Pode ser que seja assim mesmo...
Talvez haja mesmo razão para queixas.
Reconheço as limitações que me cabem.
E os defeitos, são tantos, que alguns ainda nem tive o desprazer de conhecer.
Vivo na ignorânica da existência deles.
Far-se-ão descobrir com a ocasião, eu acho...
Talvez tenha mesmo razão.
Não saberei dizer se vale a pena insistir.
Ninguém saberá.
Talvez haja mesmo egoísmo, displiscência, insensatez.
Pode ser que vejam como pouco empenho,
falta de interesse, frivolidade...
Mas eu também sou assim.
Tenho todos esses ingredientes na mistura.
È o que me faz ser quem sou.
Não sou boa, não sou santa, nem sirvo de exemplo para quem quer que seja.
Também não sou um reduto de indiferença.
Eu sinto. E muito.
Um tanto quanto a maioria de todos não consegue imaginar.
E guardo comigo minhas percepções, minhas desilusões,
meus desafetos, meus desalentos...
Nem tudo a gente pode dividir.
Há ainda aquilo que está intimamente envolvido em si,
que tentar compartilhar é rasgar a própria carne...
E sei que sou um tanto complicada...
A rota mais fácil não permite chegar até a mim.
Eu sou o caminho mais difícil,
O quebra-cabeças que faltam peças,
O caça-palavras que o vocabulário simplório não alcança,
O enigma da Esfinge...
Nem eu mesma consigo me decifrar, me entender...
Querer que alguém o faça é muita pretensão...
Se o fardo não for tão pesado, pode-se garantir a boa colheita após o cansativo plantio.
Carregar os feixes é trabalhoso, mas o calor do fogo no frio faz valer a pena do esforço.
A perfeição mora longe da minha casa
E minha residência é este mar de perguntas e interrogações.
Ainda estou me construindo.
Não posso exigir quem faça parte do processo.
A escolha não parte apenas de mim.
Cabe a cada um saber onde lhe é permitido avançar,
Até onde se pode seguir.
Não quero sacrifícios, nem sofrimento.
Nem para mim, nem para alguém.
Continuar em paz já é grande resultado.
Preciso de sossego para me edificar.
E sei que esta minha obra ainda não tem prazo para o fim.
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