sábado, 6 de fevereiro de 2010

Meus pedidos

Nem sei mais o que pedir: se pra sair, se pra trocar, se pra ficar e me castigar...
(Talvez mereça mesmo este castigo).
Não sei o que seria melhor: voltar á condição do passado?Excluí-lo de vez da memória? Construir uma nova história isenta de antigas recordações?
Ainda tenho dúvidas: ouço a razão que me desnorteia? Ouço os conselhos que me perseguem? Fico surdo pra todo mundo? Ouço o coração que não tenho?
Não sei mais pra quem pedir: pra Deus, pros santos, promessas... Não sei.
Já usei todos os artifícios. Nada vem.
Já mudei a forma de pedir: talvez estivesse pedindo errado; não adiantou.
Já mudei o foco: pedi tudo ao contrário. Pensei não ser merecedor do que suplicava.
Afinal, depois de tanta insistência nada se transformava! O erro seria meu.
Assumi minha condição de desmerecedor e pedi tudo ás avessas: continuou a monotonia.
Parece um barco em alto-mar, na calmaria: sem vento, sem brisa que faça correr o mundo.
Estagnação.
Parece um relógio sem baterias: os ponteiros entravados não se movem, e as horas e os minutos continuam os mesmos, sempre.
Resignação.
È um papel de parede colado na visão que daria da janela do meu quarto: abro e o dia é o mesmo, com a paisagem pintada e artificial que foi impressa no papel de parede.
È a construção parada por falta de verba: tijolos e cimentos envelhecidos perdendo a validade e o objetivo.
È a pausa sem descanso.
È a repetição sem propósito.
Me perdi nos meus pedidos. Já não sei mais o que fazer.

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