quarta-feira, 22 de maio de 2013

Silêncio

Não tenho alguém específico para contar como foi meu dia.
Também não sei se contaria para essa pessoa, se oportunidade tivesse.
Ando preferindo o silêncio, ultimamente.
Ele tem me compreendido mais.
Não me julga, nem me condena.
Escuta com calma o que eu digo, 
não me interrompe, 
não fica saturado das minhas queixas.
O silêncio tem sido revelador. 
Contou histórias inacreditáveis,
desfez mal entendidos,
abafou os casos, 
deu menos importância ao que parecia exclusivo.
O silêncio tem sido uma companhia agradável.
Não me incomoda com assuntos chatos,
não me obriga a compromissos desgastantes,
não me cobra, não me exige.
Acho até que me compreende.
Não pede retorno, não cobra presença.
Vem e vai quando bem quer.
Faz meus pensamentos mais tranquilos.
Se eu tivesse que recontar meus dias, seria para o silêncio.
As palavras se perderiam ao vento,
não haveria desentendimentos,
e a conversa terminaria assim, 
num breve ou longo silêncio.





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