O mundo? Anda chato e absurdo.
Tento ver pelas frestas,
se é que me resta ainda algo pra olhar.
Pois se ligo a TV, entristeço.
As notícias me destroçam.
Mas mereço algo melhor!
Abro, então, a janela
e perco uns minutinhos,
só olhando os passarinhos
se equilibrando na fiação.
Minha atenção aumenta,
na gotinha que pinga,
vinda da chuva na janela.
E ela, deixa um vento frio entrar
e pelas frestas, me convida a descansar.
O mundo anda tão perigoso...
E nem me arrisco a descobrir o porquê.
Acho mais saudável enxergar outras metas.
De novo, observo pelas frestas.
E descubro uma nota nova,
uma música inédita,
uma outra voz que canta.
Se a coragem me alcança,
eu abro um livro e viajo.
Sem dinheiro, sem mala,
sem destino, sem medo.
Esqueço a hora e o tempo.
Penso de novo nas histórias todas,
algumas, assim nem tão boas,
mas que de fato me fazem sonhar.
Se o mundo me dá medo?
Um temor absurdo!
Ás vezes finjo ser surdo
pra não ouvir o que ele tem pra contar.
Daí, me escondo e me encontro nas frestas,
nas amizades que construí
e que me protegem de todo o mal.
Na devoção me valho,
na oração me calo,
no dia a dia me benzo.
Que os anjos me guardem dos portentos,
que o bem seja toda a cura.
Sigo nas frestas da bondade,
vendo em frações de tempo a vida que passa
diante dos nosso olhos incrédulos.
Mas o mundo continua chato e sisudo!
Só espero, confiante, que isso tudo mude
ou não demore muito a passar.
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