segunda-feira, 3 de junho de 2013

Costumo dizer que não escolhi a pediatria, mas fui escolhida por ela.
E acredito ser verdade mesmo.
Amo cuidar de crianças, gosto de ajudar e receber de volta a espontaneidade como resposta.
Confesso que a medicina tem se mostrado um tanto cruel, principalmente o sistema de saúde do pais, e ando muito derrotista ultimamente.
Cansada de tentar resolver problemas que fogem do meu alcance.
Cansada de ver o caos que se transforma a sociedade e a nova estrutura familiar e ter que achar tudo natural.
Sei que a saúde é negligenciada pela maioria.
Governantes e população encenam um teatro diante um do outro, fingindo prestar atendimento, acreditando em mentiras e aceitando migalhas.
E eu, assistindo a tudo podendo fazer quase nada, além do que já faço.
Chateada com o rumo que as relações pessoais tem seguido: falta de respeito pelo próximo, banalização da vida, e, principalmente, pelo direito do outro.
Às vezes me pergunto: como posso modificar algo se a sucessão de erros é imensa?
E não consigo descobrir.
E então, me questiono de novo: como pude ser escolhida, se não tenho nada a mais para oferecer?
Desgastada, desmotivada, desanimada.
Assim me encontro hoje.
Ainda não encontrei uma forma de me livrar dessa angústia.

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