segunda-feira, 13 de junho de 2011

Charada


Disse que estava tudo claro e que as notícias eram mesmo boas.
Que a felicidade era companheira e viria com muita prosperidade.
Precisava registrar, mas não sabia como.
Escrever para ninguém entender: esse é o plano!
Pensei que nem chegaria, tamanhos contratempos.
Fui, mas não sei se volto.
Penso que fui só pelo desafio de chegar.
Falou de estabilidade, segurança financeira.
Cabeça confusa, preocupada, estressada... Talvez seja mesmo assim.
Que a pessoa não apareceu por acaso; havia mesmo um propósito de ser. Estava no caminho.
Falou de problemas de saúde: intestinos, estômago, pernas, pescoço, garganta, em alguém não tão distante assim. Nada de gravidade, a princípio. Eu disse: a princípio.
Quem foi para longe não volta. Quem está perto tem surpresa feliz.
Sobre algum imóvel e mudanças no lar. Mais pra frente? Mudança de lar! Sem destino.
Recordações do passado de volta. Novas pessoas e dúvidas. Desavença com alguém querido, querida.. Outra criança a chegar.
Essa primeira parte não faria questão de saber...
Uma menina saudável, apesar das preocupações com saúde.
Mas a decisão sempre é minha. Sou eu quem faço valer. A escolha cabe a mim.
O que me sobrou foi a idéia de deixar anotado sem que ninguém saiba do que se trata.
Amigos queridos, desculpem!
Precisava dessa charada!

Aproveitando Santo Antônio




Pensei sobre os amores e cheguei á conclusão:
todas as formas que tomam,
sejam propositada ou inadvertidamente,
exitem porque assim são.

Por mais que se tente pôr saldo,
dizer que é certo ou errado,
tentar explicação para crer,
o que se sabe a respeito
é que amor não tem defeito,
por mais imperfeito que possa ser.

Amor vive de chama,
mas se é cinza, também faz calor.
O que vale é aquecer o peito,
fazer valer o direito
de quem toma ou dá o valor.

Há cinza que volta a ser chama
e fogo que se apaga com vento.
Por isso afirmo e repito:
amor é o que é que há de ser!
Quem assim pode saber?

Tem quem ame de longe;
Tem quem ame de perto;
Há quem ainda é descrente,
pensa que amar não dá certo!

Tem quem ame a liberdade;
Quem ame mesmo a solidão.
Quem ama não fica sozinho,
essa é grande questão!

Amor é sempre de dupla,
de par, de dois, de casal.
Precisa de paciência,
de regador com água, de sal.
È sabor inconfundível,
é tempero, é canela, é sol.
Vale amar diferente,
só não se pode viver só.

Amores são passarinhos
que precisam do vento para voar.
Sons provocados por ventos,
pronunciados pelo tempo,
São cantigas de ninar.

Amores são presentes,
são passado e futuro.
Há quem já tenha esquecido,
tenha ficado calado, mudo.

Amores são vozes velozes,
são dias de festas, chegadas e partidas.
São pedidos de permanência,
de clemência, de saída.

Amores são o que são.
È assim que devia ser.
E agora, vem a questão:
E o amor? Onde mora em você?

Idas e vindas


Agora descobri: em maio não passei por aqui!
Acho que me escondi sob meus pensamentos,
embaixo da escuridão dos meus cabelos.
Escrevi minhas histórias no dia, acordando e vivendo e dormindo e acordando...
Aproveitei a mudança de clima, do tempo, do humor e saí.
Esqueci de escrever porque vivi.
E vivi cada instante para voltar a escrever.
Aqui me revejo, me reencontro, me assisto, me condeno,
me assusto, me enxergo e me camuflo com as cores das letras.
Fujo e retorno, porque descobri que me despir em textos
me transforma a alma, me alimenta o espírito.
Volto quando, depois de voar por aí, procuro repouso.
Ou movimento, já que estampo cada parte disso tudo
subindo e descendo as colinas que crio.
Volto para cá porque respiro; estou viva aqui.
E quando, porventura, me desapego é para estimular saudades.
Ainda é assim que me reciclo: idas e vindas.