sábado, 13 de abril de 2013

Preciso morar sozinha...

Dormir a hora em que bem entender.
Lavar a louça do almoço na janta.
Lavar a louça da janta no dia seguinte.
Ou não lavar a louça.
Passar o dia de pijamas.
Esquecer que existe pente em casa.
Passar o dia preguiçando na cama.
Trocar o horário padrão das refeições.
Escolher qual refeição vai ser feita e quando.
Esquecer do mundo no banho sem ninguém se incomodar.
Cochilar no sofá até o dia seguinte, se necessário.
Espalhar meus livros pela sala, pelo quarto, pela casa.
Curtir o silêncio.
Ouvir som bem alto.
Não querer falar com o resto do mundo.
Conversar ao telefone ou celular onde bem entender, sem ninguém lhe ouvir.
Usar o banheiro de porta aberta.
Trocar de roupa no meio da sala.
Arrumar a vida sem noção de nada: nem de tempo, nem de espaço, nem de quanto tempo e espaço tudo isso possa custar.
Escolher qual tv assistir.
Determinar o canal, ou canal nenhum e viver de malabarismo de controle remoto.
Escolher a ordem das tarefas.
Esquecer das tarefas.
Curtir a privacidade sagrada.
Não ter hora para sair.
Não ter hora para voltar.
Não ter que dizer se vai, se fica, se volta, se desistiu, se resolveu ou se mudou de ideia.
Viver a privacidade sagrada.
Preciso muito voltar a morar sozinha.



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