Ouve a prece de um filho
Que pede sua intercessão divina
Escuta, ouve e ensina
O caminho seguro, a escolha definitiva
Tenho pedido muitas vezes
Mas não consigo compreender seus desígnios...
Abre o coração e me acolhe
Aceita-me em seus braços tão ternos
Faz-me de novo pequeno
E soluciona o que não sei resolver...
Meu peito se encolhe
Tenho medos e angústias
Sei que pode em meu nome
Pedir a Ele por mim.
Ajuda-me a entender o que me espera
Protege-me com teu manto materno
Escuta quando rogo teu zelo
Não me entregue nas mãos do destino
Sou teu filho pequenino
Ainda preciso do teu colo
Careço de tua proteção
Não me abandone
Chame meu nome
Quando for me acordar
Eu saberei quem me desperta
Revele em meus sonhos as respostas
Por que conselhos de mãe
São sempre bem-vindos
Abranda o sofrimento
Acalenta e enxuga o pranto
Elevo a ti o meu canto
Em agradecimento
Por tão grande amor
Com carinho me prepara
para luta e a dificuldade
Sem alarde me faz forte como foste
Esteja comigo sempre
E hoje, apenas escute esta minha oração.
Para todos os assuntos que motivem conhecimento, reflexão, curiosidade e diversão. Escrever sem preocupações...
sábado, 29 de maio de 2010
Reciclagem
Onde posso guardar o que extravasa?
Onde pouparei o que extrapola?
Esta pequena grande mola de engrenagem do mundo me emperra.
Quero outro planeta pra viver que não seja a Terra.
Quero outras possibilidades que não estas.
Onde desprezo o que trago comigo?
Onde escondo o que salta aos olhos de todos?
Minto pra mim, fingindo estar tudo traquilo, quando bem sei que aquilo que me incomoda ainda está lá, fincado, como um espinho no dedo de quem colhe a flor.
E a ferida dói bastante, por que o sangue estancado não mais vaza, mas a lembrança da dor ainda existe e a cicatriz do momento permanece por longo tempo...
O que faço com tudo o que mantenho guardado?
Jogo fora? Viro pro lado e ofereço pra quem passar?
Onde posso despejar carga tão preciosa?
Um pedaço de mim tem que ir embora, mas não sei ainda como deixar partir.
Preciso me reciclar...
Transformar resíduo em arte, azar em sorte, transtrono em felicidade, sono em vigília, tristeza em alegria, passado em velhas lembranças, sentido em não mais sentir...
Onde pouparei o que extrapola?
Esta pequena grande mola de engrenagem do mundo me emperra.
Quero outro planeta pra viver que não seja a Terra.
Quero outras possibilidades que não estas.
Onde desprezo o que trago comigo?
Onde escondo o que salta aos olhos de todos?
Minto pra mim, fingindo estar tudo traquilo, quando bem sei que aquilo que me incomoda ainda está lá, fincado, como um espinho no dedo de quem colhe a flor.
E a ferida dói bastante, por que o sangue estancado não mais vaza, mas a lembrança da dor ainda existe e a cicatriz do momento permanece por longo tempo...
O que faço com tudo o que mantenho guardado?
Jogo fora? Viro pro lado e ofereço pra quem passar?
Onde posso despejar carga tão preciosa?
Um pedaço de mim tem que ir embora, mas não sei ainda como deixar partir.
Preciso me reciclar...
Transformar resíduo em arte, azar em sorte, transtrono em felicidade, sono em vigília, tristeza em alegria, passado em velhas lembranças, sentido em não mais sentir...
Por quê?
Gostaria de entender...
Só um pouquinho já bastaria.
Tanta gente precisando de abrigo e tanto espaço sem ter quem abrigar.
Tanta gente precisando de afeto e o desafeto se alastrando sem parar.
Tanta gente precisando de saúde e o desperdício de quem a tem sem sequer notar.
Tanta gente desejando um bom emprego enquanto muitos do trabalho vivem a reclamar.
Como dormir sem pesadelos com as grades e portas trancadas pelo medo?
Como estender a mão, se a porta não se abre?
Como pode escolher alguém pra si, se não é a pessoa certa pra se dar?
Como compreender o momento certo de parar?
Como entender que a chance foi embora e o que resta agora é outra história pra contar?
Tanta frase solta sem sentido e meu ouvido atento tentando decifrar.
