Sim, fui lesada.
Descobri sem querer. Mesmo assim, continuava não querendo saber; Recusei a verdade.
Fiquei chateada, quis bater em um.
Mas depois, a sensação de impotência venceu e eu quis mesmo sumir do mundo digital.
Se no dia comum, no sol quente, a gente já está exposto ao risco, imagina então no anonimato da internet?
Você vira mais um número, mais um chip, mais uma conta, mais um contato, um cpf.
Se no tete-a-tete não rola vergonha, medo ou pudor, por trás da tela então, jamais haverá culpa.
E la´fui eu: fazer contestação de crédito, dizer que a conta não é minha, que não fui eu que fiz a transferência e que fui roubada.
O castigo pro crime? É meu.
Cartão bloqueado, tempo perdido, almoço postergado, senha trocada, confiança abalada, decepção em níveis altíssimos.
Vontade de voltar pra roça e comprar fiado.
Dava certo anotar no caderninho.
Sem juros, sem enganação. Era só honrar a dívida, que ninguém ia por zeros a mais ou a menos.
Falando de tempos remotos? Não. De dia desses aí que comprei sem dinheiro, anotei no nome da minha mãe e ficou tudo bem.
Se o aplicativo facilita a vida? Sim, muito. E facilita o roubo.
Fica difícil saber se abraço a tecnologia ou me escondo dela e volto aos meus ancestrais, em tempos mais remotos, de esconder dinheiro embaixo do colchão, visitar os amigos em casa, de não ter roubos digitais.
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