Quando escrevo a pretensão é zero.
Quero agradar ninguém em especial.
Quero mesmo é me agradar.
Contar pra mim mesma alguns segredos que eu finjo não saber durante o dia de sol quente,
no auge do sufocamento do trabalho,
no desespero da espera,
na angústia da falta de respostas,
na apreciação de surpresas.
É, a gente finge muitas vezes que não escuta e que não enxerga os próprios pensamentos.
Porque no fim, se desagradar é bem pior que desagradar os outros.
Por isso, coloco em palavras o turbilhão que nem processo direito todo dia.
Funciona como uma forma de escapar das armadilhas,
de por um pouco de alma pra fora, desengasgar dos sapos deglutidos.
Terapia de 1,99, mas que chegou a 200 posts.
Fico feliz se alguém lê e se identifica. Se gosta de alguma parte.
O que eu ponho aqui é mais que sincero. É puro.
Não é para ter beleza, nem para ser lapidado e polido como uma poesia cara.
Quem me dera o talento da escrita!
Mas fiquei admirada com o número: por 200 vezes estendi no varal do papel um pedacinho de mim,
uma peça de roupa da minha vida, um sonho, um devaneio, uma esperança.
E melhor de tudo, me faz um bem enorme!
Para todos os assuntos que motivem conhecimento, reflexão, curiosidade e diversão. Escrever sem preocupações...
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Um brinde á coragem!
Já suspeitava de que 2013 seria um ano de renúncias.
Agora, tenho a certeza de que é O ano da renúncia.
Acho que renunciar é mais difícil que prosseguir.
Continuar um projeto, manter um emprego,
insistir em um relacionamento, muitas vezes é só fechar os olhos e repetir a cada dia o trajeto de sempre, como se nada perturbasse, como se não houvesse incômodo.
Acredito que haja menos sofrimento em dar continuidade,
mesmo não gostando ou não concordando com o rumo que a vida leva.
Dificuldade há em dizer basta e mudar a rota!
Trocar de cidade, de emprego, desistir do namoro,
terminar um noivado, mudar de escola, substituir um curso é muito mais angustiante.
É ter a coragem de olhar pra si e aceitar que não deu certo,
que a felicidade não chegou, que não é o melhor plano a ser seguido.
É se deparar com um sentimento de derrota, sem ser fracassado.
Pois acho que há mesmo muito mais coragem em desistir, muitas vezes, que continuar insistindo.
É ser alvo de críticas, de comentários, de gente que acha, que pensa e vive a vida alheia.
É estar no meio da especulações, ter que justificar pro mundo o motivo da desistência.
É ser julgado e condenado pelo tribunal da família, amigos, parentes e pessoas assim não tão próximas.
Mas creio que renúncia, ás vezes, significa não compactuar com o erro, encontrar beleza na ausência, começar diferente, ter outras ideias. Sim, tudo isso pode significar renúncia.
Pode ser também desejar paz de espírito, consciência tranquila, alma leve e perspectiva de uma vida melhor.
Desejo felicidade aos que renunciam! Um brinde á coragem!
Sem dó nem tristeza de mudar o itinerário.
Agora, tenho a certeza de que é O ano da renúncia.
Acho que renunciar é mais difícil que prosseguir.
Continuar um projeto, manter um emprego,
insistir em um relacionamento, muitas vezes é só fechar os olhos e repetir a cada dia o trajeto de sempre, como se nada perturbasse, como se não houvesse incômodo.
Acredito que haja menos sofrimento em dar continuidade,
mesmo não gostando ou não concordando com o rumo que a vida leva.
Dificuldade há em dizer basta e mudar a rota!
Trocar de cidade, de emprego, desistir do namoro,
terminar um noivado, mudar de escola, substituir um curso é muito mais angustiante.
É ter a coragem de olhar pra si e aceitar que não deu certo,
que a felicidade não chegou, que não é o melhor plano a ser seguido.
É se deparar com um sentimento de derrota, sem ser fracassado.
Pois acho que há mesmo muito mais coragem em desistir, muitas vezes, que continuar insistindo.
É ser alvo de críticas, de comentários, de gente que acha, que pensa e vive a vida alheia.
É estar no meio da especulações, ter que justificar pro mundo o motivo da desistência.