Tanta raiva e tanto ódio reprimidos, tentando louamente escapar.
Por que tantas perguntas sem respostas, se a lição de casa é feita todo dia?
Por que tantos dias sem lembrança, sem memória numa mente tão vazia?
Por que o esquecimento não se assenta e esta tormenta afasta rapidamente de mim?
Tanto esforço sem recompensa, tanta tristeza imensa.
Por que tanta história sem fim?
Só um pouquinho já bastaria.
Tanta gente precisando de abrigo e tanto espaço sem ter quem abrigar.
Tanta gente precisando de afeto e o desafeto se alastrando sem parar.
Tanta gente precisando de saúde e o desperdício de quem a tem sem sequer notar.
Tanta gente desejando um bom emprego enquanto muitos do trabalho vivem a reclamar.
Como dormir sem pesadelos com as grades e portas trancadas pelo medo?
Como estender a mão, se a porta não se abre?
Como pode escolher alguém pra si, se não é a pessoa certa pra se dar?
Como compreender o momento certo de parar?
Como entender que a chance foi embora e o que resta agora é outra história pra contar?
Tanta frase solta sem sentido e meu ouvido atento tentando decifrar.
Tanta raiva e tanto ódio reprimidos, tentando louamente escapar.
Por que tantas perguntas sem respostas, se a lição de casa é feita todo dia?
Por que tantos dias sem lembrança, sem memória numa mente tão vazia?
Por que o esquecimento não se assenta e esta tormenta afasta rapidamente de mim?
Tanto esforço sem recompensa, tanta tristeza imensa.
Por que tanta história sem fim?
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Pensando...
Ainda não sei se foi mera coincidência ou se realmente havia mensagem oculta nos últimos acontecimentos.
Lembra da previsão do texto anterior? Pois é.
Pode ser sexto ou sétimo sentido mesmo; ou então, o poder do banho...
Quem sabe não foi tudo junto ao mesmo tempo?
Foi quase no fim. E ainda tem mais pra acontecer.
Apelei para o que resolvesse.
Falta a última cartada. Literalmente.
Quero a resposta. Agrade ou não. Acredite ou não.
Coincidência ou predestinação, agora não importa.
Sei é que me fez mais leve.
E eu precisava de menos peso pra flutuar.
Lembra da previsão do texto anterior? Pois é.
Pode ser sexto ou sétimo sentido mesmo; ou então, o poder do banho...
Quem sabe não foi tudo junto ao mesmo tempo?
Foi quase no fim. E ainda tem mais pra acontecer.
Apelei para o que resolvesse.
Falta a última cartada. Literalmente.
Quero a resposta. Agrade ou não. Acredite ou não.
Coincidência ou predestinação, agora não importa.
Sei é que me fez mais leve.
E eu precisava de menos peso pra flutuar.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Boas notícias
Algo me diz que será em breve.
Logo, logo trarei boas notícias.
Já é hora de se cumprir a profecia.
O período de colheitas chegou.
A comemoração do alvará de soltura demorou, mas está em vias de concretização.
Período de mudanças que seguem, mas de bom augúrio.
Talvez alguns dias apenas pra que tudo se resolva.
Novo tempo. Novos planos.
Banho de bons fluidos, ervas aromáticas.
Adivinhações, bom presságio, sexto sentido.
Intuição aguçada, sensação de acerto.
Mudança de ventos.
O tempo de espera começa a acabar.
Logo, logo trarei boas notícias.
Já é hora de se cumprir a profecia.
O período de colheitas chegou.
A comemoração do alvará de soltura demorou, mas está em vias de concretização.
Período de mudanças que seguem, mas de bom augúrio.
Talvez alguns dias apenas pra que tudo se resolva.
Novo tempo. Novos planos.
Banho de bons fluidos, ervas aromáticas.
Adivinhações, bom presságio, sexto sentido.
Intuição aguçada, sensação de acerto.
Mudança de ventos.
O tempo de espera começa a acabar.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Minha pintura
Eu não tenho medo da exposição
Tampouco do comentário alheio
Estampo minha face por onde passo
Deixo rastro, barulho e cheiro
Não me importo se causa efeito
Críticas e desafetos também edificam
Falo daquilo que cabe no peito
Sem mentira ou esquiva me permito
Comento o que penso
Lamento o que ouço
Faço fé que o futuro me abrace
mais de leve que este alvoroço
Assino meu nome
admito meu erro
Não nego a ignorância
Nem finjo paciência
Profundamente humana
Humanamente finita
Nem feia, nem bonita
Apenas alma que ama
Apenas alma que canta
Pedindo um pouco de paz
Quero repouso no colo
Só isso. Nada mais.
