sábado, 4 de maio de 2013

Quem ama mesmo cura feridas

Quem ama mesmo cura feridas.
Beijos e abraços não servem de termômetro para avaliar sentimentos.
Quem ama mesmo protege do frio, alimenta a fome, preocupa se tem sono ou qualquer outra privação.
Esta história de "frio na barriga" e "borboletas no estômago" fica bem para o cinema.
No dia a dia, não cabe. É emoção de mais para o cotidiano.
Amor de todo o dia é um bom dia agradável, um sorriso sincero e um dose extra de paciência.
É uma respiração prolongada para não perder a razão, é dizer sim querendo dizer não, e dizer não por saber que o limite é necessário.
Quem ama mesmo deixa partir, quando assim é preciso.
Dá asas para o vôo, espaço para o crescimento, responde as dúvidas com cem porcento de verdade e ensina sempre que a mentira é um grande erro.
Quem ama mesmo, põe no colo, empresta o ouvido, o ombro, as costas, a sala de estar, o canto do coração.
Despende grana, tempo, horas e minutos sem pestanejar!
Quem ama mesmo cura as feridas: do corpo e da alma.
Acalenta o choro, levanta do tombo, põe compressa no galo, assopra o corte, estende a mão.
Quem ama mesmo carrega nos braços.
Amor de verdade perdura, não desgasta, escapa, vence.
Não precisa de iluminação de fundo ou  música tema.
Tem luz própria, canta sozinho.
Não precisa de juras eternas. 
O compromisso maior está no peito, nas mãos dispostas.
Quem ama mesmo acredita que ajudar o próximo é fazer muito por si mesmo.
A festa termina, a graça passa, o tempo voa, a mocidade se esvai, a juventude escoa, a beleza acaba.
O amor fica.
Quem ama  mesmo cura feridas.
Por que o filme chega ao fim e o personagem já não mais existe. 
O romantismo seca, as promessas são esquecidas, as feridas saram.
As cicatrizes ficam, sempre lembrando de quem alí despejou cuidado.




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