terça-feira, 20 de junho de 2023

Outras histórias

Entre protocolos e fluxogramas, lembrei disso aqui.

Leio os textos e não os reconheço como meus.

Como pode?

Não sei quem fui quando os escrevi. 

Nem sei quem sou agora, depois de tanto tempo.

As histórias eu invento. E  já inventei um monte delas.

Todos os dias.

Nem sei como consigo. 

Mas está lá, na cabeça da criatura que me pede diariamente um monte delas, com temas específicos e desfechos inusitados.

Melhor inventar histórias que protocolos e fluxogramas.

Algoritmos desnecessários para os poucos anos.

Porque crescer leva embora a inocência.

E a vontade de inventar novas histórias.

Como os textos de agora, que não são mais meus.

São de alguém que viveu outras fábulas e se perdeu no caminho.

Ou se encontrou num outro poema, escrito por outro alguém.

João e Maria em busca da casa de doces.

Sou eu procurando as palavras.

Sou eu fazendo meus protocolos para em seguida, seguir outra rota.

Outras histórias. 

Outros textos não mais meus.

O miolo de pão perdido no caminho da floresta.



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