Não sei se o recado é compreendido
Nem me importa se serei descoberta
A minha vida é aberta
Espalho o que quero esconder
Um palpite? Ainda acerto
Está mais perto que antes
desfigura em meu semblante
o sorriso da incerteza
E assim vou me desenhando
Com a ousadia de quem não percebe
que a pintura se torna pública
bem diante de quem a conhece
Tampouco do comentário alheio
Estampo minha face por onde passo
Deixo rastro, barulho e cheiro
Não me importo se causa efeito
Críticas e desafetos também edificam
Falo daquilo que cabe no peito
Sem mentira ou esquiva me permito
Comento o que penso
Lamento o que ouço
Faço fé que o futuro me abrace
mais de leve que este alvoroço
Assino meu nome
admito meu erro
Não nego a ignorância
Nem finjo paciência
Profundamente humana
Humanamente finita
Nem feia, nem bonita
Apenas alma que ama
Apenas alma que canta
Pedindo um pouco de paz
Quero repouso no colo
Só isso. Nada mais.
Não sei se o recado é compreendido
Nem me importa se serei descoberta
A minha vida é aberta
Espalho o que quero esconder
Um palpite? Ainda acerto
Está mais perto que antes
desfigura em meu semblante
o sorriso da incerteza
E assim vou me desenhando
Com a ousadia de quem não percebe
que a pintura se torna pública
bem diante de quem a conhece
domingo, 16 de maio de 2010
Não tenho culpa
Não tenho culpa! Juro!
Tentei de tudo: a distância, o anonimato, mudei o foco, investi no trabalho, em outras pessoas...
Cortei o cabelo, mudei de endereço, de emprego, mas não deu muito certo.
Questionei se a fuga era mesmo a melhor opção...
Tentei a reaproximação.
Os astros não colaboraram; nem a previsão do tempo, nem o trânsito, nem os meios de comunicação... Nem as pessoas, nem as opiniões, nem minhas perdidas decisões!
Se o esquecimento não era a escolha certa, imaginei que o reencontro pudesse ser.
Mas depois de tantas tentativas frustradas, percebi que não ia vingar...
Tentei organizar a mente e o espírito, pra ver se assim conseguia sair desse círculo vicioso de aversão e desejo.
Dura algum tempo, mas a avalanche de sentimentos ressurge e, como se fosse a primeira vez, as mãos ficam trêmulas, a voz falha, as pernas não me obedecem e a saudade gigante me esmaga.
Parece a volta ao começo...
Então, me odeio, me culpo e me condeno ao açoite por ser assim.
Sem conserto, sem desfecho, vou seguindo.
Ora torço pro fim, ora rezo pelo recomeço.
Será que mereço?
Não tenho o domínio. È o que mais me incomoda.
Mas eu sei que a culpa não é minha...
Sou vítima de grandiosa armadilha cordial.
È maior que o meu tamanho. Não tenho como deter.
Finjo então que está tudo definido, quando a indefinição é a tradução pro meu momento.
Só pra mim é assim.
Tentei de tudo: a distância, o anonimato, mudei o foco, investi no trabalho, em outras pessoas...
Cortei o cabelo, mudei de endereço, de emprego, mas não deu muito certo.
Questionei se a fuga era mesmo a melhor opção...
Tentei a reaproximação.
Os astros não colaboraram; nem a previsão do tempo, nem o trânsito, nem os meios de comunicação... Nem as pessoas, nem as opiniões, nem minhas perdidas decisões!
Se o esquecimento não era a escolha certa, imaginei que o reencontro pudesse ser.
Mas depois de tantas tentativas frustradas, percebi que não ia vingar...
Tentei organizar a mente e o espírito, pra ver se assim conseguia sair desse círculo vicioso de aversão e desejo.
Dura algum tempo, mas a avalanche de sentimentos ressurge e, como se fosse a primeira vez, as mãos ficam trêmulas, a voz falha, as pernas não me obedecem e a saudade gigante me esmaga.
Parece a volta ao começo...
