quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A casa

Diante do caos instalado nos últimos dias, vale a reflexão.
Todo mundo dentro de casa, sem poder ir e vir: nada de trabalho, escola, academia, yoga, pilates, praia, calçadão, supermercado, farmácia, padaria, trânsito, banco, falta de vagas pra estacionar, atrasos, desculpas, baladas, jantares, almoços, amigos, cinema, festas, shows...
A vida dá uma pausa inesperada e lhe mantém trancado, assistindo tudo da sacada, da janela.
Ás vezes, ver de fora, faz enxergar melhor.
Estamos sem o melhor e o pior das nossas vidas.
Sem o que nos agrada e sem o que nos esmaga também.
Como quis ficar em casa descansando depois de um dia cansativo...
E num dia de preguiça, não admiti a possibilidade de trocar o sofá pela caminhada no calçadão.
Já desisti da praia pra dormir até mais tarde.
E também desisti da festa pra ir pra cama mais cedo.
Troquei o passeio de bike por uma soneca em casa.
E sim, dei desculpa esfarrapada pra não acompanhar todo mundo que ia pro churrasco.
Inventei um motivo pra não sair, uma história que me prendia nela, na minha casa.
Pois é. Tenho curtido, forçosamente, o tempo em casa, embora a ansiedade em voltar á vida me acompanhe nas olhadas ás redes sociais, na procura por boas notícias.
Boas notícias causam saudade.
A casa da gente é refúgio. Proteção entre os queridos.
Feliz de quem tem onde se esconder, se entocar.
O mundo lá fora é cruel, fere e machuca.
Em casa estamos um pouco longe da barbárie. Mais perto do amor.
Pelo menos, no conforto do lar a vida é mais doce.
O amargo da violência, da opressão e da desonestidade fica da porta pra fora.
Se não é, assim deveria ser.

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