Deixa tudo como está.
Agora, os fatos se mostram,
as pessoas tomam formato,
as conversam perdem o sentido.
Deixa, deixa...
Que o tempo faz a memória se perder,
os pensamentos vão para a sala de espera
e as dúvidas se dissipam.
Não quero mudanças,
quero tudo como está: apagado, esquecido, quase morto, em coma.
Escondido no limbo, entre o bem e o mal,
entre o certo e o errado, duvidoso, esquisito.
Deixa tudo como está: mesa posta sem visitas,
flores e cores para enfeitar não sei o quê,
casa aberta para o vento.
Deixa que as novidades aparecem,
e se não surgirem, o passado volta.
Ele sempre volta...
Deixa que a vida segue assim,
um curso tortuoso e estranho,
sem trajeto definido,
sem saber onde vai dar.
Deixa como está: nivelado, retratado, apagado, flagelado.
Deixa assim, sem história, sem desfecho, sem vontade de contar.
Não quero mudanças,
quero tudo como está: sem fim, nem começo, sem meios que justifiquem.
Quero o agora como está hoje: sem propósito, sem motivo,
sem desejo, sem legitimidade.
Deixa como está, que a vida se resolve...
Sozinha, toma um caminho incerto e segue, sem titubear.
Deixa, deixa...
Não vale a pena se incomodar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário