terça-feira, 4 de maio de 2010

Eu

Sempre percebi a diferença que trazia comigo.
O encaixe nunca foi perfeito.
O filho do meio, diferente dos outros extremos;
Não parecido com o pai e nem com a mãe;
Não pertencente á família de nenhum dos lados.
Sem afinidade, sem assuntos em comum.
Amigos de idade diferente, gosto e costumes não condizentes á minha época.
Séria demais para ser divertida.
Nova demais para tanta responsabilidade.
Boa demais pra errar.
Certa demais pra se irritar ou se rebelar.
Sempre disposta: a um favor, a um pedido.
Sempre sozinha, em qualquer época do ano.
Mesmo acompanhada, sempre sozinha, de alma vazia.
Sempre soube que não fazia parte deste mundo: não poderia mesmo fazer parte de tanta tristeza, tragédia e injustiças.
Não sou injusta. Nunca fui. E não concordo com tanta atrocidade que observo e assisto.
Nunca me senti completa. Falta alguma coisa.
Falta o elo de ligação com o mundo.
Eu não sou daqui. Sei disso.
Mas ainda não descobri de onde eu vim.

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