domingo, 21 de outubro de 2012

Aprendendo a jogar

Fim de semana professor.
Aprendizado maior em 2 dias que em tantas outras semanas do ano...
Pensei bastante, refleti muito e descobri: de que valem planos, projetos e certezas, se tudo pode mudar de uma hora para outra?
Acredito que seja realmente saudável sonhar, agendar e marcar compromissos, mas pautar a vida em datas e prazos não serve.
A fugacidade faz lembrar: de que adianta tanta fortuna se o dia de amanhã não chega?
De que vale juntar dinheiro, trabalhar feito maluco e se esquecer de quem faz a vida ter sentido e importância?
O que é certo? O que é errado? Certo e errado para quem? As escolhas que fazemos realmente são nossas? Agradamos a quem?
Repeti algumas perguntas para mim mesma e, juro, não sei ao certo ainda as respostas adequadas.
Lembrei quanto emotiva sou, como faz bem deixar o sentimento virar água e como a impotência de assistir a vida seguir o curso sem poder interferir dói.
A gente pensa que pode dar conta de tudo. Ou quase tudo.
Na verdade, de nada. Apenas somos peças minúsculas de um tabuleiro.
A vida é um grande jogo. Ainda aprendendo a jogar.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"De médico e louco, todo mundo tem um pouco"

"De médico e louco, todo mundo tem um pouco".
Frase antiga, que permeia o cotidiano, mas acredito, que no contexto atual mereça reformulações.
Sim, todo mundo sabe uma "receitinha tiro e queda", um remedinho que resolve todos os problemas,(o moço do balcão da farmácia que o diga!), descobre o diagnóstico antes mesmo da consulta, sabe qual é o melhor exame, qual funciona melhor ...
Sim, médicos natos!
E loucos?
Loucos são os que escolhem ser médicos!
Sim, loucura, que - pelo significado da palavra- foge da razão, está distante da lucidez.
Loucura de trocar dias por noites e mesmo assim ficar feliz quando consegue resolver ou tratar o problema grave de alguém.
Insensatez de estudar, estudar e estudar sem parar, em busca da novidade, da atualização constante que esta ciência-arte nos obriga o tempo todo.
Falta de lucidez em trabalhar em fins de semana e feriados, recebendo a paga desproporcional que os governantes e a saúde do país nos oferece.
A gente participa da vida alheia, faz parte da família de tanta gente, recebe consideração e respeito de quem jamais recebeu consideração e respeito de alguém.
Trabalha, estuda, trata, consola, conforta, brinca e chora e corre de um lugar para outro, falta compromissos por causa dos plantões, perde noites de sono e mesmo assim ama tudo isso do início ao fim.
A gente não consegue se desvencilhar da medicina.
Na padaria, no supermercado, na praia, na festa, em casa, ela está lá, do lado, na espreita, ciumenta, tomando conta da nossa vida.
Como explicar? Não sei. Acho que é loucura mesmo, como diz o dicionário: alienação mental, sandice, doidice...
Mas dizem que só os loucos é que são felizes.
È bem por aí...


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Na loja de brinquedos

Entrei hoje na loja de brinquedos- lotada por sinal- para comprar um presentinho pro meu sobrinho-afilhado. Qual não foi minha surpresa: vários brinquedos e jogos que fizeram parte da minha infância estavam todos lá, de volta ás prateleiras!
Foi um reencontro com a infância!
Vi o pula-pirata, o pula-macaco, o pinote, os jogos da adolescência, os kits de cozinha...
Vi o mini-liquidificador que minha irmã tinha, que - olha só o perigo- cortava os pedaços de fruta de verdade!!!
Encantei-me de novo com as Barbies- que eram mais bonitas e mais bem acabadas na quela época!
Senti aquele cheiro de boneca nova, saindo do plástico, da caixa...
Flagrei-me reparando nos modelitos e escolhendo a de melhor cabelo e de mais acessórios, como era feito antes!
Os kits de maquiagem infantil que saíam com água - e que eu adorava!
Fora os quebra-cabeças que me entretiam por horas...
Achei tudo uma caristia só!
Ainda bem que naquela época a gente nem olhava pro preço... Não fazia parte do brinquedo.
Só contava o sonho e o desejo de brincar: nada mais!
Mas se a gente pudesse voltar no tempo só para experimentar um pouquinho dessa sensação gostosa seria a glória!
Como era bom o tempo de preocupações zero e atividades lúdicas 100%!
Ando meio mexida com este dia das crianças... Não sei o por quê.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Fritando neurônios.

Fritando os neurônios para entender tanta coisa maluca...
Tentando uma explicação lógica para as fases, as frases
e tantas outras aparições e atormentações.
Buscando uma fórmula de fácil compreensão. Mas ela não vem.
Parece que quanto mais a gente cresce, mais difícil é entender.
Era mais fácil na infância!
O tempo corria tão devagar! Era tudo tão mais leve!
Eu entendia nada  e a vida era muito mais clara.
Hoje, continuo entendendo nada, com a sensação que deveria ter sabido muito mais!
Saudade dos dias de folga, das brincadeiras diárias, do banho demorado, da falta de horários...
Agora é tanto trabalho e nenhuma graça perto do que já se foi...
Sinto falta da delicadeza da infância que o tempo levou, que crescer sufocou e que não mais me acompanha...
Tentando entender onde ficou perdida tanta vida que eu carregava comigo e agora não seu mais onde anda.
Queria as resposta prontas - que antes eu mesma inventava- para tudo que não sabia!
Ah, como eu queria!
Fritando os neurônios para obedecer os prazos, para somar os números, para fechar as contas, para arrumar as malas, para acender as velas e deixar algumas interrogações para trás...
Tentando entender qual a lógica ilógica de tudo, onde o sonho é mudo, onde o que é bom se torna ruim, onde qualidade vira defeito e ser bom é mau.
Tentando ficar acordada, mas o cansaço e o sono me vencem facilmente.
Apenas nisso a infância retorna...