domingo, 18 de dezembro de 2011

Feliz Natal!


Natal é tempo de acolhimento.
È tempo de contemplação do mistério Divino: Deus em toda sua grandiosidade se faz presente entre os homens através de uma criança, pequena e indefesa.
Rezo sempre para que as pessoas hoje em dia abram as portas de suas casas e de seus corações para a chegada do Senhor. Porque em Belém não havia lugar disponível para que Ele nascesse.
Não havia lugar para o AMOR nascer.
Que neste Natal possamos acolher Jesus menino em nosso lares e em nossas famílias, permitindo que o AMOR possa então nascer em cada coração.
Paz e bem aos homens de boa vontade!
Feliz Natal!

Feliz 2012!


Todo fim de ano é igual: olhamos para trás e fazemos uma revisão dos acontecimentos.
Acredito que seja uma forma de repetir bons momentos- mentalmente e futuramente também- e de se evitar as ciladas nas quais não se teve a esperteza de escapar.
E planejamos o ano que chega como se fosse um outro momento, uma outra época.
Um papel em branco esperando ansiosamente para ser preenchido com escritos lindos, fotos e figuras coloridas, álbum novo de fotografias.
No fundo, sabemos ser a continuidade de tudo que já construímos e edificamos até então,
mas tem-se a expectativa de novidade, o entusiasmo de fazer algo novo.
Vivemos da espera, da expectativa. Curtimos mais os planos que as concretizações.
Mais os sonhos que as realizações. E é isto que acontece agora.
È a gestação de um novo ano, com todas as angústias e premonições que pode se ter diante de um filho que vai nascer.
Esperando perfeição, felicidades e uma sacola com tudo de bom reunido e amarrado com fitas do Senhor do Bomfim. È assim.
Esquecemos as agruras vividas depois do brinde com champanhe, pulamos as ondas como se fossem os problemas que vivemos a desviar, comemos as sete uvas como se fossem pílulas mágicas de boa sorte e começamos o primeiro minuto do ano com o pé direito ( coitado do canhoto!).
Não condeno superstição de ninguém. Que cada um viva feliz com aquilo que acredita lhe fazer bem. Mas penso que para começar bem é preciso zerar as contas - já que a idéia é preencher mesmo as tais páginas em branco...
Zerar dívidas com credores, zerar dívidas do coração, deixar para trás as contas mesquinhas e individualistas que impedem de promover integração e alegria entre as pessoas.
Apagar desaforos, rabiscar desentendimentos, enfeitar o dia com educação e respeito.
Vestir-se de paz (e não de branco apenas) e ser o mensageiro de notícias boas, sempre.
Mesmo quando parecer impossível.
Mesmo acreditando que não há nada de novo, que trata-se apenas de continuidade.
Aprimorar sentimentos, mudar idéias, rever conceitos, aceitar diferenças, conviver pacificamente também é forma de modificação da própria continuidade.
E é isso que faz veler a pena existir.
Feliz 2012!

sábado, 17 de dezembro de 2011

O dia


Prefiro o dia.
Porque esquenta, mesmo sem o sol.
Porque dissipa as sombras, afugenta os medos,
transforma o silêncio em sons,
preenche o espaço vazio que a noite deixa.
Porque provoca reações, ocupa o pensamento,
apresenta soluções, instiga o trabalho.
Prefiro o dia porque estou sempre acompanhada.
Nem sempre a solidão da noite é boa companhia...
Porque o dia traz esperança, dá a sensação de continuidade
e a certeza de que a vida segue, sem interrupções.
Prefiro o dia porque me faço útil,
porque mostra as facetas, impede as máscaras,
inibe os disfarces, mostra os defeitos - tão difíceis de aceitar!
Porque mostra a realidade dos fatos, porque acontece agora,
Porque não esconde nem camufla;
Porque me faz es quecer da escuridão solitária da noite
e me permite fingir que tudo está bem.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O que guardo comigo


Algumas pessoas guardo comigo, sempre. Às vezes no pensamento, quando me deito; ou logo cedo quando acordo. São elas que me recordam dos valores que aprendi e do muito que ainda tenho a conquistar. Outras pessoas, guardo no bolso. Como se guarda dinheiro ou algo assim de valor, mas que precisa estar á mão, sempre pronto. São elas que me ajudam, socorrem, aconselham... Preciso delas por perto. Algumas pessoas guardo em canções: lembro de vez em quando, mas com muita saudade e sentimento. Algo que adormece, mas não morre. Nunca. Tem gente que guardo como amuleto: pedra de sorte, cartinha de boas-vindas, lembrete de coisa importante. Assim, de forma casual, mas relevante. Não se vê todo dia, mas, se não se tem a certeza de que está por perto, parece que tudo perde o sentido... Estranhezas da vida. Há pessoas que guardo na memória: lembro de momentos, épocas, trajetórias, mas sei que elas permanecem lá, na história e muitas nem seguiram o percurso comigo. Ficaram para trás., com o tempo. Vivas na lembrança. E só. Pessoas que guardo por dentro da roupa, como a gente escondia um doce, uma bala para ninguém perceber. Essas, escondemos até dos nossos pensamentos: são proibidas, mas a gente, inconscientemente guarda a esperança, no meio do pijama, de que alguém num descuido não vá perceber, que o segredo está alí, esperando para ser revelado... Algumas pessoas guardo nos cabelos, como enfeites, porque são tão belas, tão formosas que se tem orgulho de ostentá-las. E não há melhor forma de guardar algo que se quer mostrar do que exibir... Outras pessoas guardo na bolsa, como faço com documentos: imprescindíveis, mas burocráticas. Importantes, mas enfadonhas. A gente deixa lá só para usar quando realmente for necessário... E finalmente, há aquelas que guardo no coração, bem no centro do corpo, habitando alma e pensamento, fazendo o peito apertar só de pensar na possibilidade da perda, que fazem a saudade deixar de ser palavra e se transformar em sentimento. Ficam no pulmão como o ar que respiro e me acompanham do levantar ao adormecer. Porque estão comigo, na pele, nos poros. Mimetizadas no que compreendo da minha existência por este mundinho de meu Deus...

