segunda-feira, 8 de abril de 2013

Decisão de hoje

Resolvi hoje que devo me afastar de tudo aquilo que me incomoda.
Jogar fora lembranças tristes, me desfazer do que já não mais serve.
Papéis sem utilidade, anotações antiga, que nunca mais li, retratos de quem nem sei mais.
Entulhos das gavetas, cartas que nunca enviei, textos que jamais vou publicar.
Preciso arranjar espaço para ocupar com coisas novas;
Quero me desfazer das roupas que não uso, dos sapatos que me apertam os pés, que criam calos.
Do sutiã apertado, da meia fina que incomoda.
Quero me livrar da papelada sem utilidade, dos artigos nunca mais vistos.
Esquecer dos conhecidos agora, irreconhecíveis.
Livrar-me das memórias que não contribuem para minha felicidade, esquecer de pessoas que não gostaria de ter conhecido, apagar situações que preferia não ter vivido.
Quero me livrar do que causa fadiga, aperto, incômodo.
Quero me ver livre das amarras da obrigação, porque sei, que me obrigo sim a aceitar todos os dias coisas e pessoas inaceitáveis.
Seja por punição, autoflagelo, seja lá por qual motivo: sei que aturo o que muitos não tolerariam.
Não quero mais.
Não quero ter que responder o que não tem resposta, nem me obrigar a atender as vontades alheias.
Preciso me desvencilhar do automatismo de não desagradar.
Resolvi que quero a graça perdida, o sorriso tolhido que nem eu mesma sei porque se escondeu...
Quero não mais ver ou ouvir dizer daquilo que não me completa, nem me realiza.
Não quero notícias, nem cumprimentos forçados.
Não quero relações forjadas pelo simples efeito de fazê-las existir.
Não quero mais idealizações perfeitas, nem sonhos irrealizáveis.
Quero apenas pôr distante o que me traz angústia.
Preciso me livrar das sombras, dos fantasmas que anda me espreitam, dessa mania de todo mundo de fingir que tudo está bom, de fingir que não tem problema, que não tem memória.
Resolvi que preciso desamarrar muitos nós que atrelam a um tanto de coisas e pessoas sem significado e sem sentido, do que ainda não consegui me libertar.
Preciso muito me dar uma chance de fuga.




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