Tentei escrever muitas coisas. Tantas ideias..nada serviu, nada foi bom.
Quando a inspiração vinha, estava sem tempo, com preguiça de esboçar no papel a ideia e depois passar a limpo.
Então, esqueci o motivo e quando sentei, determinada, nada veio...
Ou o que veio, não serviu.. Nada está bom, nada serve. E agora?
Poderia falar do tempo ( tipo o inverno na primavera ou a falta de inverno), do tempo no sentido mais lúdico de significado ( tipo a forma maluca que ele voa, a falta de tempo para se fazer o que se precisa, etc e tal) ou até mesmo do tempo que não tenho mais (projetos engavetados, planos perdidos, desistências da vida). Mas falar de tempo é meio clichê. Quero não.
Poderia falar das notícias bizarras nos jornais, de pais que matam filhos e escondem no freezer, chacinas e refugiados de guerra, mas ando tão estarrecida com esses fatos que tenho preferido não aceitar essa realidade. Não por agora.
Poderia escrever sobre o teste do meteoro do Fantástico, mas acredito que há bem mais chances de outras coisas caírem na minha cabeça no momento, tipo a segunda-feira (que é amanhã) e seu golpe feroz que me aplica toda semana. A segunda é um soco na cara. Ah, é.
Poderia relatar experiências estranhas e gente surreal que vi passar por mim, do papo sem noção do porteiro, do que vi e preferi calar, do que cogitei mas não quis saber, do que imaginei mas não comprovei. Mas não tô na vibe. Hoje não.
Poderia dizer da falta de vontade de conhecer pessoas ou de conviver com algumas que já conheço. Cadê a borracha de gente? Cadê a amnésia seletiva? Vamos inventar,por favor!
Poderia contar das mentiras que ando me permitindo dizer ( quando falo que já tenho o cartão da loja pra vendedora, ou digo que não fui a um evento pois estava em outro por obrigação e conto a mesma história pro evento da obrigação, ficando em casa e indo a nenhum!) ou falar das pessoas indesejadas que finjo não ver para não ter que cumprimentar ( olhando o celular, procurando algo inusitado na bolsa, prendendo o cabelo ou ajeitando o sapato que tá ótimo no lugar). Falemos a verdade: Quem nunca? Mas não posso me denegrir. Não hoje.
Poderia dizer dos quilos que ganhei, da estranheza em (tentar) vestir roupas que não mais me cabem (não me recordava de situação igual vivida) e entender que as fases mudam e com elas a gente também.
Roupas que não cabem, pensamentos que não servem não mais também. Papo chato!!
Poderia contar dos projetos fracassados, de vontades absurdas e ideias insanas. Tô dizendo que os pensamentos nem sempre servem mais? Pois é.
Poderia falar da preguiça ( que tenho de encarar este mundo torto!), da fase antissocial infinita( quase ostracismo), da crise econômica, da crise de valores (que pra mim é bem pior que a econômica!), da falta de amor em tudo (nas relações pessoais e profissionais), mas não quero aceitar essa realidade. Não por agora, num domingo á noite.
Poderia esperar minha intuição me chamar e apontar uma solução mágica para tudo: diagnósticos, contas, horários, tempo, sono. simpatia...
Poderia esperar a inspiração pousar por essas bandas... mas tenho pressa, que esta prosa não pode esperar.
Poderia contar que espero que a semana venha com mais notícias boas que más e que se possa dizer mais elogios que críticas, mais histórias felizes que desgraças. Poderia ter escrito uma oração com menos "quês".
Mas no momento não dá. Nada serve, nada fica bom.
Sigo apagando o que escrevo, escolhendo o assunto sem conseguir terminar.
Espera aí... qual era mesmo o tema da conversa?
Não sei, não tem, nunca vou saber.
Vou dar tchau pro domingo.