Cartinha


Ao adotar uma cartinha de papai Noel este ano tive uma surpresa triste: pior que não ter brinquedo é não ter educação.
Sei que não devo exigir ortografia e gramática perfeitas de uma criança, mas acredito que aquelas que já passaram da fase de alfabetização deveriam, ao menos, conseguir redigir uma únca frase, que seja, sem destruir o português.
Não, ele não foi bom aluno. Porque se fosse, estaria escrevendo melhor.
E nem precisou fazer conta, já que normalmente os alunos são avessos á matematica...Imagine então?
Não ter grana para comprar um presente desejado, passar necessidade, não ter roupa nova, sapato chique, são percalços da vida aos quais se sobrevive.
Não ter estudo é perder a chance de uma oportunidade, ás vezes, a única.
Talvez, os professores pudessem usar essa informação mal redigida para perceber onde está o descuido. Ou até mesmo aproveitar o ensejo e ensinar o menino com os próprios erros... As cartinhas deveriam ser reescritas.
Juro que tive vontade de dar um dicionário junto do presente ou quem sabe, oferecer aulas extras de português no período das férias.
Só sei é que Papai Noel ficaria transtornado ao ler tanta cartinha ofendendo a Língua de Camões...

domingo, 20 de novembro de 2011

A chuva


Amo a chuva. Gosto da forma como se apresenta. Ora mansa, fina e calma. Outras vezes devastadora, feroz, voraz. Gosto de como umedece a terra, cria vida. Admiro a forma como dissipa o calor, acalma os ânimos. Às vezes, nos prega sustos: estamos desprevenidos para recebê-la. Outras, provoca tragédias, verdadeiros desastres. Mas a vida também não é assim? Imprevisível? Adoro o cheiro de terra molhada e a sensação do vento úmido que antecipa as gotas, que muitos, muitos mesmo, não conseguem distinguir... Acredito na sua colaboração importantíssima na criação, no seu poder de lavar, limpar, alagar...
Lembro-me de quando brincava sob as gotas, fazia brincadeiras na lama e a chuva era motivo de festa! Lembro-me de outras vezes que espreitava da janela, observando curiosa os raios e relâmpagos que apareciam juntos... Nunca tive medo. Mas sempre olhei com admiração... È de uma beleza encantadora e ao mesmo tempo inconsequente!
Devastadora, porém produtiva. Necessária, porém imprevisível. Acho que me tranformo em gotas quando ela passa por mim e acabo me espraiando por aí... Ora mansa, ora tempestuosa, assim como a chuva.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meu momento


Como é difícil confiar nas pessoas!
Aquela frase famosa de "quem vê cara não vê coração" se aplica muito bem hoje em dia...
Momento de desalinho familiar, de intrigas, inveja e egoísmo profundo.
Sempre tem alguém querendo a vantagem, usando mentiras, obstruindo a justiça.
Por que não se pode ser honesto?
Por que não desejar o que é fruto do próprio empenho e trabalho?
Por que desejar o que é do outro?
Por que estragar o sonho alheio?
Por que se aproveitar de quem é bom?
Por que não devolver a bondade em dose ainda maior?
Por que encher o próprio bolso em vez de dividir?
Ando descrente das pessoas, me isolando na minha bolha particular.
E sei também que isso não é bom. Tampouco resolve meu problema de incredulidade humana.
Mas tem sido difícil crer em gente com intenções boas.
Desconfiando até da própria sombra!
Nenhum oferecimento neste momento é visto por mim como sincero.
Nenhuma aproximação é despretensiosa.
Nenhuma pessoa tá valendo a cotação do dólar...
Espero que seja só uma fase.

domingo, 6 de novembro de 2011

Prazer dispensável




"Muito prazer!"
Ou simplesmente "prazer".
Mas não seria menos formal cumprimentar
com um "Oi, como vai? Tudo bem?"
Essa história de "prazer" além de ser meio antiquada dá margem a erros.
Passei por situações desagradáveis dia desses,
justamente por causa dessa palavrinha dispensável.
Escutar "muito prazer" de quem já se conhecia só aumenta
a certeza de que sua presença foi insignificante o bastante para ser lembrada.
Ou que a pessoa em questão propositadamente quis esquecer que já lhe conhecia.
E aí? Contamos a verdade que a apresentação já havia sido feita ou
mergulhamos no mar da hipocrisia e começamos do zero novamente,
fingindo ser mesmo o primeiro contato, o instante da apresentação?
Sinceramente: não sei.
Já usei as duas táticas e não vi vantagens suficientes em nenhuma delas.
Resta abolir o "prazer" das apresentações e seguir tocando em frente.

domingo, 25 de setembro de 2011

Reflexão do fim de semana


Aproveitei o ócio.
Refleti a fase atual e os últimos acontecimentos.
Reflexão tranquila: sem rompantes, sem exposição de frustrações, mágoas, lágrimas ou raiva.
Descobri que a leitura da vida deve ser feita de trás para frente.
Só vou entender a verdade quando ela já tiver passado por mim.
Algumas situações ainda continuam incógnitas. Não alcancei o contexto que permite a interpretação..
Acredito que ainda seja cedo para que a compreensão ocorra.
Talvez precise de mais maturidade.
Não compreendi ainda certas frases, certas fases, algumas pessoas, outros desfechos.
E ás vezes penso que não compreenderei jamais.
Acho a ignorância um brinde!
Protege e resguarda do que poderia ser pior.
Descobri que ando ainda mais conpreensiva, ou até mesmo resignada. Não sei direito.
Acho que desisti de reclamar, reinvindicar. Fiquei cansada. Quero poupar forças.
Preciso de novidades agora. Quero outra fase.
Pode ser em minha companhia mesmo. Ando bem comigo.
Sem satisfações, condenações ou julgamentos.
Eu e eu estamos tranquilas.
Cumpri metas e tarefas. Respondi positivamente ao que tenho me proposto.
Sem me sentir obrigada ou coibida.
Tem sido tranquilo fechar as contas dos dias.
Tenho me reaproximado da minha fé, o que é sempre bom.
Às vezes a vida me engole e me afasto sem perceber...Viver sem fé e estar desamparado.
Queria pôr minhas leituras em dia. Ando em falta comigo nesse aspecto.
Queria também que a memória fosse seletiva.
Lembrar de tudo o tempo todo não é saudável.
Há lembranças que precisam sumir da mente! Para que se viva melhor.
Tenho encontrado prazer em coisas simples, entendido as mensagens subliminares
e compreendido que não se adivinha o futuro.
Não há como fazer previsões, acreditar em sortilégios ou coisas do tipo.
Precisei de um tabefe para entender.
Aquela história de aprender no amor ou na dor é a mais pura verdade...
Escrevemos todo santo dia as páginas da nossa existência, uma a uma, á caneta,
sem chance de rasura ou corretivo. A mudança? No parágrafo seguinte, na pagina da frente,
sempre tem um pedacinho em branco para se escrever.
E cada página nova, em branco vai sendo preenchida, de acordo com a pressa e o interesse
que cada um tem que ela se complete.
Tenho escrito as minhas. Sem muita pressa, mas no ritmo que o mundo imprime.
Mas percebo que estou mais conformada, tranquila, resistente ás frustrações e ás adversidades. È a chamada resiliência.
Pode ser que seja sinal de aquisição em maturidade.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E a vida segue surpreendendo


E ainda me surpreendo.
Quando penso que tudo está finalizado,
que todas as posições estão ocupadas,
que todas as apostas já foram feitas,
que todas as possibilidades foram esgotadas,
ela (a vida) vem, assim, sem aviso, e transforma.
Dia, data, pessoas, sentimentos, pensamentos, planos.
Tudo se modifica e a vida segue, surpreendendo.
Mudando pessoas, opiniões, causando divergências,
outras vezes causando união, onde jamais a imaginação permitiu ousar.
E surpreende quando não mais se permite sonhar,
quando se perdeu a esperança de ressurreição...
E modifica situações mesmo quando tudo já findado, sinalizado e acabado,
pensamento fixado em outro foco.
E vem como maremoto, destruindo, destroçando.
Ou modifica como água em pedra, torneando, modelando,
mas sempre imprimindo seu desenho...
E a vida segue, sempre me surpreendendo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Os fins justificam os meios



