Afasto-me e retorno. Arrisco uma aproximação e me esquivo.
Considero um recomeço e desisto. Tento a distância e fraquejo.
Volto porque a necessidade grita, a alma implora, a vontade de dividir é enorme e eu preciso desta partilha.
Volto porque o tempo passa ligeiro, as novidades são poucas, os desejos são grandes e a vida, esta grande brincalhona, nem sempre faz com que as charadas sejam facilmente decifráveis...
Retorno porque estou dividida entre guardar ou expôr.
Dúvidas se falo ou calo, se escrevo ou se penso e deixo tudo mesmo só no plano do pensamento.
Volto porque descubro que não sou assim tão decidida como pensava, que inúmeras possibilidades de fuga me seduzem e percebo como posso ser volúvel, volátil.
Humanamente infeliz, cheia de desânimos oscilantes, repleta de alegrias mentirosas, tentando manter a classe e a pose.
Mas eu sei que a volta é a resposta: significa que ainda não posso seguir, que existe um obstáculo a minha frente, que faltam forças para o salto, falta coragem para a fuga e sobra um tanto de saudade, que sim, é capaz de nos trazer de volta de qualquer lugar.
Retorno porque preciso de conforto, mesmo que seja transitório,
mesmo que seja dado por falsas esperanças,
mesmo que seja feito por meia dúzias de palavras que eu permito que saiam de dentro do peito...
Que seja trabalho novamente feito por mim, para mim, sem precedentes.
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