domingo, 9 de novembro de 2014

O menino da varanda

Corre de um lado para outro.
Sacode na mão um brinquedo.
Movimento rápido e repetido.
Ouço seu grito, que se perde no eco da rua.
E alguém o chama, não sei se ouve ou se entende.
Entra rapidamente, e minutos após, de novo está na varanda.
Como um pássaro que voa longe.
Como uma borboleta que sacode ao vento.
Em seu mundo particular, ele mora.
Nem o barulho, nem as distrações são capazes
de trazê-lo ao nosso mundo.
E ele continua na varanda, sozinho,
gritando fininho, numa brincadeira solitária.
Sem alegria nem tristeza, 
sem mudanças significativas.
Ele cresce a olhos vistos.
Pela varando o vejo crescer.


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