quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"De médico e louco, todo mundo tem um pouco"

"De médico e louco, todo mundo tem um pouco".
Frase antiga, que permeia o cotidiano, mas acredito, que no contexto atual mereça reformulações.
Sim, todo mundo sabe uma "receitinha tiro e queda", um remedinho que resolve todos os problemas,(o moço do balcão da farmácia que o diga!), descobre o diagnóstico antes mesmo da consulta, sabe qual é o melhor exame, qual funciona melhor ...
Sim, médicos natos!
E loucos?
Loucos são os que escolhem ser médicos!
Sim, loucura, que - pelo significado da palavra- foge da razão, está distante da lucidez.
Loucura de trocar dias por noites e mesmo assim ficar feliz quando consegue resolver ou tratar o problema grave de alguém.
Insensatez de estudar, estudar e estudar sem parar, em busca da novidade, da atualização constante que esta ciência-arte nos obriga o tempo todo.
Falta de lucidez em trabalhar em fins de semana e feriados, recebendo a paga desproporcional que os governantes e a saúde do país nos oferece.
A gente participa da vida alheia, faz parte da família de tanta gente, recebe consideração e respeito de quem jamais recebeu consideração e respeito de alguém.
Trabalha, estuda, trata, consola, conforta, brinca e chora e corre de um lugar para outro, falta compromissos por causa dos plantões, perde noites de sono e mesmo assim ama tudo isso do início ao fim.
A gente não consegue se desvencilhar da medicina.
Na padaria, no supermercado, na praia, na festa, em casa, ela está lá, do lado, na espreita, ciumenta, tomando conta da nossa vida.
Como explicar? Não sei. Acho que é loucura mesmo, como diz o dicionário: alienação mental, sandice, doidice...
Mas dizem que só os loucos é que são felizes.
È bem por aí...


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