É ser julgado e condenado pelo tribunal da família, amigos, parentes e pessoas assim não tão próximas.
Mas creio que renúncia, ás vezes, significa não compactuar com o erro, encontrar beleza na ausência, começar diferente, ter outras ideias. Sim, tudo isso pode significar renúncia.
Pode ser também desejar paz de espírito, consciência tranquila, alma leve e perspectiva de uma vida melhor.
Desejo felicidade aos que renunciam! Um brinde á coragem!
Sem dó nem tristeza de mudar o itinerário.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Decisões de hoje
Sempre sofri para tomar decisões importantes.
Na verdade, sofria até para tomar decisões não importantes.
Escolher a cor do tênis, o sabor do picolé e o enfeite de cabelo eram tarefas árduas, quanto maior fosse o número de opções.
O tempo passou e ainda dói um pouco fazer algumas delas, mas reconheço que a terapia fez efeito e que, agora, tenho desempenhado essa função com mais êxito.
Toda escolha significa deixar uma outra opção de lado.
Toda decisão implica abraçar uma oportunidade ou deixar que ela siga sozinha.
Não decidir é ter a falsa segurança de que as possibilidades estão guardadas,
esperando para serem usadas, estão bem juntinhas do bolso, como o troco da padaria...
Mas é ilusão pensar que não existe tempo certo para se fazer escolhas.
Elas duram o quanto podem suportar. Depois de algum tempo elas se dissipam.
Dói preterir alguém ou alguma coisa, não levar consigo uma presença ou um projeto.
Mas acredito que ter uma postura é imprescindível: o muro não é o lugar ideal de morar!
Há sempre um lado para a balança pender, um sim ou não pra se dizer, um tchau pra acenar, um sim pra concorrer.
È importante definir o que se quer.
Desamarrar os nós faz um bem danado pra gente!
E ás vezes, nossa decisão desamarra a vida do outro também...
Hoje foi um dia de decisões difíceis.
E sei que somada á dificuldade, que me é peculiar, ainda tive influências hormonais nefastas.
Manifestações incontroláveis da natureza humana feminina!
Reconheço que estou um pouco mais leve, pois acredito que escolhi o que me faz mais tranquila no momento.
Mas ainda sobra um espaço vazio grande, do tamanho da decepção de abrir mão de um projeto, de um sonho.
Dinheiro vem e vai. Até não me importo com o que não conseguirei reaver.
O que mais incomoda é a expectativa destruída e o planejamento perdido.
Acredito que ali adiante eu consiga ter mais certeza de que optei pelo lado certo (apesar de achar que certo e errado é apenas uma questão de ponto de vista...)
O que venho percebendo é que não só hoje, mas o ano tem sido, até o presente, de decisões importantes.
E difíceis.
Ao menos, tenho tentado resolver sozinha meus dilemas, sem alugar orelha alheia, sem ocupar o telefone de ninguém.
Confiando mais em mim mesma como conselheira nos tempos menos favoráveis...
Porém confesso que hoje quis o útero materno de volta: conforto há em ter quem escolha o melhor por você... Pelo menos em algum momento da vida.
Na verdade, sofria até para tomar decisões não importantes.
Escolher a cor do tênis, o sabor do picolé e o enfeite de cabelo eram tarefas árduas, quanto maior fosse o número de opções.
O tempo passou e ainda dói um pouco fazer algumas delas, mas reconheço que a terapia fez efeito e que, agora, tenho desempenhado essa função com mais êxito.
Toda escolha significa deixar uma outra opção de lado.
Toda decisão implica abraçar uma oportunidade ou deixar que ela siga sozinha.
Não decidir é ter a falsa segurança de que as possibilidades estão guardadas,
esperando para serem usadas, estão bem juntinhas do bolso, como o troco da padaria...
Mas é ilusão pensar que não existe tempo certo para se fazer escolhas.
Elas duram o quanto podem suportar. Depois de algum tempo elas se dissipam.
Dói preterir alguém ou alguma coisa, não levar consigo uma presença ou um projeto.
Mas acredito que ter uma postura é imprescindível: o muro não é o lugar ideal de morar!
Há sempre um lado para a balança pender, um sim ou não pra se dizer, um tchau pra acenar, um sim pra concorrer.
È importante definir o que se quer.
Desamarrar os nós faz um bem danado pra gente!