Reclamei de agosto e veio setembro me dando uma bofetada, de cara.
Não importa o mês do ano: os acontecimentos têm datas que fogem do calendário.
Percebi que os desencontros, fins e descompassos são formas que Alguém encontra para equilibrar a vida das pessoas.
Uma viagem que não acontece, um plano que dá errado, muitas vezes, é só o desejo que a vida encontre seu rumo.
Inicialmente, parece ser caminho oposto. Depois, se percebe que é justamente o roteiro apropriado.
Quando a situação se mostra impossível, difícil de compreender, intraduzível, inteligível é porque realmente é. Pelo menos naquele exato momento.
O tempo depois decifra o enigma e se descobre o motivo real do embaraço.
Os fins justificam os meios. E basta para entender.
Então, me recolho á minha insignificância e medito:
o que posso mais fazer senão crer que o melhor para mim está á minha espera,
guardado e protegido?
Pois olho para trás e vejo como tenho sido abençoada...
Cada vez que penso que foi um tombo, uma queda, mais adiante percebo que o estrago poderia ter sido bem maior. E se não foi é porque estou protegida.
Por amigos que são irmãos, por irmãos que são amigos, por pais que são presentes, por família que é refúgio e por Deus que me ama como só um pai consegue.
Às vezes, insisto em querer fazer meus planos vingarem.
Esqueço que nem sempre minhas escolhas são as melhores para mim e para o resto.

Talvez seja o momento de acolher a mensagem e refletir.
Nem agosto, nem setembro, nem qualquer outro mês será ruim ou bom, se assim tiver que ser.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pequeno conselho


È muito chato ser chato.
Reclamar de tudo e com todos o tempo inteiro torna a convivência insuportável!
Está insatisfeito? Então mude!
Mude de casa, se o lugar não lhe agrada;
Mude de amigos, se acha que os que tem não são suficientes;
Mude de emprego, se o seu não lhe basta;
Mude de amor, se o que tem já não serve;
Mude de opinião se achar que deve;
Mude de hábitos, se for pra viver melhor;
Mude de médico, se o tratamento não estiver surtindo efeito;
Mude de circuito, se for pra ver gente diferente;
Só não continue transformando o ouvido alheio em confessionário,
nem transformando a vida do compadre tão reclamosa quanto a sua...
A reclamação pega. Doença contagiosa. Deixa o ar carregado, pesado...
Deixe de acreditar que a culpa da insatisfação é do outro.
Assuma suas incapacidades e tente modificar o caminho.
Assumir a culpa muitas vezes é consertar o defeito.
Pode ser que a situação não seja mesmo boa,
mas continuar reclamando sem agir também não resolve.
Esqueça os outros, foque em você mesmo.
Permita-se momentos de felicidade.
Ser alegre é uma dádiva.
Deixe o mau humor em casa, atrás da porta, quando sair.
E quando retornar, ponha-o pra fora antes mesmo de entrar em casa...
Aceitar nossas limitações é forma de viver melhor e mais feliz, mais satisfeito.
Insatisfação é o motivo de quem reclama.
Não há perfeição. Em nada, em tudo, em ninguém.
Não há motivo então para que tudo seja formidável.
Fingir não ver defeito também é virtude.
Reclamar de vez em quando é reinvindicação.
Viver reclamando é chatice.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amei




Amei.
Tranquila e gentilmente.
Sem pressa, com pouco receio.
Mas foi um amor comedido, dosado, milimetrado.
Compactado por contingências,
restrito pelas diferenças,
pequeno pelo pouco espaço que ocupava.
Mas amei.
Não foi de perdição, nem de traição.
Foi simples e pronto.
Mas de contagotas, reservado, enclausurado,
preso não sei a quê.
Foi de carinho, de gentilezas.
Não sei se encheu a alma.
Talvez ainda sobrasse espaço...
Amei com respaldo, com cuidado,
para não me machucar e nem machucar alguém.
Acredito que tenha sido assim.
Mas foi moldado, encapado e enfaixado, incolor e inodoro.
Assim amei.
Sim, há formas e formas de amores.
Que se manifestam quando menos se espera,
que aparecem quando mais nada pode surgir,
que permanecem assim: sem ousadias, sem grandes surpresas,
existindo por existir, pequeno, porém inteiro.
Não me arrrependo do sentimento.
Todas as emoções são necessárias.
Aguardo agora nova forma, novo jeito, novo brilho.
Sem embotamento, sem freios, sem repreensão.
Aguardo uma tempestade, um eclipse, um furacão.
Desejo agora novas emoções necessárias.
Mais inteiras, mais repletas.
De mim, de outros.
Sentimento mais vivo, que me tome por inteiro.
Que me faça esquecer a lógica, a razão, o tempo e o espaço.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Minha semana

O primeiro dia da semana é a segunda-feira.
Essa história de o primeiro dia da semana ser domingo não procede!
O domingo é preguiçoso, moroso, lento... Não combina.
Se for domingo de sol é dia de aproveitar!
Almoçar fora, passear, ir á praia...
Começo de semana com cara de férias não estimula o trabalho.
Pelo contrário, dá mais vontade de folga!
Se for domingo de chuva é sinal de pipoca, filme, edredom.
Preguiça, lanchinho quente no meio da tarde.
Convite ao ócio, com certeza!
Como querer que a semana seja produtiva assim?
A semana deveria começar na terça-feira.
A segunda seria o dia preparatório do começo da semana,
até porque o domingo não nos permite estado de espírito suficiente
para encarar uma segunda-feira pesada e cheia de compromissos.
A terça, sim, poderia ser assim.
Depois de nos prepararmos psicologicamente para o trabalho árduo na segunda,
poderíamos enfrentar a labuta na terça dignamente.
A quarta-feira seria início de semana ainda e a quinta, pré- fim de semana, como sempre foi.
Já a sexta-feira poderia funcionar até a metade do dia.
A outra metade seria preparatório para o fim de semana.
Afinal, sair do trabalho extenuante e ir direto para a folga não é assim muito agradável...
A sexta poderia funcionar ritmo "operação tartaruga".
Aí sim, poderíamos desfrutar confortavelmente o fim de semana.
E essa história de trabalhar no sábado e no domingo já caiu de moda.
Preciso espalhar por aí que não é fashion, está ultrapassado.
Seria muito bom desfrutar dessa semaninha imaginária que criei...
E sem o comprometimento do meu pobre domingo então... Seria um sonho!

