ar e eu tenho muito medo de que o chão não volte para os meus pés.
Mães que detestam filhos, filhos que matam pais, governo que comete homicídio.


Todo dia nasce nova notícia.
Espero que tudo seja apaziguado.
Ando com medo das novidades que virão.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

11/06/14

Estar desacompanhado amanhã não é uma tragédia.
Não creio que seja decepcionante estar sozinho.
Pior é manter relações de aparência, amparadas em comodidade, 

pelo simples fato de não suportar a solidão.
E quando digo solidão, falo daquela que temos o tempo todo: a de convivermos com nós mesmos.
Só aceita o outro, quem antes se aceita: entende as próprias fraquezas, perdoa os defeitos que percebe em si e enxerga que, dentro das limitações que se tem, pode encontrar conforto na própria companhia.
Só ama o outro quem primeiro se ama.
Só vale o encontro com o outro se antes alguém já se encontrou.
Há tanta gente perdida na vida, sem saber o que procura que, nunca vai achar o que nem sabe que perdeu.
Muitos engatam uma história na outra apenas para não se sentir sozinho.
Outros procuram incessantemente uma pessoa perfeita, que não existe, e vão, de relação em relação, provando e dispensando o que não se encaixa na idealização.
Há quem ainda viva com medo de encontrar no outro a perdição. Porque amar é se perder.
Não é uma tragédia estar só quando se tem o coração cheio, repleto de boas amizades, de pessoas queridas, de recordações agradáveis e planos e sonhos bonitos.
Tristeza é ser ou estar vazio.
A companhia só conta mesmo quando vem com cumplicidade, entendimento, interação de olhares e projetos, temperados com aquele friozinho na barriga e uma palpitação do bem. 
Se assim não for, mesmo acompanhado pode-se sim estar só.
E vazio.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Pizza, coca-cola e bolo de chocolate.

E o dia foi cheio.
Cheio de atendimentos.
Lotado de trabalho.
Cheio de gente simples.
Repleto de pessoas legais.
Cheio de agradecimentos sinceros,
de explicações simples,
de despedidas aliviadas.
Um cansaço honesto.
E para coroar a terça cheia,
recebo em casa pessoas queridas com pizza,
coca-cola e bolo de chocolate.
Alegria, descontração e saudade,
trazendo leveza pra minha noite.
E concluo então, que as coisas boas são assim:
disfarçadas de delícias, escondidas nas motivações sem motivo,
sem cobranças, sem prazos; um conforto de abraço,
de uma conversa animada cheia de pessoas alegres
que compartilham alegria, pizza com coca-cola e bolo de chocolate.


domingo, 1 de junho de 2014

Hoje

Há tempos não via um domingo tão bonito!
Céu azul, quase sem nuvens, temperatura agradável, sol brilhando.
Vi gente curtindo a folga, se divertindo de bicicleta, passeando com amigos, almoçando em família.
Parecia um dia de férias com programação pronta.
Aproveitei então a beleza do dia e agradeci a dádiva de estar viva para vê-lo.
Muitos não tiveram a chance de hoje.
Esqueci que amanhã começa tudo outra vez, que a rotina ás vezes nos massacra e que temos que aceitar certas condições para alcançar, mais adiante, o que se almeja.
Confiei que tudo vai dar certo e agradeci tudo o que teve êxito ou fracassou.
Faz parte subidas e descidas: nenhum caminho é plano.
Então, deixei que o dia lindo fizesse a parte dele: espantasse a preguiça, despistasse as tristezas.
Respirei bem fundo, enchi o peito de coragem e aceitei o presente.
Nem sempre a gente consegue percebê-lo.