domingo, 11 de maio de 2014

Filha da mãe

Aprendi com minha mãe os primeiros passos, as primeiras palavras e o senso de direção.
Mesmo que não se tenha certeza do destino, seguir em frente sempre foi a palavra de ordem.
Minha mãe me ensinou  cantar, obedecer,  não desanimar e  ter responsabilidade com os compromissos firmados.
Prometeu? Tem que cumprir, tem que honrar.
Ensinou que era preciso cuidar (minimamente) de uma casa, pois por mais que não fosse meu objetivo de vida gerenciar uma. Motivo? Para saber mandar, antes é preciso saber fazer.
Aprendi a ser determinada e ir até o fim. A necessidade de conclusão sempre foi cobrança dela.
Acho que aprendi e deu certo.
Aprendi que mentir é feio, que não sou todo mundo, que não importa o que os outros acham e pensam de mim. O que importa é o que eu sei ( e ela sabe)  a meu respeito. E só.
Ensinou o valor de uma casa limpa e o prazer d e viver na organização.
Ensinou os primeiros passos na cozinha... Bem, esses eu aprendi pouco. Mas sei que a herança da boa culinária está perdida em algum gen com penetrância pobre e se eu treinar bastante, hei de ser tão boa quanto ela!
Aprendi a bordar, tentei (com galhardia) costurar como ela e ter sua criatividade e diligência. Não foi por falta de exemplo se não deu certo, mãe...
Aprendi com minha mãe que não se responde mal aos mais velhos, que se respeita as leis, que se devolve troco errado, que a violência não vence e que fazer as pazes é sempre o desfecho ideal de qualquer desentendimento.
Minha mãe me ensinou que a família é nosso esteio e que não há fruto sem que antes haja uma raiz.
Que ninguém é perfeito, mas que serei cobrada pela perfeição.
Que ela me ensinava com amor, mas o mundo ensina na dor.
Que nunca haverá alguém à altura dos filhos dela, que eles sempre serão mais inteligentes, bonitos e educados que os filhos do resto do mundo! (Compartilho a opinião!)
Aprendi que "quem tem um, tem nenhum! "
Que "pé de galinha não mata pinto!"
Que "quem sai aos seus não degenera!"
Que bronca não tira pedaço, embora possa doer bastante.
Que apanhar faz parte da vida.
Que vara de goiaba, de manga e cajá podem ser armas perigosas nas mãos de alguém irado!
Aprendi como se sente uma barata frente a uma chinelada, as outras finalidades de um cinto e que a mão que afaga também atinge com força. Só dar bobeira pra saber!
Minha mãe me ensinou que uma pessoa sem fé é uma pessoa sem chão: não permanece em pé.
Ensinou a rezar e agradecer por todas as bênçãos e adversidades que surgem.
Aprendi com ela que prece de mãe chega mais rápido aos ouvidos de Deus e soa como ordem nos ouvidos do Filho. 
Mamãe me ensinou a aceitar as diferenças com respeito, que preconceito na minha casa não existe e que o alimento é sagrado. Sempre!
Hoje sei que sou agraciada! Quem poderia no mundo ter uma pessoa com tanto a ensinar de bom assim na vida?
Amo ser filha dessa mãe. Nossas divergências terminam onde o amor nos aproxima.




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