sábado, 20 de agosto de 2011

Em paz


Estou em paz comigo. Não vou me cobrar pelo que deixei de fazer ou pelo que errei ao fazer. Não vou me punir, nem me julgar. Não quero ser meu próprio algoz. Não quero apanhar por viver. Ajo, muitas vezes, por impulso. Sei que nem sempre é bom. Mas acredito que seria pior, no ímpeto do momento, frear meus impulsos. Morreria engasgada. Por isso, cobro atitudes; exijo ações; quero decisões. Mesmo que seja para dizer que não se tem as respostas. Mas quero a franqueza de se admitir a falta delas. Em paz por ser inteira, por não usar máscaras, não ter disfarces nem sombras. Por fazer minhas escolhas na luz, por responder pelas consequências de cada uma, sem dor. Quero honestidade sempre: comigo, com as outras pessoas, com o mundo. Ser omisso é ser desleal; e deslealdade consome minha paz. Estou em paz comigo porque optei por fugir das mentiras. Porque acredito que o resultado dessa escolha me transforma. Fico melhor assim. Estou em paz comigo. Faço o que gosto, o que quero. Sem amarras, sem chantagens, sem perigo. Escolho minhas companhias ou até mesmo a minha solidão. E é muito bom poder estar acompanhado ou só quando se pode definir isto... Em paz comigo e com minha fé. Muitas vezes enfraquecida e fugidia, mas ciente da existência e da necessidade de reforço constante. Tranquila por realizar meus projetos de mansinho, sem pressa, mas com cuidado. Ajeitando a vida ao meu gosto, com quem eu quero por perto. Em paz por saber que busco acertar sempre, memo sabendo que o sempre não existe, e não sofrendo quando o erro se pronuncia. Estou em paz comigo e em breve a tranquilidade se fortalece pela alegria. Sensação de engrandecimento com a coroação de algo bom que está por vir. È apenas questão de tempo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Preciso


Preciso reaprender olhar para o lado.
Ver rostos nunca vistos, expressões revisitadas,
preciso de tempo para tudo, de tempo para nada.
Preciso mesmo é apaixonar-me.
Por mim mesma, pelo outro.
Pelo convite, pelo silêncio,
pela solidão nada triste.
Pela multidão, pelo esquecimento.
(A falta de memória é bênção!)
Preciso de usar roupa nova,
vestir-me do novo,
encontrar boa razão para os sorrisos
e sorrir, na maioria das vezes, sem razão.
Preciso encontrar bons motivos pra ser livre
e voar sem destino, sem limites,
simplesmente pelo prazer de ser assim.
Preciso encontrar companhia,
sem ser dependente dela.
Preciso ser feliz comigo,
sem que seja algo ruim ou egoísta.
Preciso de concluir obras e projetos.
Preciso do sono revigorante do finalzinho da manhã.
Preciso de água,
preciso de sol bem quente,
para tirar o mofo, para trocar de cor.
Preciso de banho morno para deixar o corpo pronto,
preciso de costas novas para aliviar o dorso.
Preciso de menos pensamento e mais ação.
Peciso esquecer o dia de ontem e não lembrar que tem amanhã.
Preciso de pausa, de recesso.
Preciso de pressa para acabar.
Preciso escrever muitas vezes, sem rumo,
sem pretensão de chegar em algum lugar.
Preciso de paz, de páginas, de livros, leitura.
Preciso de gargalhadas, música, dança, pintura.
Preciso sair de mim e buscar outra versão.
Preciso de mais horas, mais dias, mais folgas.
Preciso de uma infinidade de dias. Só para mim.
Preciso da falta de ar da surpresa,
daquela sensação de frio na barriga por notícia boa.
Preciso de uma inusitada sentença.
Preciso não ser julgada.
Preciso de acreditar no indrédulo,
esquecer um pouco o raciocínio lógico.
Acreditar nas pessoas desacreditando,
duvidar, dando um pouquinho de crédito.
Preciso de uma viagem para longe,
alguns dias fora do ar, para ter vontade de voltar,
de ficar, de permanecer.


Mulher independente


A gente depende de alguém para deixar a casa limpa,
a roupa passada, que fique com as crianças enquanto se trabalha;

Depende da creche, da escola, do transporte escolar para garantir que tudo fique enformado,
sem possibilidade de erro.

Depende do almoço pronto quando chegar em casa,
da roupa limpa, de alguém com muque para abrir o pote entravado,
de alguém com tempo para trocar a lâmpada, consertar o computador,
pôr a internet de volta á ação, levar o carro pra revisão, trocar o pneu ou o óleo...

A gente depende da previsão do tempo para definir o que vestir,
dos hormônios para saber como fica o humor, daquela saidinha quase fuga para ver gente e colocar um pouquinho de bossa na vida.

A gente depende de colo de mãe, de companhia de irmãos, de abraço de pai, de encontro com amigos para ganhar forças e concluir a semana.
Depende da boa vontade do colega de trabalho, quebrando um galho de vez ou outra,
de um chefe gente fina, para conseguir sair mais cedo.

Depende de um feriado para ter folga, depende do salário para ter tranquilidade, depende do outro para ter amor.
Onde está mesmo a mulher independente? Diga aí!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A mentira


A mentira não tem pernas curtas.
Ela não tem pernas, nem braços.
Ela não anda; ela pula.
Salta de pessoa em pessoa e, assim, vai adiante.
Percorre longas distâncias de corpo em corpo,
deslocando-se sem deslocar-se.
A mentira é uma pulga.
Que incomoda, coça e provoca
reações esquisitas que tentam ser reprimidas.
Todos tentam disfarçar a presença da pulga.
Ninguém quer ser flagrado.
Ela mora atrás da orelha,
próximo do pensamento,
escondida entre os cabelos, longe da visão alheia.
A mentira é uma pulga que suga alguém,
até que decide trocar de vítima,
e segue sugando também.
A mentira não se cansa.
Pensa que pode enganar mais além,
como a pulga que sem pernas nem braços,
envolve num forte abraço,
as pernas e os braços de alguém.
Bicho minúsculo, quase invisível,
estrago grande, quase indizível.
Banho quente para se livrar dela!
Lave-se de sua pulga! Livre-se de sua mentira!
Não invente uma verdade,
não propague a falsa idéia adiante.
Seja sincero e elegante!
Seja limpo você também!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Metades partidas


Algo se quebrou.
Espatifado, com cacos espalhados.
Não sei como, nem quem foi.
Só sei que está quebrado.

Não tem cola que restaure.
Nem fita adesiva que conserte.
Não consigo fazer com que volte
ao formato original da espécie.

Estragado pela distância?
Oxidado pelo tempo?
Faltou zelo, cuidado, água?
Sobrou confiança, pretensão, bom senso?

Agora não tem jeito!
Fico com os pedaços?
Guardo as sobras na gaveta?
Escondo debaixo do tapete?
Esqueço que houve o acidente, provocado por não sei quem?

