Se eu pudesse escolher, desejaria ser um jarro de planta.
Ficar alí, parado, curtindo o sol,
fazendo a minha fotossíntese sozinha,
aguardando o regador, sem muita pressa...
Um ou outro insetozinho importunando, mas que não chegaria a criar grande incômodo...
Ora florescer, ora me desfolhar...
Não sentir frio, nem calor importantes...
Ora vicejar, ora fenecer...
E o mundo continuar a girar sem me atrapalhar,
sem se constranger.
Viver sem constrangimentos: esta é a questão.
Sem incômodos, sem trapaças, sem fingimentos, sem falsa modéstia ou polidez.
Simplesmente ser assim: um vaso de planta.
Enfeita, sem ostentação.
Embeleza, sem muito alarde.
Naõ oferece obstáculo, não atravanca a passagem, nem impede o caminho de quem passa.
Sem a obrigação, sem o infortúnio.
Sem hora, nem data, nem pressa.
Sem compromissos diários, a não ser esperar pelo sol,
sentir o vento chegar, esperar a troca das estações...
Se eu pudesse escolher?
Ah, eu seria essa plantinha...
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