domingo, 20 de novembro de 2011

A chuva


Amo a chuva. Gosto da forma como se apresenta. Ora mansa, fina e calma. Outras vezes devastadora, feroz, voraz. Gosto de como umedece a terra, cria vida. Admiro a forma como dissipa o calor, acalma os ânimos. Às vezes, nos prega sustos: estamos desprevenidos para recebê-la. Outras, provoca tragédias, verdadeiros desastres. Mas a vida também não é assim? Imprevisível? Adoro o cheiro de terra molhada e a sensação do vento úmido que antecipa as gotas, que muitos, muitos mesmo, não conseguem distinguir... Acredito na sua colaboração importantíssima na criação, no seu poder de lavar, limpar, alagar...
Lembro-me de quando brincava sob as gotas, fazia brincadeiras na lama e a chuva era motivo de festa! Lembro-me de outras vezes que espreitava da janela, observando curiosa os raios e relâmpagos que apareciam juntos... Nunca tive medo. Mas sempre olhei com admiração... È de uma beleza encantadora e ao mesmo tempo inconsequente!
Devastadora, porém produtiva. Necessária, porém imprevisível. Acho que me tranformo em gotas quando ela passa por mim e acabo me espraiando por aí... Ora mansa, ora tempestuosa, assim como a chuva.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meu momento


Como é difícil confiar nas pessoas!
Aquela frase famosa de "quem vê cara não vê coração" se aplica muito bem hoje em dia...
Momento de desalinho familiar, de intrigas, inveja e egoísmo profundo.
Sempre tem alguém querendo a vantagem, usando mentiras, obstruindo a justiça.
Por que não se pode ser honesto?
Por que não desejar o que é fruto do próprio empenho e trabalho?
Por que desejar o que é do outro?
Por que estragar o sonho alheio?
Por que se aproveitar de quem é bom?
Por que não devolver a bondade em dose ainda maior?
Por que encher o próprio bolso em vez de dividir?
Ando descrente das pessoas, me isolando na minha bolha particular.
E sei também que isso não é bom. Tampouco resolve meu problema de incredulidade humana.
Mas tem sido difícil crer em gente com intenções boas.
Desconfiando até da própria sombra!
Nenhum oferecimento neste momento é visto por mim como sincero.
Nenhuma aproximação é despretensiosa.
Nenhuma pessoa tá valendo a cotação do dólar...
Espero que seja só uma fase.

domingo, 6 de novembro de 2011

Prazer dispensável




"Muito prazer!"
Ou simplesmente "prazer".
Mas não seria menos formal cumprimentar
com um "Oi, como vai? Tudo bem?"
Essa história de "prazer" além de ser meio antiquada dá margem a erros.
Passei por situações desagradáveis dia desses,
justamente por causa dessa palavrinha dispensável.
Escutar "muito prazer" de quem já se conhecia só aumenta
a certeza de que sua presença foi insignificante o bastante para ser lembrada.
Ou que a pessoa em questão propositadamente quis esquecer que já lhe conhecia.
E aí? Contamos a verdade que a apresentação já havia sido feita ou
mergulhamos no mar da hipocrisia e começamos do zero novamente,
fingindo ser mesmo o primeiro contato, o instante da apresentação?
Sinceramente: não sei.
Já usei as duas táticas e não vi vantagens suficientes em nenhuma delas.
Resta abolir o "prazer" das apresentações e seguir tocando em frente.