Não sei o que fazer...
Foi queda? Esbarrão?
Foi empurrado por alguém descuidado?
Ou foi queda natural como fruta amadurecida?
Ainda não descobri o conserto de metades partidas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meio do ano


Todo meio do ano é assim: encolhido, apertado, espremido entre os meses do início do ano- que voam - e entre os meses do fim - que mais parecem cometas. Apesar de encolhidos, paradoxalmente esticados: sem feriados, sem datas festivas ou comemorativas. Junho, julho e agosto, ao meu gosto, ficam longe do ideal de mês. Nada pessoal contra os aniversariantes desses meses, que são muitos, nem contra os casamentos e comemorações realizadas nessas épocas. A verdade é que não me sinto á vontade nessa meiuca. Engolida pelos trabalhos já começados, ansiosa pelo término de outros já planejados e com a sensação de que o tempo parou, expirou. Sem uma folguinha extra para sumir com uma quinta aqui ou um estrangulamento nada cruel de outra sexta ali... De setembro em diante a primavera traz novos ares, outros cheiros... O tempo passa ligeiro, bem sei. Mas a sensação de que estamos cumprindo mais uma etapa é bem boa.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Bigorna


Desfruto de um momento mais calmo, mas nem por isso mais leve.
Acredito que o peso anda mais no peito que sobre os ombros...
O ponto de apoio muda para quem não tem assim tanta resistência física...
Carregar malas, caixas e móveis é até facil, quando comparados aos pesos de sentimentos que não se podem estimar...
Não possuo domínio sobre o tempo, tampouco sobre o pensamento alheio
e me incomoda saber que a vida acontece diante do nariz, á sombra do seu corpo e ninguém vê, ninguém sabe, nem se importa.
Cada um que cuide do seu próprio problema. Se puder.
Por isso o peso aumenta; dividir tornaria a carga mais amena...
Trabalhar menos, ter um ritmo mais brando, ter tempo de descanso e distração ajudam, mas a operação responsável pelo alívio ainda é a velha divisão.
A matemática nunca me abandonou, apesar dos pedidos de afastamento constantes...
Ainda continuo somando responsabilidades, reduzindo preocupações algumas vezes, multiplicando trabalhos, mas sei que poderia dividir mais.
Trazer tudo pra si é a forma mais egoísta - e cansativa- de tentar salvar o mundo.
E no fim, o mundo continua girando, girando, sem dar muita idéia para o plano de salvação...
E eu, permaneço com essa sensação esquisita de cansaço que não passa, ruminando o que nunca consigo engolir, nem digerir e trazendo na cabeça as dores e o peso da bigorna dos desenhos animados.

Mudanças que me perturbam...

Ainda me surpreendo com as pessoas.
Às vezes fico impressionada com as mudanças.
Será que meus olhos é que se recusaram a ver o que sempre existiu
ou realmente aconteceu uma alteração taõ grande, capaz de tornar alguém irreconhecível?
Já descobri que nem toda mudança é para melhor. Infelizmente.
Mas a sensação de se deparar com o desconhecido em moldes antes decifrados é meio aterrorizante.
È como ver e não enxergar; ou falar e não conseguir ouvir o interlocutor; ou até mesmo dissociar os sentidos: ver sem escutar, falar sem enxergar, ouvir sem falar.
Então me pergunto: em que fase do tempo a mudança ocorreu?
Onde foi que perdi a virada de páginas?
Em qual momento a máscara caiu? O que fez trocar de time, de gosto, de jeito, de vida?
Como alguém simples se torna inatingível? Como alguém doce pode ser tão amargo? Como alguém tranquilo se irrita, vira transgressor? Quando a honestidade vai pro lixo? Como valor passa a ser "desvalor"?
Mesmo sabendo que o mundo dá voltas, juro que não consigo compreender tanta coisa virada de ponta a cabeça...
Pode ser que eu esteja fincada ainda em algum solo profundo e que minhas raízes não permitam que eu seja levada pelo vento e plantada em outra terra, com outro nome, outra cor, outro cheiro...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre o Presente


Presente: Pela definição do dicionário, adjetivo masculino ou feminino.

Significados:

1 Que existe ou sucede no momento de que se fala; atual.

Atualmente, penso que ao dia de hoje, cabe as preocupações de hoje. Ao dia de amanhã, as preocupações do outro dia. Não adianta sofrer por antecipação. Está registrado em literaturas muito antigas...Não inventei para falar.

2 Diz-se da pessoa ou coisa que está num dado momento diante dos olhos.

O que pode haver de melhor do que estar diante de alguém por quem existe apreço, afeto, bem perto dos nossos olhos? È realmente um presente! ( Significado contemplado logo abaixo)

3 Que assiste em pessoa: Presente ao ato.

Estar presente ao ato significa assistir, contemplar, ver, admirar. Só dá para fazer hoje, agora. Não serve deixar para amanhã...

4 Que está a ponto de se realizar; iminente.

Implica ação, atitude, impulso, vivificação. Presente também significar estar vivo e atuante!

5 Antônimo: ausente.

Ausência dói. Presente completa. Nem precisa de mais comparações.

6 Brinde, dádiva, mimo, oferenda, oferta.

Por isso, brinde a dádiva do mimo que a vida lhe oferta hoje! Seu presente é oferenda divina!

Não permita que o passado- que já não mais existe além da lembrança- ofusque o brilho do seu presente. E nem permita que o vislumbrar do futuro apague o momento de agora.

Para que o amanhã aconteça é necessário que o hoje termine. E para que seu fim seja o desfecho de um futuro glorioso é preciso de muito empenho. È necessário ser presente na confecção do presente.

Capriche! Enfeite! Assista! Participe! Seja presente!

Seu futuro agradece.

domingo, 17 de julho de 2011

Bom domingo!

Sensação boa saber que o dia lindo lá fora está pronto para lhe receber.
E que pessoas queridas estão perto de você para compartilhar o momento, aparentemente simples, mas infinitamente precioso.
Bom é se dar conta de que a semana recomeça, mas não a rotina.
È chegada a hora de fazer diferente tudo o que poderia ser igual.
Cada novo dia é uma chance de mudança. E que toda ela seja sempre para melhor.
Há dias e dias. Alguns não tão recheados de boas surpresas...
Mas acredito que estar vivo para receber cada novidade, seja agradável ou não, já é um prêmio.
Muito querem e não podem; outros desejam, mas não realizam.
Há impedimentos maiores que aniquilam sonhos, podam vontades, emperram desejos.
Poder contornar obstáculos já é vitória.
E saber que o dia bonito que lhe espera ao levantar oferece uma grande possibilidade de realizações acende a certeza de que viver é uma graça.
Bom domingo de sol a todos!

sábado, 2 de julho de 2011

Minhas convicções

Eu admito: faço parte daquelas pessoas que acham que "o copo está meio vazio".
Mas explico: não é pessimismo. È desejo de saciedade. Vontade imensa de preenchimento!

Acredito nas pessoas, mas começo a desconfiar no primeiro instante que a conversa não me parece coerente.
Explico: a verdade é fluente; salta aos olhos do expectador, porque é espontânea. Não precisa gaguejar.

Uma boa noite de sono acalma as aflições, traz saúde, mas não resolve os problemas.
Motivo: soluções necessitam de ações, atitudes.

