terça-feira, 21 de abril de 2015

Cinderela

Assisti à Cinderela.
Embora tenha visto a versão dublada, o filme ainda encanta.
É o conto que embalou e embala o sonho de toda garota, mesmo que a ala feminista negue.
Sim! Todo mundo já quis ser ou se viu sendo ou se sentiu sendo Cinderela...
Encanta toda esta história da honestidade e simplicidade de uma camponesa e a possibilidade da revanche, mesmo de forma indireta, livrando a mocinha da condição submissa e transportando para a riqueza e a realeza.
Todo mundo se enquadra no conto: aquela que deseja o vestido "bafo", o sapato chiquérrimo, o penteado maravilhoso; aquela que deseja a vingança da madrasta e das irmãs más; aquela que espera pelo príncipe encantado, montado no cavalo branco; aquela que acredita no amor á primeira vista; aquela que sonha com o mundo rico da monarquia, cheio de nobreza e luxo.
Ainda dá pra se encaixar na história por outros motivos: conversar com ratos e passarinhos, fazer uso extra da abóbora além do Halloween, curtir a vida rústica no campo ou acreditar nas fadas madrinhas.
Bom, me identifico com todos os quesitos, exceto os ratos.
Acredito sim que a honestidade e a gentileza levam a algum lugar especial, embora nem sempre sabemos onde. 
Que deve sim haver alguma vantagem em ser bom, mesmo que o mundo tente provar o contrário a todo instante.
Creio ainda que ma existência de fadas madrinhas.
Estão disfarçadas. E são pessoas tão boas, mas tão boas, que fazem mágica na vida da gente!
E a varinha de condão abre portas, dá dicas, conselhos, puxões de orelhas, oferece o ombro, chama até pra briga, se necessário.
Acredito também que a família é a instituição mais sagrada que há e só ela é capaz de formar pessoas de caráter, honestas, corajosas e gentis. Como príncipes e princesas!
E que há pessoas que não se importam com títulos e riquezas, amam pelo amor e podem habitar este nosso universo inóspito, embora seja raro de ver.
Só acho triste que o mundo moderno e hi-tech tenha perdido tanto o encanto do cortejo, da gentileza, da boa vontade e da educação.
Talvez por isso o príncipe hoje seja sem graça,  deixando sempre a desejar, a abóbora continue sendo abóbora, a madrasta e as irmãs malvadas ganhem viagem para outros reinos, se livrando de todos os castigos e levando vantagem no final.
A verdade é que continuamos princesa: mas já não há mais o badalar do relógio informando quando acaba a mágica e o dia seguinte nos atropela madrugada a dentro. Os pés estão cansados, apertados por uma rotina obrigatória e vamos escondendo sob a fronha toda a ilusão de infância... sem sapatos de cristal.
Sobra só o sonho pra recordar. Ou o filme.


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