quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre a fugacidade

Somente um tempo, apenas dias
E tudo definha, volta ao princípio
Se era pó - retorno ás migalhas
Se era só - retorno aos retalhos
Se era dó - só mais uma nota
Ou a piedade excessivamente austera
Paradoxalmente impiedosa

Após alguns minutos, milésimos de segundos,
nada escapa á velocidade da vida
Se eram rosas - estão murchas, mortas.
Se eram belas, transferiram lepidamente
seu vigor ao vento, ao tempo
Se era a perplexidade em relação ao mundo
È a complexidade que se alia a tudo,
Indecorosamente perplexa

Só mais um tempo e a chuva lava
E a chuva leva, gradualmente
Se a casa erguida não teve arrimo
Volta ao barro de seu tijolo
Se a existência não teve alívio
Volta-se ao nada, sem um consolo
Ficando as marcas, os sinaleiros,
Semáforos vivos, altaneiros
da própria passagem rápida
Célere e duvidosa.

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