Bom é ver que a gente cresceu.
Como num espelho retrovisor,
enxergando a paisagem ficando cada vez mais distante,
mas vislumbrando o caminho e reconhecendo cada parte do trajeto.
Bom perceber que se amadureceu.
Muitas vezes com lágrimas, outras com teimosia.
Mas a gente sempre aprende.
Aprende a deixar partir, a se recolher, a resguardar ou até mesmo aparecer.
Entende que o que ficou errado lá atrás pode ser o certo de agora.
E que por mais que se tente compreender os fatos,
há um momento em que a razão não existe, porque a emoção nos cega.
E a cegueira priva, mas também protege.
E existe um tempo certo de se aprender a enxergar.
Olhar o mundo com mais calma, perceber as pessoas com mais paciência.
È difícil subir os degraus, mas é satisfatório ver lá de cima a distância percorrida.
Difícil também é esquecer os tombos.
Dói limpar os joelhos ralados e dói lembrar da queda outra vez.
Mas a gente sempre se levanta.
Porque maior que o cansaço é a vontade de cruzar a ponte
e percorrer o caminho, mais uma vez, da escola da vida.
Maior é a vontade de fazer diferente,
de experimentar sensações novas ou repetir aquelas de que tanto se gosta.
Maior do que a queda é o que se aprende dela: pular os obstáculos, deviar dos buracos,
enxergar adiante e se preparar para o salto.
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