terça-feira, 6 de maio de 2014

Hoje?

Hoje?
Levantei antes do sol e até pensei que já era inverno.
Estava enganada.
Fui iludida também por uma noite de sono mal realizada 
e acordei com as olheiras da humanidade toda concentrada na minha face.
Cheguei cedo, tomei café de novo. Porque a fome não respeita as horas.
Descobri que amanhã ou depois o tempo muda, fica frio e chove.
Muitos sibilos me contaram ao pé do ouvido isto hoje.
Tirei pedra do nariz, tratei caroço, pereba, garganta, ouvido, tombo...
Só faltou espinha na garganta e espinhela caída.
Ouvi muitos "obrigadas", muitos "fique com Deus" de uma sinceridade única, que soaram sinos ao meu redor.
Ouvi também um tanto de gente querendo me ensinar a trabalhar.
Para esses, fechei olhos, ouvidos, mente, corpo e alma...
Vai que um defeito desses pega na gente?
Engoli poeira, respirei pó, tive o cabelo endurecido por pó.
Perguntei a mesma coisa várias vezes, repeti a mesma frase infinitamente.
Escutei as mesmas respostas. Nada brilhantes.
Vim de volta engolindo o mundo nos bocejos, 
querendo ser engolida pelo sono e tentando não sucumbir ao cansaço.
O computador, que de vésperas, sempre causa surpresas, deixou sua marca.
E para quem queria apenas uma revisão do conteúdo de amanhã, encarar uma aula inteira pra ser feita não foi um belo presente de fim de dia...
Hoje?
Quero apenas o esquecimento das mazelas que ainda ecoam na memória e assombram meus pensamentos.
Rezando para que maio seja de fato um mês abençoado, me coroando com um pedido que refaço todas as noites: levar para longe, bem longe, tudo o que gera tristeza e dor.
Que a cama me receba de braços abertos, generosa no conforto.
A semana ainda tem muito o que me mostrar.
Hoje? Já deu por hoje.


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