terça-feira, 23 de julho de 2013

Pior defeito

Pior defeito?
Na minha opinião, o preconceito.
Não há explicação que justifique
o julgamento inoportuno.
Não há definição que convença.
Nem inteligência que resista.
Por mim, cai por terra
qualquer chance de contestação.
Alguém, acaso, pode ser medido
pela cor da pele que tem?
Ou se pode definir o bem ou o mal
pela escolha sexual?
Se a pobreza define índole,
se riqueza escolhe caráter,
perde-se por completo
a ideia de humano de alguém.
Se a diferença de raça afasta,
se o tamanho provoca arestas,
perdoe-me, mas não presta
este tipo de avaliação.
Se o viciado não tem conserto,
se o presidiário não tem recuperação,
é melhor desistir então,
de vez, da humanidade inteira.
Cheia de gente diversa,
caras e cores, 
tamanhos e ares,
pesos e planos tão variantes.
Pra mim, o pior defeito, é gente ignorante...
Que não compreende que a graça está na diversidade,
que não interessa posição social ou idade...
São apenas pequenos detalhes.
Não importa se não vê; o importante é o que se sente.
Não precisa andar, se as palavras atravessam distâncias.
Não precisa falar quando os gestos denunciam e falam por sí só.
Há lugar para o grande e o pequeno, neste mundo, espaço vasto.
A essência vai muito além da aparência.
E o valor, muito além do espelho.
Triste é saber que esse mal ainda existe.



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