sexta-feira, 22 de julho de 2011

Bigorna


Desfruto de um momento mais calmo, mas nem por isso mais leve.
Acredito que o peso anda mais no peito que sobre os ombros...
O ponto de apoio muda para quem não tem assim tanta resistência física...
Carregar malas, caixas e móveis é até facil, quando comparados aos pesos de sentimentos que não se podem estimar...
Não possuo domínio sobre o tempo, tampouco sobre o pensamento alheio
e me incomoda saber que a vida acontece diante do nariz, á sombra do seu corpo e ninguém vê, ninguém sabe, nem se importa.
Cada um que cuide do seu próprio problema. Se puder.
Por isso o peso aumenta; dividir tornaria a carga mais amena...
Trabalhar menos, ter um ritmo mais brando, ter tempo de descanso e distração ajudam, mas a operação responsável pelo alívio ainda é a velha divisão.
A matemática nunca me abandonou, apesar dos pedidos de afastamento constantes...
Ainda continuo somando responsabilidades, reduzindo preocupações algumas vezes, multiplicando trabalhos, mas sei que poderia dividir mais.
Trazer tudo pra si é a forma mais egoísta - e cansativa- de tentar salvar o mundo.
E no fim, o mundo continua girando, girando, sem dar muita idéia para o plano de salvação...
E eu, permaneço com essa sensação esquisita de cansaço que não passa, ruminando o que nunca consigo engolir, nem digerir e trazendo na cabeça as dores e o peso da bigorna dos desenhos animados.

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