E ás vezes, nossa decisão desamarra a vida do outro também...
Hoje foi um dia de decisões difíceis.
E sei que somada á dificuldade, que me é peculiar, ainda tive influências hormonais nefastas.
Manifestações incontroláveis da natureza humana feminina!
Reconheço que estou um pouco mais leve, pois acredito que escolhi o que me faz mais tranquila no momento.
Mas ainda sobra um espaço vazio grande, do tamanho da decepção de abrir mão de um projeto, de um sonho.
Dinheiro vem e vai. Até não me importo com o que não conseguirei reaver.
O que mais incomoda é a expectativa destruída e o planejamento perdido.
Acredito que ali adiante eu consiga ter mais certeza de que optei pelo lado certo (apesar de achar que certo e errado é apenas uma questão de ponto de vista...)
O que venho percebendo é que não só hoje, mas o ano tem sido, até o presente, de decisões importantes.
E difíceis.
Ao menos, tenho tentado resolver sozinha meus dilemas, sem alugar orelha alheia, sem ocupar o telefone de ninguém.
Confiando mais em mim mesma como conselheira nos tempos menos favoráveis...
Porém confesso que hoje quis o útero materno de volta: conforto há em ter quem escolha o melhor por você... Pelo menos em algum momento da vida.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Hipocrisia maquiada
Acho graça de como algumas pessoas se comportam!
Acreditam estar num palco e que o resto do mundo forma uma imensa platéia, pronta para aplaudir.
Escolhem o personagem, ensaiam a cena, trocam de roupa, de máscara, de cenário, de história, de companheiros de arte. Trocam os dias do espetáculo, alteram as apresentações, mas estão sempre ali, encenando...
Não sei se enxergam a vida com a vista borrada ou se mentem tão bem para os outros que a mentira vira verdade até para si mesmo.
E ás vezes, dotadas de zero atrativos: sem beleza, sem talento, sem simpatia, sem grana, sem inteligência, sem verdade e, mesmo assim, acreditam estrelar o papel principal da novela das 21h.
Enganam, mentem, escolhem. E vivem assim: felizes e sorridentes, escrevendo versões falsas da verdade.
Até não me incomodaria ser parte da platéia e assistir de longe. Mas a proximidade me incomoda.
Pior, me engasga.
Como pode haver gente assim? Não sei. Hipocrisia maquiada.
Acreditam estar num palco e que o resto do mundo forma uma imensa platéia, pronta para aplaudir.
Escolhem o personagem, ensaiam a cena, trocam de roupa, de máscara, de cenário, de história, de companheiros de arte. Trocam os dias do espetáculo, alteram as apresentações, mas estão sempre ali, encenando...
Não sei se enxergam a vida com a vista borrada ou se mentem tão bem para os outros que a mentira vira verdade até para si mesmo.
E ás vezes, dotadas de zero atrativos: sem beleza, sem talento, sem simpatia, sem grana, sem inteligência, sem verdade e, mesmo assim, acreditam estrelar o papel principal da novela das 21h.
Enganam, mentem, escolhem. E vivem assim: felizes e sorridentes, escrevendo versões falsas da verdade.
Até não me incomodaria ser parte da platéia e assistir de longe. Mas a proximidade me incomoda.
Pior, me engasga.
Como pode haver gente assim? Não sei. Hipocrisia maquiada.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Reflexão da noite
Eu não sei construir um barco, não sei fazer acrobacias no trapézio.
Não sei botar ovo, não sei um monte de idiomas que se fala pelo mundo.
Não sei trocar pneu, não sei nadar, não sei pilotar avião e tem um montão de tantos outros afazeres que eu nem tenho ideia de como se realiza...
Também não entendo uma porção de notícias que vejo na tv: cotação da bolsa, sobe e desce de economia, não entendo tanta gente se ofendendo e se matando por tão pouco ou quase nada.
Reconheço minha ignorância e a ela me recolho conformada.
Entretanto, ainda tenho redenção: posso aprender idiomas novos, posso aprender a nadar, trocar pneu, posso me esforçar pra fazer mil contas e alcançar o raciocínio matemático econômico, mas nunca vou compreender algumas situações que observo.
Recuso-me a entender como pode uma mãe não conversar com um filho.
Não consigo entender a lógica entre irmãos que não se falam.
