Quando comento sobre situações que vivencio, onde pessoas perguntam minha idade, querem saber se já me formei, se tenho filhos, se acabei a residência médica ou coisas do tipo, não significa que exalto o fato que aparento menos idade que realmente tenho.
Na verdade, fico indignada.
A forma como as perguntas são feitas é desrespeitosa.
Soa como uma dúvida e me incomoda me encararem como uma fraude.
Por que é difícil aceitar que alguém tenha estudado e se formado cedo?
Por que duvidar que juventude e competência possam andar juntas?
Por que é mais fácil pensar que estou ocupando um lugar indevidamente,
exercendo uma função para a qual não estou qualificada ou que estou mentindo ser alguém que não sou?
Estranho, muito estranho...
A verdade é que o novo assusta.
A juventude estampada na face de alguém gera desconfiança.
Não se pode acreditar que haja competência e qualidade e, principalmente responsabilidade, quando se fala em mocidade.
Entendo não.
Acredito na força de vontade do jovem, na sua capacidade de mudança e sua característica de inquietude, tão peculiar, que faz com que mitos sejam derrubados e novas verdades venham á tona.
Sei que há ainda muita juventude transviada, mas existe a outra face dela que está ganhando a vida de forma honesta e competente, buscando dignidade e sucesso todos os dias.
Nunca me disseram que precisaria ser velha para ser médica, nem que haveria necessidade de rugas para atender alguém. Tampouco me disseram que teria que ter filhos para exercer minha profissão.
Não preciso de nenhuma outra condição que me habilite para o meu trabalho além da formação que recebi durante os últimos anos.
Preconceito puro! E feio!
Acredito que quem esteja do outro lado da linha cronológica também receba tratamento parecido, pois quando se envelhece também se perde valor e credibilidade... Como entender?
A idade, no fim das contas, não interfere no atendimento, no tratamento, nem na forma como as pessoas são tratadas, quando o trabalho é feito com dedicação e respeito.
Torna-se apenas um mero detalhe.
Gostaria muito de que todas as pessoas pensassem assim.
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