Então, me odeio, me culpo e me condeno ao açoite por ser assim.
Sem conserto, sem desfecho, vou seguindo.
Ora torço pro fim, ora rezo pelo recomeço.
Será que mereço?
Não tenho o domínio. È o que mais me incomoda.
Mas eu sei que a culpa não é minha...
Sou vítima de grandiosa armadilha cordial.
È maior que o meu tamanho. Não tenho como deter.
Finjo então que está tudo definido, quando a indefinição é a tradução pro meu momento.
Só pra mim é assim.
sábado, 15 de maio de 2010
Rapidinho
Ando compulsiva.
Quase eufórica.
Corro perigo.
Há muitos riscos.
Mas não é tão ruim assim.
Há mais felicidade.
Há mais vontade de acordar.
Menos motivos pra dormir.
Muitas buscas, várias contas, algumas compras.
Pensamento ligeiro.
Reparo em tantos detalhes que nem consigo me concentrar.
Tenho fome.
Almejo saciedade de tempo, de gente, de afeto.
Quero solucionar tudo rápido.
Não posso demorar...
Ando mais tolerante.
Tolerância é a palavra do século.
Ando menos úmida de emoções e mais arejada de sorrisos.
Mas quero outros quadros...
Essas imagens antigas já não me fazem sonhar...
Quase eufórica.
Corro perigo.
Há muitos riscos.
Mas não é tão ruim assim.
Há mais felicidade.
Há mais vontade de acordar.
Menos motivos pra dormir.
Muitas buscas, várias contas, algumas compras.
Pensamento ligeiro.
Reparo em tantos detalhes que nem consigo me concentrar.
Tenho fome.
Almejo saciedade de tempo, de gente, de afeto.
Quero solucionar tudo rápido.
Não posso demorar...
Ando mais tolerante.
Tolerância é a palavra do século.
Ando menos úmida de emoções e mais arejada de sorrisos.
Mas quero outros quadros...
Essas imagens antigas já não me fazem sonhar...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Enigma
Tenho assistido a tudo atentamente e tentado tirar conclusões que me sirvam de experiência para o futuro.
Mas o que enxergo agora é escuro e a visão embaçada não me permite reconhecer as figuras.
Vejo pessoas que obedecem ordens caladas e não questionam se a respiração lhe é permitida ou automática.
Gente que some, que desaparece e não dá mais notícias. O que acontece afinal?
Vejo vários modos de preparação de matrimônio: cuidadosa, desinteressada, obrigatória, empolgante... Qual deveria mesmo ser?
Assisto a filhos que nascem e famílias que se esfacelam.
Vejo a necessidade de doença e ausência de saúde.
O sol que surge e some num mesmo instante e a chuva que cai e refresca o tempo louco.
Vejo uma haste que se quebra, um ícone que não aparece, uma resposta que não é dada- e por isso já é uma forma de resposta.
Pilhas de roupas, caixas de sapatos, cabides guardados.
Classificados, apartamentos, planilhas e custos, contas e gastos.
Vejo o dia. Assisto a noite chegar.
Leio revista, livros e jornais.Procuro informações. È o que devo fazer?
Enxergo o meu sono diurno e escuto o pensamento noturno.
Não consegui ainda definir a mensagem.
Preciso de ajuda pra decifrar o enigma.
Mas o que enxergo agora é escuro e a visão embaçada não me permite reconhecer as figuras.
Vejo pessoas que obedecem ordens caladas e não questionam se a respiração lhe é permitida ou automática.
Gente que some, que desaparece e não dá mais notícias. O que acontece afinal?
Vejo vários modos de preparação de matrimônio: cuidadosa, desinteressada, obrigatória, empolgante... Qual deveria mesmo ser?
Assisto a filhos que nascem e famílias que se esfacelam.
Vejo a necessidade de doença e ausência de saúde.
O sol que surge e some num mesmo instante e a chuva que cai e refresca o tempo louco.
Vejo uma haste que se quebra, um ícone que não aparece, uma resposta que não é dada- e por isso já é uma forma de resposta.
Pilhas de roupas, caixas de sapatos, cabides guardados.
Classificados, apartamentos, planilhas e custos, contas e gastos.
Vejo o dia. Assisto a noite chegar.
Leio revista, livros e jornais.Procuro informações. È o que devo fazer?
Enxergo o meu sono diurno e escuto o pensamento noturno.
