Seria deveras agradável compreender.
Dificuldade em saber o que a vida me mostra,
o que na vida se mostra, assim, tão perto, pra mim.
Sinto-me cega: olhos colados para os fatos.
Sinto-me mutilada: sem tato para perceber
o que a vista embaçada não deixa enxergar.
Sinto-me burra: não sei ler o que se escreve sem palavas, sem escrita.
O desenho vai surgindo. Apenas ouço o som do rabisco, mas não entendo.
O que está sendo pintado? Não consigo ver!
Não sei empunhar o lápis para definir o desenho.
Nem sequer vislumbro a forma que toma conta do papel...
Precisava antecipar a próxima etapa, mas não sei como e nem aonde ir.
Seria bom compreender: meus impulsos, ou a falta deles; minha mansidão quase apática, meus desejos de descanso, de fuga repentina; meu descaso, minha falta de projetos, a ojeriza pelo domínio; essa forma sempre correta de querer resolver o mundo.
Continuo então cega e sem rumo.
Qual será a parte de amanhã?
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