O tempo é aliado, mas pode ser inimigo.
Ajuda no esquecimento, mas pode embotar a memória; funciona como fator de expectativa, mas também pode tornar a oportunidade perdida. Cada evento tem seu momento. Perceber o tempo certo é o grande desafio a ser vencido.

Acredito na justiça; seja humana ou divina. Mas ainda penso que a vontade de ser justo é que torna a justiça admirável. Cada história tem uma versão, de acordo com o narrador que a conta. Cada ponto de vista transmite sua razão. Tentar ser justo para cada questão é que faz toda a diferença.

Emoção de mais embaça a vida. Às vezes uma pitada de razão torna o tempero mais agradável.
Razão em demasia torna a vida robótica. Um pouco de emoção dá sentido á existência.
O equilíbrio é a essência.

Silêncio é contemplação. Mas nem todo momento comtemplativo precisa ser absolutamente mudo. Nem surdo.

A música transforma. Faces, momentos, vidas, almas. Pena que ainda tem gente amusical no mundo...

Não sou teimosa. Sou uma pessoa convicta. Penso a respeito do mundo e encontro minha posição. Sempre. Pode até ser que mude de lado, vez ou outra. Descobri que a mudança é a único fator imutável, e faz parte das mnhas convicções entender que flexibilidade nos dias atuais é sinal de inteligência.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Charada


Disse que estava tudo claro e que as notícias eram mesmo boas.
Que a felicidade era companheira e viria com muita prosperidade.
Precisava registrar, mas não sabia como.
Escrever para ninguém entender: esse é o plano!
Pensei que nem chegaria, tamanhos contratempos.
Fui, mas não sei se volto.
Penso que fui só pelo desafio de chegar.
Falou de estabilidade, segurança financeira.
Cabeça confusa, preocupada, estressada... Talvez seja mesmo assim.
Que a pessoa não apareceu por acaso; havia mesmo um propósito de ser. Estava no caminho.
Falou de problemas de saúde: intestinos, estômago, pernas, pescoço, garganta, em alguém não tão distante assim. Nada de gravidade, a princípio. Eu disse: a princípio.
Quem foi para longe não volta. Quem está perto tem surpresa feliz.
Sobre algum imóvel e mudanças no lar. Mais pra frente? Mudança de lar! Sem destino.
Recordações do passado de volta. Novas pessoas e dúvidas. Desavença com alguém querido, querida.. Outra criança a chegar.
Essa primeira parte não faria questão de saber...
Uma menina saudável, apesar das preocupações com saúde.
Mas a decisão sempre é minha. Sou eu quem faço valer. A escolha cabe a mim.
O que me sobrou foi a idéia de deixar anotado sem que ninguém saiba do que se trata.
Amigos queridos, desculpem!
Precisava dessa charada!

Aproveitando Santo Antônio




Pensei sobre os amores e cheguei á conclusão:
todas as formas que tomam,
sejam propositada ou inadvertidamente,
exitem porque assim são.

Por mais que se tente pôr saldo,
dizer que é certo ou errado,
tentar explicação para crer,
o que se sabe a respeito
é que amor não tem defeito,
por mais imperfeito que possa ser.

Amor vive de chama,
mas se é cinza, também faz calor.
O que vale é aquecer o peito,
fazer valer o direito
de quem toma ou dá o valor.

Há cinza que volta a ser chama
e fogo que se apaga com vento.
Por isso afirmo e repito:
amor é o que é que há de ser!
Quem assim pode saber?

Tem quem ame de longe;
Tem quem ame de perto;
Há quem ainda é descrente,
pensa que amar não dá certo!

Tem quem ame a liberdade;
Quem ame mesmo a solidão.
Quem ama não fica sozinho,
essa é grande questão!

Amor é sempre de dupla,
de par, de dois, de casal.
Precisa de paciência,
de regador com água, de sal.
È sabor inconfundível,
é tempero, é canela, é sol.
Vale amar diferente,
só não se pode viver só.

Amores são passarinhos
que precisam do vento para voar.
Sons provocados por ventos,
pronunciados pelo tempo,
São cantigas de ninar.

Amores são presentes,
são passado e futuro.
Há quem já tenha esquecido,
tenha ficado calado, mudo.

Amores são vozes velozes,
são dias de festas, chegadas e partidas.
São pedidos de permanência,
de clemência, de saída.

Amores são o que são.
È assim que devia ser.
E agora, vem a questão:
E o amor? Onde mora em você?

Idas e vindas


Agora descobri: em maio não passei por aqui!
Acho que me escondi sob meus pensamentos,
embaixo da escuridão dos meus cabelos.
Escrevi minhas histórias no dia, acordando e vivendo e dormindo e acordando...
Aproveitei a mudança de clima, do tempo, do humor e saí.
Esqueci de escrever porque vivi.
E vivi cada instante para voltar a escrever.
Aqui me revejo, me reencontro, me assisto, me condeno,
me assusto, me enxergo e me camuflo com as cores das letras.
Fujo e retorno, porque descobri que me despir em textos
me transforma a alma, me alimenta o espírito.
Volto quando, depois de voar por aí, procuro repouso.
Ou movimento, já que estampo cada parte disso tudo
subindo e descendo as colinas que crio.
Volto para cá porque respiro; estou viva aqui.
E quando, porventura, me desapego é para estimular saudades.
Ainda é assim que me reciclo: idas e vindas.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Novidade

Ainda sou surpreendida com as revelações de péssimas condições de atendimento nas unidades de saúde, pronto socorros e clínicas, como se fosse a mais nova verdade a ser divulgada.
Desde que me vejo inserida no contexto da saúde, seja ela pública ou particular, esse tipo de notícia nunca foi novidade.
O que tem de novo agora é a população procurando a imprensa com muito mais frequência que antes, munida de imagens- fotos ou filmagens- das condições degradantes a que os pacientes são submetidos, e que antes feriam apenas nossa visão. Agora é de domínio público. Isso é novidade!
Novidade é descobrir que a população sabe que tem direito a um atendimento decente e que pode - e deve- reinvindicar a condição que merece.
Novidade é a tecnologia sendo utilizada como forma de cobrança das autoridades e como denúncia das más condições de atendimento.
Ainda aguardo a novidade de o médico deixar de ser culpado pelo caos da saúde no país.
Que a população também descubra que a falta deste mesmo médico é por pagamento insuficiente ou por condições de trabalho tão ruins quanto áquelas que eles mesmos ( os pacientes) são submetidos.
Que falta leito, médico, ambulância e remédio todos sabem.
E mais: falta também sabão para higiene das mãos, papel higiênico nos banheiros, luvas de procedimento, roupa de cama, quarto de repouso médico, dentre outras coisas.
Não, não falo só da saúde pública. Não faço críticas ao Sistema ùnico de Saúde apenas. A saúde privada anda pela mesma vereda: a privada.
Mais?Falta ainda educação para as crianças, transporte para que cheguem aos hospitais, e acima de tudo, falta respeito.
Aprendi como deve ser a medicina e vivo assistindo como ela não deve ser.
Não quero me acostumar com o tic-tac do relógio e achar normal uma criança internada entre duas cadeiras de plástico unidas feito maca.
Quero a novidade de poder trabalhar sabendo que valorizam minha profissão e que promovo o bem; que a dignidade faz parte do receituário a ser prescrito e que a consciência tranquila continuará me fazendo companhia.