Não consegui ainda definir a mensagem.
Preciso de ajuda pra decifrar o enigma.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Era ela
Começo a entender agora como ela se fez presente.
Precisei de tempo para comprender os desígnios que os céus pretendem com seus diversos nomes e as mais variadas faces. Mas era ela. Hoje eu sei.
Foi a primeira imagem conhecida que me apareceu: ao abrir os olhos estava lá.
Alimentou-me, ensinou-me a andar, falar, cantar.
Fez-me perceber o valor de um abraço, de um elogio e do afeto.
Pôs-me em seu colo e mexeu em meus cabelos até que eu adormecesse.
Depois, me vestiu de anjo e me fez cantar as mais singelas canções de mãe.
A primeira imagem de santidade que me lembro é dela: de manto azul e véu branco, pisando sobre as serpentes e estendendo as mãos abertas derramando graças.
Graça: foi esse um dos nomes como se apresentou.
Ensinou-me a rezar, a conhecer e querer participar da vida de seu filho a tal ponto de não conseguir mais me afastar.
Catequizou-me. Fez-me cantar.
Chamava-se Maria escondida em Luciana. Mas era ela. Hoje eu sei.
Acolhia-me com um abraço terno de tia, de avó. Com bondade e generosidade fez-se presente de forma simples. Sempre. Chamava-se Maria.
Entregou-se pra mim através de um presente: pequenina e dourada.
Já não era mais criança, não cabia mais no colo. Por isso ela se colocou em meu pescoço para me acompanhar.
Não tive a capacidade, na época, de entender o fato. Hoje, sei que era ela.
Mais tarde me fez companhia, conversando comigo e me acalmando quando o desespero me arrebatava.
Enxugou minhas lágrimas e me protegeu.
Ouvia meus lamentos e pedidos e concedia a tranquilidade ao meu coração.
Atendia pelo nome de Aparecida e Fátima. Olhava pra mim com muito carinho e me atendia sempre. Como toda mãe faz.
Colocou-se de novo em meu caminho: tropecei e percebi que ela estava lá, prateada e perdida na calçada.
Recolhi a imagem e guardei comigo.
Era ela. A mesma figura santa da minha infância, a mesma imagem dourada da adolescência, o mesmo desenho de mãos espargindo bênçãos.
Era seu dia. Também não sabia. A comemoração era dela e se fez de novo em presente pra mim.
Acompanha-me em todos os lugares. Sempre a levo comigo.
Cobre-me com seu manto e me pôe em seu colo muitas vezes, me fazendo adormecer.
Hoje eu sei. Era ela. Sempre foi.
Precisei de tempo para comprender os desígnios que os céus pretendem com seus diversos nomes e as mais variadas faces. Mas era ela. Hoje eu sei.
Foi a primeira imagem conhecida que me apareceu: ao abrir os olhos estava lá.
Alimentou-me, ensinou-me a andar, falar, cantar.
Fez-me perceber o valor de um abraço, de um elogio e do afeto.
Pôs-me em seu colo e mexeu em meus cabelos até que eu adormecesse.
Depois, me vestiu de anjo e me fez cantar as mais singelas canções de mãe.
A primeira imagem de santidade que me lembro é dela: de manto azul e véu branco, pisando sobre as serpentes e estendendo as mãos abertas derramando graças.
Graça: foi esse um dos nomes como se apresentou.
Ensinou-me a rezar, a conhecer e querer participar da vida de seu filho a tal ponto de não conseguir mais me afastar.
Catequizou-me. Fez-me cantar.
Chamava-se Maria escondida em Luciana. Mas era ela. Hoje eu sei.
Acolhia-me com um abraço terno de tia, de avó. Com bondade e generosidade fez-se presente de forma simples. Sempre. Chamava-se Maria.
Entregou-se pra mim através de um presente: pequenina e dourada.
Já não era mais criança, não cabia mais no colo. Por isso ela se colocou em meu pescoço para me acompanhar.
Não tive a capacidade, na época, de entender o fato. Hoje, sei que era ela.
Mais tarde me fez companhia, conversando comigo e me acalmando quando o desespero me arrebatava.
Enxugou minhas lágrimas e me protegeu.
Ouvia meus lamentos e pedidos e concedia a tranquilidade ao meu coração.