Não sei dizer qual o mérito de um filho que rejeita um pai ou de um pai que ignora um filho.
Absurdo pensar que, dentro da família, seio da fraternidade e da compreensão, o ódio e o ressentimento vençam.
Como pode haver substituição de memórias de felicidade e uma vida inteira compartilhada por desprezo e indiferença?
Impossível acreditar que erros não possam ser perdoados, que a mágoa perdure e que o desejo de reconciliação se mantenha adormecido.
Creio também que muitas relações humanas sejam tumultuadas, cheia de desencontros e imperfeições.
Mas pergunto: quem é então perfeito?
Quem pode cobrar do outro 100% de acerto?
Quem nunca agiu precipitadamente, fez uma escolha errada, foi ingrato ou se comportou de forma inadequada?
È fácil ser a palmatória do mundo e determinar o certo e o errado.
Difícil mesmo é se por no lugar do outro e enxergar a história sob outro ângulo...
Nesta quaresma tenho pensado em tantos erros cometidos por mim e tentado melhorar.
Acho triste viver na culpa, mas acredito ser pior ainda não reconhecer-se culpado, tentar por no outro a responsabilidade do que não deu certo.
Pior que fazer escolhas erradas é não poder fazer escolhas. Não ter opção é o máximo da miséria.
È a miséria de oportunidades.
E sabendo, que não se acerta sempre, não seria lógico então pensar em dar uma chance pro outro consertar o que foi quebrado?
Perder a chance do perdão e da reconciliação é também a miséria de oportunidades.
È retirar de si mesmo a chance de acolher o outro, da aproximação.
Cortar esses vínculos é uma espécie de castigo: despedir-se de uma parte de si mesmo um pouco todo dia.
Não sei botar ovo, não sei um monte de idiomas que se fala pelo mundo.
Não sei trocar pneu, não sei nadar, não sei pilotar avião e tem um montão de tantos outros afazeres que eu nem tenho ideia de como se realiza...
Também não entendo uma porção de notícias que vejo na tv: cotação da bolsa, sobe e desce de economia, não entendo tanta gente se ofendendo e se matando por tão pouco ou quase nada.
Reconheço minha ignorância e a ela me recolho conformada.
Entretanto, ainda tenho redenção: posso aprender idiomas novos, posso aprender a nadar, trocar pneu, posso me esforçar pra fazer mil contas e alcançar o raciocínio matemático econômico, mas nunca vou compreender algumas situações que observo.
Recuso-me a entender como pode uma mãe não conversar com um filho.
Não consigo entender a lógica entre irmãos que não se falam.
Não sei dizer qual o mérito de um filho que rejeita um pai ou de um pai que ignora um filho.
Absurdo pensar que, dentro da família, seio da fraternidade e da compreensão, o ódio e o ressentimento vençam.
Como pode haver substituição de memórias de felicidade e uma vida inteira compartilhada por desprezo e indiferença?
Impossível acreditar que erros não possam ser perdoados, que a mágoa perdure e que o desejo de reconciliação se mantenha adormecido.
Creio também que muitas relações humanas sejam tumultuadas, cheia de desencontros e imperfeições.
Mas pergunto: quem é então perfeito?
Quem pode cobrar do outro 100% de acerto?
Quem nunca agiu precipitadamente, fez uma escolha errada, foi ingrato ou se comportou de forma inadequada?
È fácil ser a palmatória do mundo e determinar o certo e o errado.
Difícil mesmo é se por no lugar do outro e enxergar a história sob outro ângulo...
Nesta quaresma tenho pensado em tantos erros cometidos por mim e tentado melhorar.
Acho triste viver na culpa, mas acredito ser pior ainda não reconhecer-se culpado, tentar por no outro a responsabilidade do que não deu certo.
Pior que fazer escolhas erradas é não poder fazer escolhas. Não ter opção é o máximo da miséria.
È a miséria de oportunidades.
E sabendo, que não se acerta sempre, não seria lógico então pensar em dar uma chance pro outro consertar o que foi quebrado?
Perder a chance do perdão e da reconciliação é também a miséria de oportunidades.
È retirar de si mesmo a chance de acolher o outro, da aproximação.
Cortar esses vínculos é uma espécie de castigo: despedir-se de uma parte de si mesmo um pouco todo dia.
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