sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Proibido estacionar

Ontem tive meu carro guinchado.
Estacionei em lugar indevido e em poucos minutos- 5 minutos, na verdade- após o estacionamento o carro foi levado embora.
Não vou discutir aqui o óbvio: estacionar em local indevido é infração que recebe a punição devida, embora tenha sido displicência minha não ter reparado a placa de carga e descarga e não ter sido ação proposital parar em área proibida.
Enfim, descobri que existe sim um máquina de multas e um sistema que ri (gargalha) da cara da gente.
Sistema este feito para absorver do usuário o máximo de dinheiro que puder, em curto espaço de tempo. E não, não tem mesmo função educativa, para que o indivíduo não repita o erro.
Fica sim, um guarda de trânsito a postos, esperando que alguém ocupe a vaga proibida.
O tempo entre o estacionamento e a chamada do reboque é muito curto.
O guarda não tem a menor educação para informar o local do depósito para que o carro seja retirado e nem como isso pode ser feito de forma rápida. O que ele escreveu no papel da infração era ilegível, inteligível e as boas maneiras, se as tem, deixou em casa com certeza.
Começa então a saga para resgatar o automóvel.
Internet: informações falhas a respeito de como ter de volta seu veículo, endereços desatualizados.
Telefone: impossível ser atendido... Inúmeras ligações e nenhum sucesso. O povo é surdo e não escuta telefone ou está no modo mudo e não toca mesmo...
Ciretran: funciona, mas mesmo depois do carro ter sido levado e não estar cadastrado no sistema como veículo apreendido, eles não conseguem fazer a guia de liberação.
O dono do carro precisa ligar, isso mesmo, telefonar para o depósito de veículos (que funciona de 8h ás 20h- o que ninguém também sabe informar) e pedir- isso mesmo- que ele faça a gentileza de cadastrar o veículo no sistema para que o moço do Ciretran emita a liberação.
Quanto mais tempo o carro ficar no depósito, maior o valor da diária. Logo, se a demora em cadastrar o veículo como apreendido for grande, maior o tempo gasto em tentar recuperá-lo e maior o custo.
Depois de cadastrado no sistema, é necessário pagar um boleto com o valor da diária, do reboque (por km percorrido) e do guincho. Não é barato, tem que ser no banco do Estado para que o registro de pagamento seja efetuado na hora. Se for em outro banco, leva 1 hora...
Após pagamento, voltar ao Ciretran com 3 cópias da carteira de habilitação, dos documento do veículo.
A simpatia no atendimento merece comentários á parte... Não quer trabalhar no setor? Pede as contas e vai ser feliz! Distribuir amargura pro mundo não é bacana...
Vi muita gente voltando pra casa sem conseguir resolver seu problema porque faltava uma cópia, um papel, uma assinatura, enfim... burocracia desmedida.
E a forma como tratam as pessoas que tem menos esclarecimento é aviltante...
Senti mistura de vergonha pelo atendente e piedade pelo (mal) atendido.
O depósito fica num reino tão, tão distante, no rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo.
Mais um lugar de atendimento ruim (pra variar), depois de longa viagem.
A intenção não é para que o usuário nunca mais cometa a infração.
É para que ele tenha vergonha de morar na cidade, Estado e País onde vive: sistema de informação e trânsito mal estruturado, ultrapassado, que condena quem dele se utiliza.
Se com informação a seu favor já é difícil, imagina então quando não se sabe onde obter as respostas para o passo a passo acima descrito.
Por isso o depósito é um verdadeiro cemitério de carros.
É fácil desistir do resgate, se o carro não valer muito a pena.


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