Atendia pelo nome de Aparecida e Fátima. Olhava pra mim com muito carinho e me atendia sempre. Como toda mãe faz.
Colocou-se de novo em meu caminho: tropecei e percebi que ela estava lá, prateada e perdida na calçada.
Recolhi a imagem e guardei comigo.
Era ela. A mesma figura santa da minha infância, a mesma imagem dourada da adolescência, o mesmo desenho de mãos espargindo bênçãos.
Era seu dia. Também não sabia. A comemoração era dela e se fez de novo em presente pra mim.
Acompanha-me em todos os lugares. Sempre a levo comigo.
Cobre-me com seu manto e me pôe em seu colo muitas vezes, me fazendo adormecer.
Hoje eu sei. Era ela. Sempre foi.
Como me vejo
Eu sou assim:
Choro fácil, riso solto...
Labilidade emocional que se equilibra numa linha tênue de normalidade.
Pessoa de trato fácil, convívio bem-sucedido, serenidade constante...Ou quase.
Capaz de rompantes e de momentos de descontrole: Agonia Galopante.
Extremada: Quente ou frio; Tudo ou nada; Oito ou oitenta; Preto ou branco.
Meio termo só pra conjecturas...
Ainda criança. Não sei se cresci.
Raciocínio rápido. Lógica? Nenhuma.
Coração incompetente: ama demais.
Amor a música: quisera ser uma clave de sol!
Amor ao sol: quisera ser um raio de luz!
Apetite reduzido. Fome de criatividade.
Mau-humor engraçado. Comentários indizíveis...
Caras e caretas: Ironia sempre viva.
Um passarinho cantarolando logo de manhã.
Uma oração pra começar e pra terminar o dia.
Ouvidos atentos, memória infalível (nem sempre é bom se lembrar de tudo).
Preguiçosa. Ciumenta. Orgulhosa.
Amor a natureza: Viva as flores e as pessoas. Mas os bichos...que fiquem longe!
Gosto de boa conversa. Se for papo-furado... assunto encerrado!
Odeio fofocas. Abomino mentiras. Viva a verdade!
Viva a liberdade de expressão. Com respeito, é claro.
Tenho planos e projetos. Que insistem em seguir o próprio curso sem meu consentimento...
O acaso me adora. A vida me prega muitas peças.Tenho uma estrela na testa...
Espero pacientemente: Deus reserva coisas boas pra mim, eu sei.
Confio apenas n’Ele. Em mais ninguém.
Choro fácil, riso solto...
Labilidade emocional que se equilibra numa linha tênue de normalidade.
Pessoa de trato fácil, convívio bem-sucedido, serenidade constante...Ou quase.
Capaz de rompantes e de momentos de descontrole: Agonia Galopante.
Extremada: Quente ou frio; Tudo ou nada; Oito ou oitenta; Preto ou branco.
Meio termo só pra conjecturas...
Ainda criança. Não sei se cresci.
Raciocínio rápido. Lógica? Nenhuma.
Coração incompetente: ama demais.
Amor a música: quisera ser uma clave de sol!
Amor ao sol: quisera ser um raio de luz!
Apetite reduzido. Fome de criatividade.
Mau-humor engraçado. Comentários indizíveis...
Caras e caretas: Ironia sempre viva.
Um passarinho cantarolando logo de manhã.
Uma oração pra começar e pra terminar o dia.
Ouvidos atentos, memória infalível (nem sempre é bom se lembrar de tudo).
Preguiçosa. Ciumenta. Orgulhosa.
Amor a natureza: Viva as flores e as pessoas. Mas os bichos...que fiquem longe!
Gosto de boa conversa. Se for papo-furado... assunto encerrado!
Odeio fofocas. Abomino mentiras. Viva a verdade!
Viva a liberdade de expressão. Com respeito, é claro.
Tenho planos e projetos. Que insistem em seguir o próprio curso sem meu consentimento...
O acaso me adora. A vida me prega muitas peças.Tenho uma estrela na testa...
Espero pacientemente: Deus reserva coisas boas pra mim, eu sei.
Confio apenas n’Ele. Em mais ninguém.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Rima
Sempre fomos diferentes.
As amizades, quase sempre as mesmas, apesar da idade não ser igual.
Ela gostava de bola e de jogos de tabuleiro.
Eu vivia cercada de bonecas , badulaques e maquiagem.
Eu gostava de verde. Ela de amarelo. Èramos a dupla patriótica!
