E janeiro é sempre um adeus.
Todo janeiro me traz um desapego, uma despedida.
Deixo na estrada um projeto,
desisto de algum plano,
aborto um sonho,
esqueço um propósito,
me obrigo a esquecer tantas outras coisas.
É um início de ano com aceno.
Abano as ideias ruins,
espanto aqueles que causam choro,
evito o que me provoca dor.
Mês longo e dolorido,
de escolhas, de escalas, de esquisitices.
E janeiro me castiga com uma folga fictícia,
que existe apenas no calendário.
Tortura com o calor do trabalho incessante,
traz sonhos que não se realizam,
lembranças que adoecem,
memórias que deveriam ter ficado no passado.
Janeiro é sempre difícil!
Começo ruidoso, barulhento, de alma inquieta.
Janeiro é um cansaço disfarçado,
um projeto de verão frustrado,
um grande tchau pra muita gente.
Nesta última semana me despeço.
Deixo janeiro e com ele o mau humor e o desânimo.
Esqueço todos os planos que não vingaram até aqui.
Deixo quem quiser partir.
Janeiro é um aceno doído.
Difícil sufocar o que vem de volta.
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