segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poesia da noite

Pelo sim, pelo não, 
resolvi aceitar.
Até porque não restava outra opção.
Até porque resolvi repetir aquele refrão
de que existe sim um motivo,
que há sim um fato, 
que comprove o improvável, 
que confirme o impossível
e que faça o possível ser presente,
se assim for pra ele ser.

Assim, com jeito acanhado,
espírito inibido,
acatei o destino, 
que me fez pequenino e só.
Pelo sim, pelo não,
resolvi não reclamar.
Nem fazer piadinhas,
nem zombar do infortúnio,
nem buscar explicações,
nem respostas.
Tranquei todas as portas.
Sem saídas, 
sem passagens,
sem aragens, 
sem ninguém.

Pelo sim, pelo não, 
vou dormir ligeiro.
Encontrar no travesseiro
as dúvidas que eu publiquei,
os convites que aceitei,
os propósitos que recusei,
os sonhos que decepei,
destrocei e escondi debaixo do tapete.
No meu sono, imploro!
Um pouquinho de clemência.
Misericórdia do caminho de pedras
que meus pés voltam a pisar.

Pelo sim, pelo não, boa noite!
Agradeço o fracasso,
o abraço, o despeito,
o encontro, o respeito,
o cansaço, a vergonha,
a piada, a risada,
o atraso, o destino,
a festa, a roça, 
a moça que presta
homenagem a saudade, 
ao adeus.


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