quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A mentira


A mentira não tem pernas curtas.
Ela não tem pernas, nem braços.
Ela não anda; ela pula.
Salta de pessoa em pessoa e, assim, vai adiante.
Percorre longas distâncias de corpo em corpo,
deslocando-se sem deslocar-se.
A mentira é uma pulga.
Que incomoda, coça e provoca
reações esquisitas que tentam ser reprimidas.
Todos tentam disfarçar a presença da pulga.
Ninguém quer ser flagrado.
Ela mora atrás da orelha,
próximo do pensamento,
escondida entre os cabelos, longe da visão alheia.
A mentira é uma pulga que suga alguém,
até que decide trocar de vítima,
e segue sugando também.
A mentira não se cansa.
Pensa que pode enganar mais além,
como a pulga que sem pernas nem braços,
envolve num forte abraço,
as pernas e os braços de alguém.
Bicho minúsculo, quase invisível,
estrago grande, quase indizível.
Banho quente para se livrar dela!
Lave-se de sua pulga! Livre-se de sua mentira!
Não invente uma verdade,
não propague a falsa idéia adiante.
Seja sincero e elegante!
Seja limpo você também!

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