Brincávamos juntas, mas no final tinha briga.
A gente se amava, mas precisava se estapear de vez em quando pra manter o amor vivo.
Mais inteligente que eu, mais bonita que eu, mais esperta e mais talentosa.
Nunca tive inveja ou ciúmes.
Tive sempre muito orgulho.
Ficava feliz quando me comparavam com ela ou quando confundiam nossos nomes ou pensavam que éramos gêmeas...
Sentia-me tão bonita, inteligente e talentosa quanto.
Queria que o meu cabelo fosse igual ao dela e que me transformasse numa adolescente tão desejada como ela.
Herdava suas roupas e suas bonecas e queria que minha letra fosse tão bem desenhada como a dela.
Minhas notas na escola tinham que manter alto padrão porque o meu modelo de comparação sem pre foi muito elevado: ela.
Dividimos quarto, roupas, sapatos, cds, bolsas, pai, mãe e irmão.
Além disso, dividimos ainda surras, brigas e saídas, porque sem sua companhia, provavelmente ficaria em casa.
Fomos crescendo e ficando mais unidas, mais amigas.
As brigas de antes tornavam-se cada vez menos frequentes e a gente começou a aproveitar melhor os momentos juntas, fosse cantando, vendo tv, ouvindo música ou lendo jornal.
O tempo foi passando e a diferença foi mantida: continuamos antagônicas, apesar de tão próximas.
Mas descobrimos que é a diversidade que nos completa.
Não me imagino sem o telefonema que me desperta quase todos os dias com a frase: "Bom-dia, flor-do-dia!"
Também não consigo imaginar minha vida sem seu exemplo pra me espelhar.
Ela sabe o quanto é amada e o quanto é importante pra mim.
Faço questão de que seja demonstrado em muitos momentos, porque sei que são estas lembranças que guardamos conosco pro resto da vida.
Minha irmã é meu exemplo. Sempre foi.
Que seu caráter a sua boa índole sejam também os meus.
Que a alegria de seu filho e de sua família seja também a minha.
Que sua vida seja próspera e feliz -sempre- porque minha felicidade só será completa se a dela também for.
As amizades, quase sempre as mesmas, apesar da idade não ser igual.
Ela gostava de bola e de jogos de tabuleiro.
Eu vivia cercada de bonecas , badulaques e maquiagem.
Eu gostava de verde. Ela de amarelo. Èramos a dupla patriótica!
Brincávamos juntas, mas no final tinha briga.
A gente se amava, mas precisava se estapear de vez em quando pra manter o amor vivo.
Mais inteligente que eu, mais bonita que eu, mais esperta e mais talentosa.
Nunca tive inveja ou ciúmes.
Tive sempre muito orgulho.
Ficava feliz quando me comparavam com ela ou quando confundiam nossos nomes ou pensavam que éramos gêmeas...
Sentia-me tão bonita, inteligente e talentosa quanto.
Queria que o meu cabelo fosse igual ao dela e que me transformasse numa adolescente tão desejada como ela.
Herdava suas roupas e suas bonecas e queria que minha letra fosse tão bem desenhada como a dela.
Minhas notas na escola tinham que manter alto padrão porque o meu modelo de comparação sem pre foi muito elevado: ela.
Dividimos quarto, roupas, sapatos, cds, bolsas, pai, mãe e irmão.
Além disso, dividimos ainda surras, brigas e saídas, porque sem sua companhia, provavelmente ficaria em casa.
Fomos crescendo e ficando mais unidas, mais amigas.
As brigas de antes tornavam-se cada vez menos frequentes e a gente começou a aproveitar melhor os momentos juntas, fosse cantando, vendo tv, ouvindo música ou lendo jornal.
O tempo foi passando e a diferença foi mantida: continuamos antagônicas, apesar de tão próximas.
Mas descobrimos que é a diversidade que nos completa.
Não me imagino sem o telefonema que me desperta quase todos os dias com a frase: "Bom-dia, flor-do-dia!"
Também não consigo imaginar minha vida sem seu exemplo pra me espelhar.
Ela sabe o quanto é amada e o quanto é importante pra mim.
Faço questão de que seja demonstrado em muitos momentos, porque sei que são estas lembranças que guardamos conosco pro resto da vida.
Minha irmã é meu exemplo. Sempre foi.
