terça-feira, 14 de maio de 2013

Prece ao cansaço

Ah, cansaço!
Leve-me hoje em seus braços!
Carregue-me de forma sutil. 
Não quero sentir que rastejo...
Leve-me para longe de todas as queixas e, se puder, 
deixe-me cair em sono profundo,
que este mundo não é mesmo para mim.
Anestesia meus sentidos, esconde-me das suspeitas.
Ah, cansaço!
Não quero as forças de voltas!
Quero mesmo a derrota de quem sucumbe a você!
Espreita quem me afugenta,
Alimenta quem me oprime, 
Destrói quem me liberta
Prenda-me para sempre contigo.
Hoje quero apenas o abraço do cansaço que me consome.
Sem nome, nem sobrenome.
Sem estirpe ou categoria.
Quero apenas a alegria do corpo sobre a cama e o dever cumprido.
Ah, cansaço, me deixe!
Quero ser levado pelo sono, pelo dono dos pensamentos que povoam os territórios
que jamais foram pisados.
E se achares ousado o pedido que te faço, 
esqueça, cansaço, que me viste.
Segue o caminho fortuito, assim, triste
Carregando mais alguém, outro corpo, além de mim.


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