Deve haver


Deve haver um tipo de amor que não se aborreça.
Desses que não se incomoda com o horário,
com vestimentas, cardápio ou coisas assim...
Que não se apegue a promessas, que esqueça defeitos,
acorde e adormeça sem lembrar de dívidas, de erros,
que não cobre religiosidade ou a falta dela.
Que não espere presentes,
que não mande recados através de caretas,
que não critique, que não fale de boca cheia,
que não se importe com a chateação própria ou alheia,
tampouco invente motivos para aparecer...
Tipo de amor baseado em cumplicidade e respeito,
que não rouba o coração de alguém , e sim, o cativa.
Amor que abraça; e não sufoca.
Amor que entrega e não pede de volta.
Não culpa, nem exige culpados.
Sem ciúmes, sem mágoa, nem tristeza.
Apenas mansidão, leveza. Profundidade de espírito.
Deve mesmo haver algum tipo de sentimento maduro
que não seja refém das frivolidades humanas,
que surja a partir do desinteresse e cresça, lentamente,
sem precisar utilizar-se do outro para isso...
Acredito que exista. Penso até que descaminhe por perto.
Definitivamente, ainda não o encontrei.
Se o vir andando a ermo, peça que fique.
Convide-o para passar um tempo.
Faça com que se acomode e permaneça.
Deve mesmo haver algo assim.

sábado, 16 de abril de 2011

Texto de hoje

Não me contento com meias verdades.
Não sei viver assim.
Há quem não se importe em dormir com mentiras
e fingir que a vida continua bem,
mesmo que o caminho percorrido seja bem outro.
Prefiro continuar encarando a realidade de olhos bem abertos
e muitas vezes me ferindo ao tentar digerir sabores amargos,
do que permanecer na escuridão da hipocrisia.
Não está bom? Quero mudanças.
Pode ser melhor? Que venha a melhora.
Há outra opção? Sempre.
Nunca vivemos sem chance.
Basta querer enxergar além.
Só não há jeito pra morte, porque ninguém ainda voltou pra contar se precisa mesmo de jeito por aqui...
Porque, talvez por lá, esteja tudo na mais perfeita paz.

domingo, 3 de abril de 2011

...

Seria deveras agradável compreender.
Dificuldade em saber o que a vida me mostra,
o que na vida se mostra, assim, tão perto, pra mim.
Sinto-me cega: olhos colados para os fatos.
Sinto-me mutilada: sem tato para perceber
o que a vista embaçada não deixa enxergar.
Sinto-me burra: não sei ler o que se escreve sem palavas, sem escrita.
O desenho vai surgindo. Apenas ouço o som do rabisco, mas não entendo.
O que está sendo pintado? Não consigo ver!
Não sei empunhar o lápis para definir o desenho.
Nem sequer vislumbro a forma que toma conta do papel...
Precisava antecipar a próxima etapa, mas não sei como e nem aonde ir.
Seria bom compreender: meus impulsos, ou a falta deles; minha mansidão quase apática, meus desejos de descanso, de fuga repentina; meu descaso, minha falta de projetos, a ojeriza pelo domínio; essa forma sempre correta de querer resolver o mundo.
Continuo então cega e sem rumo.
Qual será a parte de amanhã?

Indignada

Ando pouco inspirada.
Engolida por papéis, prazos
e um cansaço enorme, sem precedentes.
Tentando entender por quê tanta injustiça,
tanto desperdício e falta de bom senso.
Acredito que vou permanecer na tentativa, sem descobrir a causa.
Desanimada com o comodismo de muitos.
Desacreditada pela má fé de tantos outros.
Aterrorizada por gente que se orgulha de tirar proveito da desgraça alheia,
que vive de aplicar golpes (alguns de proporções gigantescas),
sabendo que causa sofrimento e ruína em tantas casas...
Assistindo ás notícias do caos da saúde pública- mesmo não sendo novidade para mim-
e sentindo vergonha alheia...
Vergonha pelos políticos que constrõem projetos e obras que não beneficiam a população,
que apenas servem pra fingir que o atendimento acontece....
Vergonha pelo profissional de saúde que se esquece de que lida com gente e se embrutece pela banalização do mau atendimento...
Vergonha por aquele que faz esquema, que trabalha menos do que é necessário e ainda acha que está no direito de reclamar...
Tristeza por ver gente que recebe, mas não trabalha.
Que faz da malandragem projeto de vida!
Aborrecida por ver tantos moradores de ruas, consumidores de drogas perdendo saúde, família e amigos nas pedras das bocas.
Vergonha por aquele que contrata parentes, que engorda o próprio salário,
que mente descaradamente, jurando que é inocente...
Entristecida por um sistema penitenciário fraco, que demora em seus julgamentos,
amontoa presos, condena erroneamente muitas vezes,
e liberta quem deveria permanecer trancado.
Cansada de ouvir reclamações que não tenho como resolver,
de ouvir queixas que não serão sanadas por mim,
de ver gente tão jovem querendo uma forma fácil de vencer na vida,
sem trabalho e empenho na maior parte das vezes...
Gostaria de entender qual é o padrão?
O que molda os tempos de hoje?
Tenho certeza de que estou por fora.
Peixe nadando contra a correnteza: assim!
Ando me questionando como será daqui a alguns anos...
Tenho medo da piora. Muito medo.
Porque mesmo a propaganda dizendo que os bons são maioria,
ainda não consegui ver a maioria vencer.
Esta é minha indignação.

sábado, 26 de março de 2011

Se assiste BBB, não leia...

Outra superbobagem nacional no ar.
E o povo decide, qual mau exemplo de educação, caráter e índole deve ficar muito rico outra vez.
Apologia ao vício ( cigarros, anabolizantes, bebida alcoólica...), nudez, erotização das relações, burrice e hipocrisia voltam ao lar de milhares de brasileiros.
Acredito que esse tipo de situação aconteça diariamente em vários lares, diversas casas e que o mundo seja mais duro e cruel do que se possa imaginar. Mas divulgar pela tv o que se pretende deixar encoberto, já é outra história...
Não se mostra o que é feio e se esconde o que é errado, não por pudor ou falsos valores;
mas sim, para evitar que a banalização do erro aconteça e que as pessoas achem normal a conduta inadequada.
Sabemos que o vício existe, que a postura ruim se apresenta, mas aceitar calado que isso visite nossas casas todos os dias de forma vil e burra é ser conivente, é ter parte no precesso.
Não acredito que exista alguém perfeito, sem vícios, sem deslizes. Acredito nas pessoas que trabalham honestamente pelo seu sustento e que se empenham em acertar, mesmo que o caminho passe pelo erro.
Exposição gratuita de falta de valores não contribui para o fim da miséria, para a educação da população, para o afastamento dos vícios. È apenas a ilusão de que a sorte é a chance da vitória.
Sorte de ser convocado, de ser ou não votado, de ser ou não aceito...
A sorte só é chance de vitória se vier acompanhada de responsabilidades e de um alicerce valioso chamado família.
Sem isso, não adianta ganhar milhões. O espírito continua pobre.