Que seu caráter a sua boa índole sejam também os meus.
Que a alegria de seu filho e de sua família seja também a minha.
Que sua vida seja próspera e feliz -sempre- porque minha felicidade só será completa se a dela também for.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Eu
Sempre percebi a diferença que trazia comigo.
O encaixe nunca foi perfeito.
O filho do meio, diferente dos outros extremos;
Não parecido com o pai e nem com a mãe;
Não pertencente á família de nenhum dos lados.
Sem afinidade, sem assuntos em comum.
Amigos de idade diferente, gosto e costumes não condizentes á minha época.
Séria demais para ser divertida.
Nova demais para tanta responsabilidade.
Boa demais pra errar.
Certa demais pra se irritar ou se rebelar.
Sempre disposta: a um favor, a um pedido.
Sempre sozinha, em qualquer época do ano.
Mesmo acompanhada, sempre sozinha, de alma vazia.
Sempre soube que não fazia parte deste mundo: não poderia mesmo fazer parte de tanta tristeza, tragédia e injustiças.
Não sou injusta. Nunca fui. E não concordo com tanta atrocidade que observo e assisto.
Nunca me senti completa. Falta alguma coisa.
Falta o elo de ligação com o mundo.
Eu não sou daqui. Sei disso.
Mas ainda não descobri de onde eu vim.
O encaixe nunca foi perfeito.
O filho do meio, diferente dos outros extremos;
Não parecido com o pai e nem com a mãe;
Não pertencente á família de nenhum dos lados.
Sem afinidade, sem assuntos em comum.
Amigos de idade diferente, gosto e costumes não condizentes á minha época.
Séria demais para ser divertida.
Nova demais para tanta responsabilidade.
Boa demais pra errar.
Certa demais pra se irritar ou se rebelar.
Sempre disposta: a um favor, a um pedido.
Sempre sozinha, em qualquer época do ano.
Mesmo acompanhada, sempre sozinha, de alma vazia.
Sempre soube que não fazia parte deste mundo: não poderia mesmo fazer parte de tanta tristeza, tragédia e injustiças.
Não sou injusta. Nunca fui. E não concordo com tanta atrocidade que observo e assisto.
Nunca me senti completa. Falta alguma coisa.
Falta o elo de ligação com o mundo.
Eu não sou daqui. Sei disso.
Mas ainda não descobri de onde eu vim.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Retorno
Fim das férias e volta á labuta!
Mais uma vez a vida segue por caminhos incompreensíveis.
Grito de um lado, me responde o silêncio de outro.
E ainda acredito que a falta de resposta já é uma resposta.
Nova proposta, outros projetos.
Em breve outro vento de mudança.
Não sei pra onde.
Insisto em coisas impossíveis, acredito no improvável, esqueço que quase sempre não controlamos o destino.
Destino?
Não sei nem se existe de verdade. Juro!
Às vezes acho que caminhamos sem rumo, porque não existe destino.
Por isso nos perdemos e nunca mais nos encontramos.
Continuo gritando, a espera de respostas.
E mudo de rota cada vez que percebo que não era bem assim que eu queria passear.
Um dia acerto: páro de inventar férias, desisto de alguns planos, esqueço algumas pessoas e finjo fazer parte deste mundo.
A verdade é que eu não sou daqui... Tento me camuflar entre os mortais.
Mais a falta de destino só comprova que o meu caminho é fora desta rota.
Mais uma vez a vida segue por caminhos incompreensíveis.
Grito de um lado, me responde o silêncio de outro.
E ainda acredito que a falta de resposta já é uma resposta.
Nova proposta, outros projetos.
Em breve outro vento de mudança.
Não sei pra onde.
Insisto em coisas impossíveis, acredito no improvável, esqueço que quase sempre não controlamos o destino.
Destino?
Não sei nem se existe de verdade. Juro!
Às vezes acho que caminhamos sem rumo, porque não existe destino.
Por isso nos perdemos e nunca mais nos encontramos.
Continuo gritando, a espera de respostas.
E mudo de rota cada vez que percebo que não era bem assim que eu queria passear.
Um dia acerto: páro de inventar férias, desisto de alguns planos, esqueço algumas pessoas e finjo fazer parte deste mundo.
A verdade é que eu não sou daqui... Tento me camuflar entre os mortais.
Mais a falta de destino só comprova que o meu caminho é fora desta rota.
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