Sozinho?

A música diz que "é impossível ser feliz sozinho".
Mas, será que estamos mesmos sozinhos?
O vizinho ao lado insiste em lembrar que a solidão não faz parte das nossas vidas.
O barulho da família dele me torna parte do cotidiano sem reservas.
A festa de hoje na área comum do prédio também serve pra dizer que não estou sozinha.
Pelo contrário: diante de tanta confusão, se eu descer e me infiltrar, tenho certeza que faço parte do contexto sem esforço...
Moro sozinha, mas meus pais passam temporadas comigo... Sozinha? Quando?
Meus irmãos e sobrinhos também curtem bons momentos por aqui. Não tem ninguém sozinho por aqui...
Eu passo mais tempo fora de casa que dentro.
E, diante de tanta interação, com tanta gente diferente, não dá pra se sentir sozinha.
Com a internet funcionando, quem pode se sentir isolado?
O mundo adentra seu quarto e fica assim, muito simples, não ser só.
Quer fugir do mundo virtual? È só ler um bom livro.
Fazer parte da história não permite que esteja sozinho.
Se o trabalho lhe acompanha, com certeza não estará sozinho.
Acho que teremos que modificar a frase: é quase mesmo impossível ser sozinho!

domingo, 6 de março de 2011

Intuição feminina

Às vezes me pergunto: porque a intuição feminina não resolve tudo?
È verdade!
Veja que bom seria, se a intuição metamorfoseada fosse praticamente um superpoder,
que ajudasse a prever o que viria pela frente?
Seria a glória!
Desde a oportunidade de trabalho ao relacionamento que está começando.
Do sapato que daria calo até a opinião da sogra a seu respeito.
Seria uma intuição misturada com premonição, assim, bem de leve...
Sem paranormalidades, sem vidência.
Apenas aquele instinto que aguça a mente e fala ao ouvido: não vai prestar; acho melhor trocar; vamos fazer diferente...
Seria uma bênção!
Enquanto essa intuição poderosa não surge pela evolução simples da espécie,
continuamos quebrando a cabeça...
Alguém tem mais alguma idéia de prevenir danos?

Mais do Pedroca

Pedro é assim: de dicionário próprio, de definições convictas, de pensamento rápido.
Dia desses, me pediu para contar uma história - que eu já havia lido e relido centenas de vezes para ele. Falei que ele mesmo podia ver a revista porque já conhecia a historinha.
Ele respondeu:
- Mas eu não sei ler!
Retruquei:
- Por esse motivo é que você deve ir para a escola. Lá, a Tia ensina a ler, escrever, contar...
(Aproveitei o momento para incentivar a tão sofrida ida ao colégio)
Imediatamente:
_ Mas eu já fui várias vezes e não aprendi nada!
Comecei a rir...

Dias depois , veio me contar entusiasmado que a Tia da escola pediu para que eles colocassem a ficha com a letra correspondente ao próprio nome e que ele colocou o P de Pedro ( que ele já reconhece há muito!) no lugar certo. Dei "parabéns" empolgado e confirmei que de agora em diante só coisas mais difíceis para ele aprender.
Perguntou:
- Mas por que coisas difíceis? Por que fáceis não?
Ri outra vez...
...
Outro dia me perguntou quais atividades eu fazia na minha escola.
Tentei explicar de forma fácil que eu não era aluna, era professora, e que ensinava os alunos a atender as crianças, ouvir o coração, a respiração, medir a temperatura...
Perguntou:
- Mas como você põe o termômetro se não tem ninguém com febre lá?
E completou:
- A Tia lá na escola tem um termômetro para colocar no braço quando a gente tá com febre...
E como chama o Tio da portaria da sua escola?
Nem pude responder... Não tenho idéia do nome do segurança da entrada!
E para completar as justificativas infinitas para ficar em casa e não ir a escola, depois de 2 dias em casa por estar febril, adiantou:
_ Mas como posso ir para escola se estou tossindo???
Noutros tempos dizia: o portão ainda não abriu, a tia não vai chegar, os colegas não vão para a escola ou, simplesmente, hoje é folga!
Este é o Pedroca.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pensamentos do dia


Hoje flagrei meu pensamento solto,
dando voltas sobre ele mesmo.
Naquele momento descontraído de pensar por pensar,
sem ter ordem nem pressa,
nem convicção, nem respostas.
Ouvi frases repetidas, por pessoas diferentes, em situações diversas
e isto talvez fosse o motivo do vôo...
Lembrei que em breve alcanço a casa 30
e que a cronologia ainda não anda fazendo sentido.
Não tenho cara, porte e nem pose de tal.
Por isso o sentimento de nulidade para o número...
Recordei também que, quando era criança,
determinava, na imaginação gigante que sempre tive,
datas, idades, épocas e momentos para que cada situação importante acontecesse.
Não tinha sequer a idéia do que seria de mim alguns anos depois;
mas tinha resolvido quando e como cada mudança aconteceria.
Acordava sendo aeromoça; na metade do dia era professora;
rapidamente possuía um banco, tinha vários funcionários;
ao fim da tarde era taxista; dormia manequim de passarela
e acordava cantora no dia seguinte.
Meu primeiro namorado seria depois dos 15 anos ( e realmente foi... bem depois!),
casaria aos 23 e teria filhos aos 25.
Aos 30, já teria família constituída, digna de propaganda de margarina,
emprego estável, boa remuneração, férias anuais com direito a viagens longas...
Enfim: a vida estaria pronta! Com ou sem fama, mas tranquila e feliz!
Hoje, olho para trás e me enxergo do mesmo tamanho.
Mantendo a mesma cara de antes, usando os mesmos vestidos,
falando as mesmas bobagens, rindo de nada, chorando por tudo...
Parece que o tempo não passou!
Não sei ainda o que penso sobre o casamento.
Não tenho prazo estimado para ele.
Filhos fazem parte de um futuro que ainda não vislumbrei.
E a família de propaganda de margarina não existe mais nem na propaganda!
O trabalho me envolve e me faz melhor, mas ainda não traz o mérito desejado...
As férias e as viagens longas ainda são projetos que insistem em ser apenas projetos.
Não existe data marcada para nada.
Nada estará pronto!
Porque supõe-se que o pronto está parado, estagnado, não anda mais.
E parar é morrer, é secar.
Não tenho idéia de tempo.
Nem imagino qual será o cardápio de amanhã...
Mas é bom sentir que ainda sou a mesma menina de antes,
que a imaginação continua voando e que a alma não tem idade.
Nem de 10, nem de 20, nem de 30.